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CURIOSIDADES DO SERTÃO | Conheça a relação das mamangavas com o maracujá e a importância para a natureza
A Natureza cada vez mais surpreende a humanidade. Estudiosos, pesquisadores e até mesmo entusiastas se debruçam dia após dia para entender e explicar o significado e importância que as abelhas têm para a existência da diversidade de plantas.
A professora Juliana Bendini, da Universidade Federal do Piauí, Campus de Picos, é coordenadora do Grupo de Estudos sobre Abelhas do Semiárido Piauiense (GEASPI/UFPI)
Ela esclarece que existe algumas particularidades nas espécies de abelhas existentes na região. A coordenadora do GEASPI mostra, entre outras, abelhas mamangavas (veja abaixo).
“Quando se fala em abelha, comumente as pessoas associam às abelhas africanizadas, conhecidas popularmente como “Oropa”. Isso porque seu mel é produzido e comercializado por muitos apicultores e apicultoras da nossa região, o que coloca Picos como um dos maiores polos apícolas do país”, destaca.
No entanto, antes mesmo da chegada dessas abelhas [as africanizadas] no Brasil, já existiam as abelhas nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão, que também produzem mel, contudo, em quantidade inferior.
Essas abelhas brasileiras podem apresentar diferentes formas de interações sociais e assim, temos as abelhas sociais, as abelhas solitárias e até abelhas cleptoparasitas, isto é, “abelhas ladras”, que roubam recursos alimentares de outras colônias.
Juliana ressalta que as abelhas sociais são mais conhecidas pela população em geral e organizam-se em colmeias, que podem ser bastante numerosas, variando desde poucas dúzias a milhares ou mais de operárias.
Mas, o que pouca gente sabe é que a maioria das abelhas tem hábito solitário e essas espécies ainda são pouco conhecidas no Brasil. Devido ao fato de viverem sozinhas em seus ninhos, sem convivência com operarias ou rainhas, são chamadas de solitárias. A fêmea faz seu ninho principalmente para a postura dos ovos, provisão de alimentos para as lavas e morre antes mesmo do nascimento de sua prole.
Abelhas Mamangavas
As mamangavas são abelhas de porte avantajado que desempenham importante papel polinizador em diversas espécies vegetais de flores grandes. Elas são importantes polinizadores agrícolas e fortemente associados como polinizadores do maracujá (Passiflora spp.).
As mamangavas, por exemplo, são muito confundidas com besouro. Elas procuram por óleos florais, pólen e néctar. São também abelhas que polinizam inúmeras plantas e por isso tem grande importância.
Embora todas as abelhas grandes de cor preta sejam conhecidas como mamangavas, elas pertencem a espécies de diferentes gêneros, como por exemplo a Xylocopa frontalis, conhecida como mamangava-de-toco; Bombus morio conhecida como mamangava-de-chão; Eulaema nigrita que faz seus ninhos em cavidades preexistentes; Epicharis flava que constrói seus ninhos escavando o solo; e Centris scopipes, que constrói seus ninhos em cupinzeiros.
Extinção
Infelizmente, as populações de insetos polinizadores, especialmente de abelhas silvestres, têm sido reduzidas drasticamente, em razão da eliminação de suas fontes de alimento, pela ocupação intensiva da terra para agricultura e urbanização e pela intoxicação com pesticidas.
“Esse declino das populações de abelhas, no caso das mamangavas, tem sido sentido por produtores de maracujá de todo o país, inclusive do município de Ipiranga do Piauí, onde muitos reclamam quedas na produção da fruta”, apontou.
Bendini enfatiza a necessidade de estudos. “Por isso, as pesquisas são tão importantes para estudar o comportamento dessas espécies e compreender melhor como conserva-las”, salientou.
Relação da mamangava com o maracujá
Existe uma relação de dependência do maracujá com a abelha mamangava. “Você pode observar que ela encaixa perfeitamente entre a antera (local onde estão os grãos de pólen) e o nectário da flor. Os grãos ficam aderidos nos pelos dela e ela segue para outra flor de maracujá, realizando o processo de polinização”, explica.
“Acontece que muita gente não sabe disso e na verdade, nem sabe que é uma abelha e chama de besouro. E aí, ela tem sido cada vez mais ameaçada”, alerta a coordenadora do A professora Juliana Bendini, da Universidade Federal do Piauí, Campus de Picos, é coordenadora do Grupo de Estudos sobre Abelhas do Semiárido Piauiense GEASPI/UFPI.
Da redação Cidades na Net, com colaboração de Juliana Bendini e Jakeline Leal
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