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POLÍCIA

Secretário de Segurança do Piauí diz que aumento de mortes violentas está ligado à soltura de presos

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O Secretário de Segurança do Estado, coronel Rubens Pereira, afirmou nesta quinta-feira (23) que o crescimento de 2,4% nos crimes registrados no Piauí de janeiro a maio deste ano pode ser uma consequência da liberação de presos das penitenciárias. O secretário se referiu à decisão judicial que transferiu centenas de detentos que estavam no regime semi-aberto para a prisão domiciliar, devido à pandemia da Covid-19. A medida foi prorrogada em maio.

Ainda de acordo com o secretário, o número de latrocínios também cresceu. Somente em julho foram registrados 13 homicídios, sendo quatro latrocínios. O mais recente aconteceu nessa quarta-feira (22), quando um soldado da polícia militar foi assassinado após ter a moto roubada. Para o secretário de segurança, os crescimento desses tipos de crime pode ser sinal de que os presos liberados do sistema penitenciário estão disputando espaço fora das cadeias.

“575 presos foram liberados naquela época. Nós acreditamos que isso implicou nesse aumento da violência. Como os casos de latrocínio [roubo seguido de morte], que são pessoas ligadas à criminalidade violenta. Ninguém nasce latrocida. Ele começou furtando, cometendo pequenos delitos, para depois ir crescendo no mundo da criminalidade. Nós estamos desde o começo monitorando esse índice de violência e praticando ações para reduzir esse impacto”, destacou o secretário.

Abril: duas mortes por dia

Segundo o último levantamento feito pelo Monitor de Violência, um projeto realizado em parceria entre o Núcleo de Estudos de Violência da USP, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Grupo Globo, o Piauí registrou 262 crimes violentos entre os meses de janeiro e maio de 2020.

O levantamento revela um aumento de quase quatro por cento em relação ao mesmo período do ano passado: de janeiro a maio de 2019, a Secretaria de Segurança do Estado divulgou 230 crimes violentos.

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O levantamento mensal do G1 mostrou que abril foi o mês mais violento no Piauí com 68 homicídios. Uma média de duas pessoas assassinadas por dia. O número de latrocínios, quando acontece o roubo seguido de morte, também cresceu durante esses meses: foram 19 casos.

Apesar do aumento, o Piauí continua entre os Estados do Nordeste com menor índice de crescimento.

Crueldade

Alguns crimes que estão sendo investigados pela Polícia Civil de Teresina e que aconteceram entre os meses de junho e julho chocam pela crueldade. Em alguns casos as vítimas foram torturadas, decapitadas e houve casos de pessoas assassinadas com vários tiros. Essas características levam a polícia a acreditar que estão relacionados à disputa de grupos criminosos.

Em junho, dois corpos foram encontrados sem cabeça e mutilados, na altura do Bairro Monte Verde, na Zona Sul de Teresina. Poucos dias depois, algumas crianças encontraram um corpo de um rapaz de 20 anos, sem cabeça e mutilado, na Zona Leste de Teresina.

Corpo é encontrado em local de difícil acesso no bairro Monte Verde, Zona Norte de Teresina — Foto: Divulgação /PC-PI

Corpo é encontrado em local de difícil acesso no bairro Monte Verde, Zona Norte de Teresina — Foto: Divulgação /PC-PI

Somente em julho foram registrados 13 homicídios. Dois deles aconteceram na última semana, como o caso do jovem achado morto, com os olhos arrancados, no Parque Sul II, na Zona Sul da capital.

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Em outro caso em que houve abuso da violência, os criminosos assassinaram Acelino Wanderson Pereira Oliveira, de 22 anos, e enviaram fotos do corpo para a família dele. O corpo de Acelino foi encontrado nessa terça-feira (21), na Zona Norte da capital.

O crime de execução mais recente aconteceu nessa quarta-feira (22): um homem foi morto com oito tiros, na zona norte de Teresina.

Fonte: G1 PI
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