Preso há 15 anos, Correia Lima é condenado a mais 19 anos

Em um júri popular que durou cerca de oito horas, o ex-comandante e coronel da Polícia Militar do Piauí José Viriato Correia Lima voltou a ser condenado, na noite desta quarta-feira (19/11).

Desta vez em decorrência da acusação de ser o autor intelectual da morte de José Honório Barros Rodrigues. O crime ocorreu e, junho de 1988. Cabo Honório, como era conhecido, era o “homem de confiança” de Correia Lima, que está preso desde 1999 sob varias acusações.

Correia Lima foi apontado como líder do crime organizado no Piauí nas décadas de 80 e 90 que resultou na morte de várias pessoas. Esse julgamento já havia sido adiado por três vezes. A promotoria defendeu que Correia Lima teria interesse na morte do Cabo Honório por “queima de arquivo”.

Em seu depoimento, o ex-coronel disse que não tinha porque mandar matar Cabo Honório pois considerava “como um filho”. Correia Lima admitiu que sabia que seu primo, José Enilson Couras, o Courinhas, foi quem efetuou um disparo usando “uma 12” a queima roupa, matando Cabo Honório dentro de sua chácara.

Mas garante que não foi a mando dele, e sim porque os dois tinham uma rixa devido um relacionamento com uma mulher, de nome Magnólia, que também foi testemunha neste julgamento. A promotoria considerou que Correia Lima estava mentido e sustentou a acusação. O juiz Antonio Noleto acatou e condenou o ex-coronel a 19 anos e seis meses de prisão.

DEFESA
A defesa de Correia Lima contestou esta condenação e considera que só ocorre porque o ex-coronel estaria prestes a responder em liberdade. O coronel, com 62 anos de idade, responde hoje a pelo menos 10 processos. Desses, quatro já o condenaram. Se forem somados os crimes e sentenças, Correia Lima pegaria no mínimo 90 anos de prisão. Ele já está há 15 anos preso. Doente (além de diabético, é cardiopata e não tem um dos rins), ele veio a Teresina para este julgamento ainda debilitado. Na última (e única) vez que concedeu entrevista, foi ao O Olho. Ele praticamente implorou para que alguém se sensibilize com a sua situação. Quer responder em liberdade.

 

 

Fonte: OOlho