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Piauienses têm renda 93% maior durante a pandemia da Covid-19,diz Ipea

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O Piauí foi um dos Estados do Brasil menos atingidos em renda e economia durante a pandemia da Covid-19, mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “Os efeitos da pandemia sobre os rendimentos do trabalho e o impacto do auxílio emergencial: os resultados dos microdados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem por Domicílio) Covid-19 de agosto”, produzido pelo pesquisador e economista Sandro S. Carvalho.

Segundo ,  Sandro Carvalho, os  dados mostram também que 6,2% dos domicílios (cerca de 4,25 milhões) sobreviveram apenas com os rendimentos recebidos do Auxílio Emergencial (AE), aproximadamente a mesma proporção que em julho. A proporção de domicílios exclusivamente dependentes do AE foi muito maior no Nordeste, ultrapassando os 13% no Piauí e na Bahia.

Além disso, em média, após considerar o AE, a renda domiciliar ultrapassou em 3% a que seria caso houvesse recebido rendimentos do trabalho habituais.

“Esse impacto foi maior entre os domicílios de renda baixa, em que, após o AE, os rendimentos atingiram 132% do que seriam com as rendas habituais.

Numa análise contrafactual, supondo que todos que receberam o AE recebessem a metade do valor em agosto (conforme será observado a partir de setembro), a renda domiciliar média se reduziria e, 5,3% com o AE reduzido, e quase 20% entre os domicílios de renda muito baixa. Entretanto, mesmo com o AE reduzido, os rendimentos domiciliares das famílias de renda muito baixa ainda seriam ainda 6% maior que as renda habituais”, afirma Sandro Carvalho.

Ele informa que os microdados da PNAD Covid-19 de agosto nos permitem avaliar que o AE foi suficiente para superar em 41% a perda da massa salarial entre os que permaneceram ocupados, um acréscimo de 25 p.p. em relação ao mês anterior.

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Os dados da PNAD Covid-19 de agosto são claros em mostrar, seja analisando por faixa de renda ou por região, que o papel do AE na compensação da renda perdida em virtude da pandemia foi proporcionalmente maior que no mês anterior, principalmente nos domicílios de baixa renda. Isto se deve, principalmente, ao fato de diferenças entre as rendas efetivas e habituais continuarem a diminuir de forma mais acentuada entre aqueles que foram mais atingidos, e também devido aos desembolsos do auxílio em agosto permanecerem no mesmo nível do mês anterior.

O estudo revela poucas diferenças no impacto da pandemia entre a renda efetiva e a habitual por gênero, entre chefes e não chefes de família e regiões metropolitanas ou não. Em contrapartida, o efeito da pandemia continua mais severo entre os idosos (85,6%) e menor entre os mais jovens (90,8%), e o impacto foi menor entre aqueles com ensino médio ou superior (89% para trabalhadores com médio completo e 91,1% para aqueles com ensino superior).

Entretanto, apesar de agosto apresentar menores diferenças entre as rendas efetivas e as habituais, de modo geral,  os impactos da pandemia sobre os rendimentos do trabalho continuaram evidentes, e o ritmo da redução dessas diferenças foi menor que o observado em julho.

Sandro Carvalho detalha os rendimentos médios efetivos e habituais por Unidade da Federação (UF). Sob essa ótica, os estados atualmente mais afetados pela pandemia, com uma renda efetiva de somente 86,5% e 87% da renda habitual, foram Rio Grande do Sul e Bahia, respectivamente.

Segundo ele, em contrapartida, os menos atingidos foram Amapá, Acre, Rondônia, Tocantins, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde a renda efetiva superou 93% da renda habitual.  Assim, o aumento dos rendimentos efetivos entre julho e agosto variou bastante entre os estados, com destaque para Sergipe, Paraíba e Amapá, que cresceram 4,8; 4,4; e 4,2 p.p., respectivamente.

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Os dados da PNAD Covid-19 de agosto confirmam que, quando consideramos a inserção dos indivíduos no mercado de trabalho, nota-se que as diferenças são muito mais acentuadas. O estudo  apresenta as diferenças entre os rendimentos médios efetiva e habitualmente recebidos por posição na ocupação. Conforme já observado nos meses anteriores, os trabalhadores não formalizados permaneceram mais duramente atingidos pela pandemia.

Os trabalhadores por conta própria receberam efetivamente apenas 76,7% do que habitualmente recebiam (contra 72% no mês anterior), tendo seus rendimentos efetivos médios alcançado apenas R$ 1.487,36. Entretanto, nota-se uma recuperação mais acentuada, pois esse valor representa um crescimento de 7,7% da renda efetiva em relação a julho. Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam efetivamente 86,1% do habitual (85% no mês anterior). Os empregadores também continuaram severamente atingidos, tendo recebido 81,2% do habitual, mas apresentado ainda um rendimento médio acima de R$ 4.800 – e um crescimento de quase 5%.

Em contrapartida, os trabalhadores formais foram consideravelmente menos atingidos. Por sua vez,  os dados  indicam que, em agosto, de acordo com os dados da PNAD Covid-19, 6,2% dos domicílios (cerca de 4,25 milhões) sobreviveram apenas com os rendimentos recebidos do AE, o que representa quase a mesma quantidade de domicílios que no mês anterior.

O estudo   revela também que o AE elevou a proporção dos domicílios de renda média. Também  mostra-se a  evolução  da  proporção  de  domicílios  que  receberam  apenas  o  AE  como  fonte de renda entre maio e agosto por UF.

Nota-se que a proporção de domicílios que apenas  receberam  o AE  tem-se  reduzido  de forma  muito  lenta  desde  junho,  quando alcançara 6,57%.

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O estudo  mostra também que a proporção de domicílios que sobreviveram apenas com o AE é significativamente maior no Nordeste e alguns estados do Norte.

Por exemplo, na Bahia, essa proporção atingira 13,6% em agosto,  tendo  crescido  de  forma  contínua  desde  maio.  Os  estados  do  Piauí,  Alagoas, Amapá, Sergipe e Ceará também apresentaram uma proporção de domicílios exclusivamente dependentes do AE acima de 10%.

Fonte: G1

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