POLÍTICA
Marcelo Castro sobre áudios com Michel Temer: ‘a lei é para todos’
“Eu tô com a verdade” e “a lei é para todos” foram algumas das declarações do presidente do PMDB no Piauí, o deputado Marcelo Castro em relação a delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. O piauiense ressalta que as denúncias contra ao presidente Michel Temer (PMDB) são graves e pede celeridade da Justiça para que seja apurado o que é ou não verdade.
“No pronunciamento do presidente, em pelo menos uma coisa ele está certo: ele pede celeridade nas investigações para que se chegue rapidamente a uma conclusão, pois essa dúvida só atrapalha o Brasil. Veja a hecatombe que aconteceu ontem na bolsa, que caiu 8% e o dólar subiu 8%. Isso não pode continuar. Ninguém ganha com isso; todos perdem. Os fatos são da mais alta gravidade…o presidente da República sendo gravado por um empresário que vai até ele contar vários crimes como comprar procurador, informantes da Justiça…são coisas gravíssimas que merecem ser investigadas e merecem uma decisão rápida para se encontrar uma solução e o país possa voltar à normalidade”, declarou em entrevista ao Notícia da Manhã, desta sexta-feira (19).
As gravações a que Castro se refere foram divulgadas ontem (18) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma delas, o presidente aparece dando aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha em troca do silêncio dele.
Por meio de nota, a bancada do PMDB declarou que acredita nas palavras no presidente. Já Castro, ao ser questionado sobre o apoio a Temer, disse que está com a verdade e com o direito em qualquer circunstância.
“Se meu querido e falecido pai estivesse lá, minha postura seria essa….a lei é para todos, desde o mais humilde dos brasileiros até ao presidente da República. Quem estiver fora da lei não tem conversa tem que ir para os rigores da lei”, disse.
Para Castro, a situação de Temer é bastante delicada e o país ‘está em um buraco’.
“Só não tem jeito para morte, mas que a situação de Temer é muito difícil, isso é. O Michel Temer não foi eleito diretamente pelo povo, não tem base popular, a sua impopularidade está em níveis muitos baixos, a rejeição é muito grande. O que ele tinha era uma base congressual. Com um escândalo desse envolvendo um assessor direto, isso precisa de uma explicação. O país ‘está em um buraco’ e temos que sair rapidamente dele”, finaliza o parlamentar.
Sobre os recentes episódios no país, ele acrescenta ainda que as consequências são devastadoras e que o atual cenário político afeta diretamente, entre outros, na reforma da Previdência que estava marcada para ser votada no fim do mês. Por fim, Marcelo Castro defendeu ainda a necessidade de uma reforma política. “A única reforma que pode não atrapalhar é a política. Quanto mais grave a situação, mais grave ela é”, reitera.
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