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Bancos no Piauí funcionam apenas parcialmente meses após assaltos; “21 casos só este ano”

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Caixas eletrônicos explodidos, dinheiro espalhado, vidros quebrados e agências parcialmente destruídas… esse é o cenário recorrente em vários municípios após atos criminosos no Piauí. Quer seja o ‘Novo Cangaço’ ou outra quadrilha especializada em roubar instituições financeiras, a sensação é de insegurança aos moradores e servidores de bancos no estado. É o que revelou o Sindicato dos Bancários ao OitoMeia.

Segundo o Sindicato, até quinta-feira (05/07), foram 21 instituições assaltadas por criminosos nos seis primeiros meses de 2018. Esse número cresceu nesta sexta (06/07), após um assalto na cidade de Pimenteiras, distante 258 km de Teresina. Dentro dessas duas dezenas de crimes, estão inseridos atentados à carros-forte e caixas eletrônicos individuais.

Odaly Medeiros, vice-presidente da entidade, revela que os bancos assaltados meses atrás ainda não estão em pleno funcionamento, restringindo serviços e reabastecimento de dinheiro.

“Explodem um caixa e o banco não refaz, não querem abrir novamente. É uma política de encolhimento. Os bancos lucraram bilhões, mas ainda não sabem investir na segurança dos empregados e agências. Algumas agências que foram assaltadas este ano só estão funcionando as linhas de negócios, vendendo serviços ou fazendo ações simples, já que o banco precisa continuar funcionando. Apenas 10% já estão com os caixas normalizados para atender milhares de pessoas da região”, revelou à reportagem.

Ele afirma que as ações dos criminosos causam tantos prejuízos que as agências repensam sobre investimento e a população sofre com isso.

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“A gente fala que os banqueiros precisam encontrar outras formas de proteger as agências. Eles explodem bancos e ainda saem atirando, afrontando a polícia. Nas unidades afetadas, a maioria dos bancos nem estão interessados em abrir de novo, o que deixa os municípios mais distantes sem um serviço bancário de qualidade. Em Santa Filomena, o banco mais próximo fica em Bom Jesus, a 200 km de distância. O aposentado viaja, tenta receber e não tem dinheiro. O preço a se pagar é muito alto e muitas agências são assaltadas duas, três vezes em um ano”, disse.

BANCO ESCLARECE FUNCIONAMENTO PARCIAL

A maioria dos assaltos aconteceu em agências e caixas do Banco do Brasil. Através da assessoria, a empresa reconheceu que nem todas as unidades estão funcionando 100%, mas isso até todas as cláusulas de segurança da Polícia Federal serem atendidas. Com relação à segurança privada, que compete ao banco, ela é feita de forma rigorosa.

“Infelizmente, tivemos na maioria dos casos arrombamentos como esse de ontem (05) em Pimenteiras. As agências que funcionam apenas a parte de serviços é porque faltam completar itens componentes do plano de segurança homologado pela PF como fechaduras especiais, por exemplo. Isso já foi solicitado, mas somos reféns dos fornecedores. Não funciona totalmente porque não pode existir presença de dinheiro em espécie sem tais dispositivos de segurança”, esclareceu ao OitoMeia.

Caixa eletrônico do Banco do Brasil de Pimenteiras não tinha dinheiro (Foto: Divulgação)
CRIMES E OPERAÇÕES

Em fevereiro deste ano, houve três crimes contra agências bancárias nas cidades de Jaicós, Cocal e Angical. Todos aconteceram na mesma semana. Em um deles, um ônibus de turismo foi usado como barreira para impedir a passagem de veículos e o motorista foi usado como refém. Em outro, os bandidos fizeram um cordão humano para bloquear a ação da PM.

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Outros municípios como Piracuruca, Altos e Inhuma também tiveram agências arrombadas. Por outro lado, a polícia evitou um possível ataque no Norte do estado, quando prenderam uma quadrilha após perseguição entre Campo Maior e Castelo do Piauí. Além disso, carros-forte também foram alvo de criminosos. Em Altos, um segurança particular acabou morto após levar um tiro na cabeça durante ação de quadrilha. Em Jaicós, outro grupo explodiu o veículo, mas acabou preso depois que a PM fez barreiras em três estados limítrofes ao Piauí.

A Polícia já abriu duas investigações contra esses tipos de quadrilha e prendeu a Metalon, acusada de assaltos a bancos no ano passado. Ainda em abril, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) se reuniu com os banqueiros, buscando formas de melhorar a segurança das agências no interior do Piauí.

FONTE: Oito Meia

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