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Piauí está entre os estados com maior incidência de câncer de pênis no país

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Aproximadamente 6 mil novos casos de câncer de pênis são diagnosticados por ano no Brasil. Desse total, cerca de 400 pacientes morrem por conta da doença, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O médico José Ricardo Tuma da Ponte, membro do Departamento de Uro-oncologia da SBU, afirma que as maiores incidências desse tipo de câncer ocorrem no Maranhão, Pará, Piauí, Pernambuco e Bahia.

O câncer de pênis ocorre principalmente em homens com baixas condições socioeconômicas e de pouca instrução. Os fatores de risco são a má higiene íntima e a não realização da circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis), uma vez que o estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano.

Estudos científicos também indicam que a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) pode levar ao câncer de pênis.

Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), no Brasil esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

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O médico José Ricardo da Ponte ressalta que, além da letalidade ser elevada, chegando a 10%, o percentual de amputações provocadas por conta da doença é ainda maior, afetando 90% dos pacientes. “O câncer de pênis atinge principalmente a faixa etária dos 50 anos, mas às vezes ocorre em pacientes mais novos. E deve ser dada uma atenção especial a essa doença porque ela é mutilante, ela destrói o pênis e o indivíduo fica condenado a ficar privado da sua atividade sexual, principalmente quando é um tumor mais extenso, quando é preciso ser feita uma retirada maior do órgão. Quando os tumores são pequenos, dá para fazer uma amputação parcial e o indivíduo ainda consegue ter uma relação sexual com aquele segmento pequeno que ficou. Não é uma qualidade plena, mas ele consegue ter relação. Quanto mais avançada a doença, maior será a magnitude da amputação”, afirma o membro da Sociedade Brasileira de Urologia.


De acordo com o urologista José Ricardo da Ponte, a letalidade do câncer de pênis pode chegar a 10% (Foto: Arquivo Pessoal)

Em alguns casos, segundo José Ricardo, o tumor do pênis atinge essencialmente a pele, e apenas nesses casos não é necessário realizar a amputação do órgão genital, sendo feita apenas a ressecção (extração) da pele que cobre o pênis.

O urologista Jolberto Gonçalves de Carvalho, que atua no HTI e no Hospital da Polícia Militar, reitera que a falta de higiene é a principal causa da doença, seguido pela fimose, que é o estreitamento do orifício do prepúcio.

Os sintomas principais são a presença de feridas ou úlceras e tumores, associados a uma secreção branca. Quando o câncer já está bastante avançado, atingindo outros órgãos, também ocorre a formação de gânglios inguinais na virilha.

“A maioria dos casos ocorre em homens com nível socioeconômico baixo e que têm mais de 50 anos de idade, mas há também casos de jovens acometidos pela doença. Em geral, quando ocorre o câncer quase 100% dos casos resultam em amputação, ou parcial ou total, até porque, em geral, os pacientes procuram atendimento médico quando o câncer já está bastante avançado. E também por esta razão as mortes são provocadas por metástase [quando o câncer se espalha para outros órgãos] ou por complicação local, sobretudo infecção”, explica Jolberto Gonçalves.

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O urologista considera o câncer de pênis uma doença de “terceiro mundo”, que poderia ser facilmente evitada caso o poder público intensificasse as campanhas esclarecedoras sobre a doença, alertando para a necessidade de higiene nos órgãos genitais, de proteção nas relações sexuais e para a importância da cirurgia de fimose.


Infografia: Márcio Sena/O Dia

“Muitos homens ainda têm preconceito ou medo de fazer a cirurgia, mas ela é necessária, mesmo em adultos. Havendo necessidade, tem que fazer a cirurgia. Mas nós temos observado que houve uma diminuição nos casos de câncer de pênis nos últimos anos, no Piauí, graças às campanhas de esclarecimentos realizadas e aos mutirões de cirurgias que fizemos”, acrescenta o médico Jolberto Gonçalves.

O urologista afirma que o câncer de pênis é facilmente curável quando a doença é descoberta de forma precoce, inclusive através de uma cirurgia de fimose, que é considerada simples e cuja recuperação dura, em média, 15 dias.

“Quando o homem verificar qualquer alteração no órgão genital, ele deve procurar assistência médica imediatamente, sobretudo quando ocorrer o sintoma mais comum, as feridas que não cicatrizam ou que demoram a cicatrizar. O ideal é que o paciente seja examinado por um urologista, mas qualquer médico de posto também pode realizar o atendimento inicial. Os hospitais públicos mais indicados para esse tipo de atendimento são o Hospital Lineu Araújo, o Hospital Getúlio Vargas, o Hospital da Polícia Militar e o Hospital Universitário”, conclui o médico.

Fonte: Portal O Dia

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