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GERAL

O piauiense e a falta de educação no trânsito

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No Brasil, os acidentes no trânsito são umas das maiores causas de morte. A utilização correta dos materiais de segurança poderia reduzir os números de óbitos em acidentes automotivos. Porém, ainda existem pessoas que andam de carro sem cinto de segurança, ou pior, pilota uma moto sem usar capacete.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2013, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Piauí é o líder no ranking de estados onde as pessoas usam menos cinto de segurança.

Foto: Divulgação/Internet

Enquanto em todo Brasil cerca de 79% das pessoas usam cinto de segurança no banco da frente, apenas 50,2% o utilizam quando estão no banco traseiro. Já no Piauí esses números são bem mais alarmantes. Somente 47,2% dos entrevistados sempre usam cinto de segurança no banco da frente. Esse número cai mais ainda quando se trata de usar cinto no banco de trás (23,7%).

De acordo com a gerente de Educação no Trânsito da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS) Samyra Motta, o alto número de acidentes de trânsito vem acontecendo pela falta de educação, imprudência e falta de respeito às leis. “Qualquer ser humano que esteja transitando na rua, percebe pessoas utilizando celular enquanto estão dirigindo, vêm pessoas que não usam cinto de segurança”, comenta. Há ainda a questão dos motociclistas que andam sem capacete. “Às vezes vemos motociclistas com o capacete até no cotovelo ou guidão da moto, mas não usam na cabeça ou usam desafivelado, o que não adianta nada, pois em um acidente ele saca longe”.

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Foto: Gabriel Tôrres/CT

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Piauí é o primeiro no ranking de estados com o maior número de mortes por acidentes de moto de todo o país. Enquanto no Brasil o índice de mortes é de 6,3 por 100 mil habitantes, o Piauí registrou 615 mortes em 2013.  Acidentes com motocicletas foram responsáveis pelo crescimento de 115% das internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos seis anos.

O motociclista é considerado pela Strans um grupo de risco, sendo o que mais se acidenta e o que morre mais. “Os motociclistas andam como se estivessem em uma redoma”, observa Samyra.

 

Educação no Trânsito

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A Strans possui um trabalho de prevenção de acidentes através de campanhas como que educam os condutores a não beber e dirigir e a não andar em alta velocidade. Para Samyra Motta, a educação nas autoescolas e a carteira de motorista são de extrema necessidade para saber dirigir. “O carro pode virar uma arma se mal utilizado, tanto a mim como para quem ta fora”, comenta. As aulas de direção, tanto teórica como a prática, devem dar ao motorista a base necessária para saber, por exemplo, a distância do outro veículo, a ler placas, saber escapar de alguma situação que o outro carro o coloque. “Aqui em Teresina muita gente é barbeira, muita gente dirige mal. Tem gente que dirige devagar à esquerda, faz o retorno sem ser em ‘xis’. São regras básica de qualquer pessoa que faz autoescola, mas o mau costume leva a essas imprudências, esses desrespeitos”, completa.

Samyra Motta, gerente de Educação no Trânsito da Strans  Foto: Gabriel Tôrres/CT

Muitos entraves no trânsito vêm do erro dos outros. O estacionamento proibido, que atrapalha a fluidez, é muito comum aqui em Teresina. Esse tipo de infração é a que gera o maior número de multas na capital piauiense. “Parece que não tem lei”, critica a gerente da Strans.

 

Mudanças na Sinalização

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Recentemente em Teresina houveram muitas mudanças no trânsito. Mudanças essas que aconteceram de maneira muito rápida, o que tem deixado a população dividida na aprovação dos novos trajetos. O taxista Ricardo Filho cometa que essas mudanças têm contribuído para o engarrafamento. “Por exemplo, entre a avenida Nossa Senhora de Fátima e a Homero, têm três sinais. Não há necessidade disso. Esse percurso, e outros também, estão mais engarrafados e muitos motoristas aceleram para pegar o sinal aberto e ganhar tempo, mas acabam batendo. Percebi muito mais batidas”, conta Ricardo.

Ainda segundo o taxista, a retirada de alguns retornos tem sido um dos principais alvos de reclamação de seus clientes. “Os passageiros reclamam muito comigo por não existir mais alguns retornos e isso faz com que a gente rode mais. Muitos aqui fazem o retorno de forma irregular. É muito comum ver esse tipo de coisa”, finaliza.

Foto: Gabriel Tôrres/CT

No entanto, Samyra Motta explica que não há mais retornos em outros estados do Brasil e que as mudanças têm como motivação a fluidez e a segurança. Para a gerente, as pessoas têm que se conscientizar que o número de carros em Teresina tem aumentado significativamente (cerca de 30 mil veículos por ano são lançados no trânsito da capital) e deve haver mudanças. “Não dá para ser aquela fazenda de antigamente. O mais correto a se fazer é pensar no seu trajeto antes de sair de casa, sair com antecedência e pensar aonde você vai. Mas as pessoas não querem, querem manter um mesmo costume”.

 

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Imprudência

Nos finais de semana é quando são registrados a maior quantidade de acidentes e mortes no trânsito. São nesses dias que muitos acabam exagerando na bebida, o que leva a alta velocidade e no consequente acidente.

“É preciso que pessoas importantes morram para que as pessoas pensem a respeito dos perigos no trânsito”, lembra Samyra comparando a morte do cantor Cristiano Araújo quando ela foi muito procurada para comentar sobre a importância do uso do cinto de segurança.

O cantor sertanejo e sua noiva, Allana Moraes, morreram recentemente em um acidente de carro na estrada e ambos não estavam utilizando cinto de segurança no banco de trás. Samyra Motta lembra que o cinto trás é tão importante quanto nas pessoas que estão dentro do carro na frente porque se o passageiro de trás não estiver utilizando cinto, quando acontecer um acidente, ela pode até me matar a pessoa da frente com o impulso. “Recentemente falei tanto da importância do cinto de segurança, que pareceu até que era um item de segurança novo”.

 

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Os “Profissionais do Trânsito”

A falta de atenção e a imprudência no trânsito não é pertencente apenas aos motoristas comuns. Os taxistas e motoristas de ônibus, que fazem da rua a sua profissão, são alvos de reiteradas queixas na Strans.

Foto: Gabriel Tôrres/CT

Muitos taxistas acabam excedendo na velocidade para que possam voltar logo ao seu ponto, pegar mais passageiros e, consequentemente, obter mais lucros. A Strans recebe muitas queixas sobre esses profissionais, principalmente de pessoas que vem de outros estados e se assustam com a velocidade e abusos. “Pedimos que as pessoas denunciem para que possamos identificar e notificar o taxista”, diz a gerente de educação no trânsito.

Os abusos também são cometidos por motoristas de transportes coletivos. Muitos não respeitam os pedestres, que é o mais frágil no trânsito. “O cuidado tem que ser tomado do menor para o maior. Mas aqui em Teresina é o contrário que acontece. Você vai perto do ônibus e ele te fecha. Ele não está nem aí, ele é maior do que você”, finaliza Samyra.

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Capital Teresina

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