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No Sine-PI, de 500 que buscam por emprego, apenas 75 são contratados

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O ano começou e com ele o desejo de conseguir uma vaga de emprego. Em busca da tão sonhada assinatura na carteira de trabalho, mais de 500 pessoas já procuraram o Sistema Nacional de Emprego (Sine-PI), no Centro de Teresina até esta quinta-feira (5). No entanto, a má notícia é que apenas 75 candidatos, ou seja, 13,5%, preencheram os requisitos solicitados pelo empregador.

Segundo Rafael Torres, gerente de intermediação, muitas destas vagas não são preenchidas porque vários trabalhadores não possuem qualificação adequada.

Rafael Torres fala sobre intermediação de trabalhadores no Piauí (Foto: Gilcilene Araújo/ G1 Piauí)Rafael Torres fala sobre intermediação de
trabalhadores (Foto: Gilcilene Araújo/ G1 Piauí)

“Uma empresa disponibilizou 60 vagas de call center. Nós atendemos 200 pessoas, entretanto, só conseguimos encaminhar 30 candidatos para esta oportunidade porque muitos deles não possuíam todos os critérios solicitados. Diariamente atendemos muitos trabalhadores, mas de cada 100 pessoas só conseguimos recolocar no mercado de trabalho apenas 5%”, lamentou Rafael Torres.

De acordo com o gerente do Sine-PI, além da falta de qualificação na área,  há outros entraves que impossibilitam a contração, entre eles: a ausência de ensino médio, curso de informática e a própria postura do candidato à vaga durante entrevista de emprego. “Saber o que vestir e falar durante uma seleção é importantíssimo”, destacou.

Rafael Torres diz que a falta de emprego é tão grande que pessoas com experiência e formação acadêmica estão se submetendo a trabalhar em setores que ofertam um salário mínimo, por exemplo. “No ano passado, encaminhei advogados, contadores e administradores que recebiam em média R$ 5 mil para vagas que pagavam apenas um salário mínimo”, falou.

Topando qualquer vaga
Augusto César de Freitas, 25 anos, tem experiência profissional em diversas áreas e já esteve no Sine três vezes essa semana procurando emprego. “É uma busca diária porque temo perder uma oportunidade se ficar em casa. Quero trabalhar como operador industrial, operador de call center ou servente de pedreiro. Topo trabalhar de qualquer coisa, mas o Sine só nos encaminha para oportunidades que já temos experiência comprovada”, relatou.

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Augusto Cesar esteve três vezes no posto do Sine-PI em Teresina nesta semana (Foto: Gilcilene Araújo/G1 )Augusto Cesar esteve três vezes no posto do Sine-PI em Teresina esta semana (Foto: Gilcilene Araújo/G1 )

Quem também está disposto a trabalhar fora da área que possui é o pedagogo Jairo Alves. Ele é formado em licenciatura em pedagogia, mas se disponibiliza a exercer a função de motoboy, assistente de refrigeração ou qualquer área que exija dos candidatos o ensino médio completo e curso de informática.

“É triste vocês estudar e não conseguir trabalhar naquilo que aprendeu. As escolas exigem especialização, só que não tenho condições financeiras de custeá-la por isso quero trabalhar de qualquer coisa”, declarou.

Desiludido, o jovem Hudason Pabalo, 22 anos, pretende abandonar a família com objetivo de conseguir um emprego em outro estado. “A crise atingiu muitos setores em todo o Brasil, mas sou confiante de que em outro estado como São Paulo há mais oportunidades do que no Piauí. Meu prazo é até final de janeiro deste ano e caso não consiga voltar ao mercado de trabalho, vou arrumar minhas malas e ir embora. Lamento porque meu filho tem apenas um ano e três meses e não vou acompanhar seu crescimento”, falou.

G1

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