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Duas mil pessoas na fila por uma cirurgia no HGV

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Com uma fila de espera que chega a mais de duas mil pessoas, alguns pacientes chegam a esperar até dois anos por uma cirurgia ortopédica no Hospital Getúlio Vargas (HVG), Centro de Teresina. Para a diretora do Hospital, Clara Leal, a situação, mais que preocupante, é deprimente e coloca em risco a vida das pessoas, mas também as atividades econômicas do Piauí, uma vez que esses pacientes ficam impossibilitados de exercerem suas atividades laborais.

“Começo dizendo que essas duas mil pessoas que aguardam por um procedimento cirúrgico são pacientes que já estão em suas casas, mas que tiveram alguma sequela e necessitam de uma cirurgia. É o que chamamos de cirurgias eletivas que apesar de não apresentar risco iminente de morte, deixam o paciente impossibilitado de trabalhar e, em alguns casos, sujeitos a outras consequências”, afirma.

Ainda de acordo com Clara Leal, a maioria dos pacientes que aguarda uma cirurgia é vítima de acidente de motocicleta. Os casos são registrados tanto na capital, como no interior do Estado. A demanda é muito grande e o hospital não está conseguindo dar vazão ao grande número de pacientes.

“Atribuímos esses problemas a duas questões. A primeira está relacionada com o grande número de acidentes e gera uma demanda muito grande de cirurgias. A segunda questão é que, durante alguns anos, o único hospital que realizava cirurgias ortopédicas ambulatoriais era o HGV e isso contribuiu para formação de uma grande fila de espera. Hoje, ampliamos um pouco, mas ainda assim é pouco’, afirma Clara Leal.

O Getúlio Vargas é o único hospital do Estado capacitado para realizar cirurgias ortopédicas eletivas de alta complexidade. O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) realiza apenas cirurgias de urgência e o Hospital da Polícia Militar (HMP) e Hospital Universitário (HU) passaram a realizar, há pouco tempo, cirurgias mais simples e de menor complexidade.

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Diante do problema, a secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) autorizou a abertura de mais um turno para realização de cirurgias O funcionamento normal do hospital é nos turnos da manhã e tarde, mas, há duas semanas estão sendo realizadas cirurgias à noite. Nesse período, 10 procedimentos já foram realizados.

Mensalmente, o HGV realiza uma média de 850 procedimentos cirúrgicos, das mais diversas especialidades. Desse total, pelo menos 160 são cirurgias ortopédicas, o que corresponde a quase 20%.

Para isso, o hospital conta com um quadro profissional de 25 ortopedistas. Mas, ainda assim, em algumas especialidades faltam profissionais. É o caso das cirurgias de transporte ósseo de alongamento, que possui apenas um profissional no Hospital capacitado para realizá-la. “Em todo o Estado são apenas três”, afirma Clara Leal.

“Diante desse cenário, estamos trabalhando no sentido de minimizar o problema. Além da abertura do turno da noite, estamos planejando mutirões de cirurgias ortopédicas aos sábados. Nosso objetivo é passar de 160 procedimentos por mês, para 320. Queremos dobrar esse valor”, afirma.

Diário do Povo

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