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GERAL

Campanha conscientiza população sobre doação de órgãos no Piauí

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O Brasil, desde 2014, promove a Campanha Setembro Verde, mês dedicado à conscientização da população acerca da doação de órgãos. Porém, boa parte da população desconhece que, no país, é determinado por lei que a família é a responsável pela decisão final. Ou seja, a informação de doador ou não doador de órgãos, disponível no documento de identidade, não possui mais valor decisivo.

 “Desde 2001, a família é soberana sobre o poder de decisão na doação de órgãos. Nenhum documento te dará o direito de ser doador. É o consentimento familiar. Só pode ser parente na linha reta ou colateral até o 2º grau”, esclarece a coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, Lourdes Veras.

Segundo o governo, a programação da Campanha Setembro Verde atinge o seu ápice no próximo dia 27, em que é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Instituída pela lei nº 11.584/2.007, a data foi criada com o intuito de conscientizar a população acerca da importância do ato de doar e, simultaneamente, incentivar a discussão sobre o assunto entre familiares e amigos.

A gestão estadual afirma que, atualmente, o Piauí realiza transplantes de rins e córneas. A Central de Transplantes do estado contabilizou, apenas em 2023, 102 transplantes de córnea e 28 de rins, totalizando 130 procedimentos. O valor corresponde a mais de 63% de todas as operações realizados em todo o ano passado, período em que 206 transplantes de córnea e 41 de rins foram contabilizados.

O Governo informa que, em Teresina, o Hospital Getúlio Vargas (HGV) é uma das unidades de saúde habilitadas para a realização de transplantes. A fila espera para o transplante de rins, atualmente, é composta por 474 pacientes, enquanto outros 393 estão no aguardo por uma córnea compatível.

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De acordo com a administração do Estado, os transplantes realizados no Piauí são feitos em parceria com laboratórios especializados, todos eles possuindo credenciamento pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), regulado pelo Ministério da Saúde. Médicos pré-transplantes são os responsáveis pela inclusão de pacientes na lista de espera para o transplante de órgãos.

Ao serem inclusão na fila de espera, os pacientes que precisam passar pelo procedimento de transplante renal ou de córneas devem ser avaliados por médicos especializados na área. Ou seja, aquele indivíduo que for indicado para receber um ou mais novo rins, é submetido a diversos exames conduzidos pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), sendo um deles o de imunogenética, que avalia a compatibilidade tecidual.

“Uma vez que todos os exames estejam prontos, os dados do paciente são inseridos em um sistema informatizado do Ministério da Saúde, onde cada paciente possui um prontuário eletrônico. Após essa etapa, o paciente começa a concorrer por um órgão. Esse processo é semelhante para outros órgãos em outros estados. O sistema exige exames específicos para cada tipo de órgão e os pacientes podem acompanhar os processos por meio de acesso com senha ao sistema”, ressalta a coordenadora Lourdes Veras.

Segundo a gestão estadual, a Central de Transplantes é responsável pela distribuição e coordenação dos órgãos, através do Sistema Nacional de Transplantes, utilizado com o objetivo de identificar receptores compatíveis. Os pacientes recebem prioridade na lista de espera de acordo com fatores estabelecidos por lei, como excepcionalidades de urgência e compatibilidade tecidual.

Lourdes Veras ainda informa que, após a inserção do paciente na fila de espera, equipes especializadas realizam trabalhos voltados para o processo de doação, entrevistando familiares de potenciais doares, que geralmente estão em terapia intensiva. No caso de ser diagnosticada a morte encefálica, a doação de órgãos é discutida com a família. Se os responsáveis pelo consentimento autorizarem o processo, a retirada dos órgãos é feita por equipes especializadas em hospitais designados.

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“O tempo de espera para ser realizado o transplante após a doação varia conforme o órgão. As córneas podem ser preservadas por até 14 dias, enquanto rins podem ser mantidos em isquemia fria por até 36 horas (idealmente, 24 horas), fígados por 12 horas e corações e pulmões por 4 horas. Por isso a importância de todos os procedimentos serem realizados em tempo hábil”, explica a profissional.

O acompanhante durante o período pós-transplante varia de acordo com o órgão. Por possuírem natureza curativa, o paciente que recebe novas córneas precisa ser acompanhado por até 6 meses. Já os outros órgãos requerem acompanhamento vitalício.

O Governo piauiense afirma que os pacientes que precisam realizar transplantes não disponíveis no estado devem buscar tratamento fora do domicílio (TFD), através da Diretoria de Unidade de Controle, Avaliação, Regulação e Auditoria (Ducara) da Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi). Regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes, o processo requer o envio de documentos e laudos pata os centros de transplantes indicados em todo o país.

“Para os pacientes que precisam de transplantes fora do estado, o TFD abre um processo com todos os documentos e laudos, que são digitalizados e enviados para a Central de Transplantes para ser feito a regulação diretamente com o Sistema Nacional de Transplante, então o sistema manda a documentação diretamente para os Centros de Transplantadores que são indicados, em qualquer estado da federação, onde é feito a marcação das consultas com os dias e horários, assim nós enviamos isso para o TFD, então o TFD entra em contato com o paciente para manter a parte dos transportes e diárias. Geralmente, o estado possui uma demanda muito grande para transplantes de coração, fígado, medula óssea e pulmão e excepcionalmente o de intestino”, declara Lourdes Veras.

A coordenadora da Central de Transplante explica ainda que, durante o processo de transplante, existe a possibilidade do surgimento de algumas dificuldades, principalmente quando o procedimento envolve órgãos como pulmões e intestinos. “A escassez de estados que realizam transplantes de pulmão e a complexidade dessa cirurgia são desafios significativos. Transplantes de intestino também são extremamente complexos e, embora recentemente tenham saído do estágio experimental, é uma cirurgia extremamente complexa, e geralmente está sendo realizada só em São Paulo, com regulação do Ministério da Saúde”, finaliza a especialista.

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Fonte: Portal Vi Agora

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