POLÍCIA
Acusado de prejudicar 5 mil pessoas com empréstimos falsos é preso no PI
Um homem que se passava por advogado foi preso nesta sexta-feira (19) durante depoimento no Ministério Público Estadual, na cidade de Corrente, no Sul do Piauí. Segundo o promotor Romulo Cordão, ele é suspeito de comandar uma quadrilha que fraudou milhares de empréstimos previdenciários. O promotor acredita que cerca de cinco mil pessoas, em nove municípios da região, tenham sido lesadas.
Ainda segundo o Ministério Público, os criminosos conseguiram lucrar de forma ilícita mais de R$ 1 milhão somente no ano passado. Em março deste ano, o MPE, em parceria com a Polícia Civil, prendeu seis pessoas suspeitas de participar da organização. Entre os presos estavam três advogados, sendo um deles juiz leigo (não é magistrado, mas tem funções de auxiliar de justiça) que atuava no Juizado Especial.
“A justiça já tinha decretada a prisão preventiva do suspeito, mas com a chegada de um juiz substituto, ele conseguiu revogar a determinação. Inconformado, o Ministério Público recorreu desta decisão e consegui a determinação para que a prisão fosse realizada. O suspeito estava foragido e compareceu à primeira audiência do caso no MPE, onde foi detido”, relatou o promotor.
Romulo Cordão contou que o alvo da organização eram pessoas analfabetas, que já tinham realizado algum empréstimo consignado junto à Previdência Social. Segundo ele, estes aposentados eram abordados pelos “coiotes”, pessoas que enganavam as vítimas dizendo que conseguiriam devolver o dinheiro que já tinha sido pago por conta do primeiro empréstimo.
“Ele dizia para os idosos que a presidente Dilma estava devolvendo o dinheiro dos empréstimos que já tinham sido descontados nos pagamentos deles, mas ao conseguir a documentação das vítimas, contraia novos empréstimos em nome do mesmo aposentado. Isso, sem o consentimento dele”, explicou.
Como forma de incentivar as vítimas a denunciar o falso empréstimo, a organização usava vans para pegar os aposentados em suas localidades e trazer até seu escritório em Corrente, onde os processos eram abertos. Depois da ação movida, segundo a promotoria, os aposentados eram orientados a não reconhecer o consignado.
“O passo seguinte da organização era indicar um advogado que fazia parte do esquema para defender as vítimas. Quando eles ganhavam ação, eles eram novamente lesados porque não viam a cor deste dinheiro. Estes advogados se apropriavam da quantia ”, disse o promotor.
As investigações sobre a organização criminosa foram iniciadas há um ano e seis meses, pela 1ª Promotoria de Justiça de Corrente-PI, em parceria com o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do Estado do Piauí.
G1
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