Família de capivaras chama atenção em Teresina; especialista faz alerta

Uma família de capivaras chamou atenção de quem passava pela Avenida Maranhão, próximo a Ponte Metálica, na zona sul de Teresina. O grupo tinha pelo menos 3 animais adultos e dois filhotes. Eles andavam e corriam na calçada bem ao lado da via, e em alguns momentos mexiam em sacolas que pareciam ser lixo depositado no local.

A avenida fica próximo ao leito do Rio Parnaíba, onde de fato, esses animais costumam viver. 

De acordo com Esterfânia Farias, bióloga e professora do Instituto Federal do Piauí, é muito comum que animais silvestres que moram nas margens de rios acabem se deslocando para avenidas em busca de alimentação.

“Nessa época do ano, principalmente os animais que moram próximo às margens de algum rio, de algum lago, eles têm uma perda de alimentação. Porque o aumento do nível da água faz com que a alimentação dele fique escassa. Então eles veem as áreas mais altas, como as avenidas, por exemplo, como um refúgio. Isso faz com que eles saiam das matas e vão à procura de comida no asfalto” explica a bióloga.

O vídeo foi filmado no final da tarde deste domingo (03) e no áudio percebemos a empolgação da família que se deparou com a cena, mas apesar de cativar quem vê, a cena é uma realidade perigosa para esses animais.

Outro registro, também no final da tarde de ontem, mostra uma iguana morta após ser atropelada na Rua Sabá Said, no bairro Horto florestal, zona leste da capital. Muitos animais, como tamanduás, tatus, iguanas, capivaras, entre outros acabam sendo vítimas de acidentes. E além de perderem a vida, acabam deixando filhotes. 

“Em relação aos répteis, como a iguana por exemplo, são animais que precisam de calor extra corpóreo, calor por fora do corpo, então a noite ou à tardinha para poder se tornar ativos ou até mesmo durante o dia todo quando chove e não apresenta nem um pouco de sol, o asfalto permanece quente, então é isso que faz com que esses animais vão procurar essas áreas” reitera Esterfânia. 

A profissional ainda faz um alerta, atenção redobrada aos motoristas e humanidade para entenderem que aqueles bichos não entendem o ambiente e os riscos do local. 

“Como bióloga eu sugiro que freiem para esses animais, eles estão ali com a inocência de uma criança, sem saber que é uma avenida, sem saber que ali oferece risco para eles. Então muitos deles têm filhotes, estão com filhotes, estão indo procurar alimentação para os filhotes e aí você não mata só uma iguana, só uma capivara, só um tamanduá, você acaba destruindo toda uma geração” alerta a profissional.

Fonte: Cidade Verde / Foto: Reprodução