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Em ação paliativa, caminhões pipa distribuem 80 mil litros de água por dia no município de Jaicós

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Em uma ação paliativa, com o intuito de reforçar o abastecimento de água em Jaicós, está sendo realizada no município, desde o mês de setembro, a distribuição de água através de carros pipa.

A ‘operação’, realizada pela Defesa Civil, atende a sede do município e tem sido um importante apoio para a população, em meio a grave crise hídrica vivenciada pela centenária cidade.

Segundo informou o secretário municipal de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, João Bosco, cinco carros pipa atuam na ação e distribuem água em todos os bairros da cidade, com um limite de duas carradas de água por veículo, totalizando dez carradas entregues diariamente.

Bosco disse que cada caminhão pipa distribui 42 carradas de água por mês. No total, estão sendo entregues todos os dias, 80 mil litros de água, beneficiando diversas famílias jaicoenses.

“A água é distribuída na cidade completa, em todos os bairros. Tem bairros que pode demorar mais um pouco, porque a demanda é grande. Temos recebido algumas reclamações, mas de imediato a gente já entra em contato com o pipeiro para buscar resolver” ressaltou o secretário.

A distribuição da água é feita sempre no período da manhã. Para facilitar o trabalho, é pedido que os moradores deixem os recipientes em um local de fácil acesso. “O que a gente pede é que as pessoas coloquem seus reservatórios fora para que na hora que o caminhão pipa passar seja abastecido. Tem pessoas que querem que coloque no muro, no fim de casa, mas infelizmente a gente não tem como porque os pipeiros não tem uma mangueira que chegue até lá, até porque é um material muito caro”.

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O secretário também destacou que água é disponibilizada para todos. “Nem todo mundo pode ficar em casa aguardando o caminhão pipa passar, então as vezes a pessoa não está, ou outra hora está com a casa fechada e não vê quando o carro passa e fica sem pegar água. Mas a gente não tem essa história de discriminar, deixar água para fulano e para sicrano não. É para todo mundo. Se acontece algum erro a gente já tenta corrigir. Quando reclamam eu ligo para o pipeiro e eles informam que se alguém não pegou era porque a casa estava fechada”.

Bosco ainda explicou que, pela quantidade de água entregue nas residências, às vezes o pipeiro não consegue atender toda a demanda diária. “Outra coisa é que no início da distribuição de água o carro pipa conseguia atender até 5 ruas, e hoje só faz duas. Isso porque as pessoas no começo pegavam em balde, tambor, e hoje muitos colocam caixas d’água e assim demora mais chegar no final do bairro. Muitas vezes o pipeiro tinha uma programação e não consegue chegar até a rua programada, então tem que ficar para outro dia” disse.

Josefa Joana Inês, moradora do bairro Nova Olinda, é uma das beneficiadas pela ação. Ela disse que desde o início recebe água em sua residência. “Sempre tô pegando a água do carro pipa e dou graças a Deus, pois se não fosse ela ficava difícil para lavar roupa, porque a outra a gente usa pra banhar e para as outras coisas. Estou recebendo direitinho de 8 em 8 dias”.

Ela disse que sem a água que está recebendo, seria mais difícil. “Do carro pipa eu encho os tambor para lavar a roupa e compro para a caixa de mil litros que tenho. Se não fosse essa água que estão entregando ia ter que gastar mais ainda comprando ou ter que pedir água a quem tem poço. No tempo que secou o açude a primeira vez eu saia para lavar roupa na lavanderia da Gameleira, mas hoje eu não aguento mais fazer isso, então dou graças a Deus por receber essa água”.

José Eusébio, 77 anos, estava sentado na calçada de sua residência aguardando o carro pipa passar. Ele colocou seus recipientes na varanda para facilitar o recebimento da água.

Ao Cidades na Net, seu José disse que é bem atendido pelos pipeiros. “Tem dia que acaba na minha vez, em outro só da para encher uma ‘vasilinha’, mas eu digo ‘ta bom também, tô agradecido’. O pipeiro é um menino bom, tem muita paciência com a gente e atende direitinho. A gente tem que agradecer porque a pessoa recebe uma água dentro de casa, com todo respeito”.

Ele também falou que é agradecido por poder receber a água. “Eu tenho prazer e satisfação de receber essa água, e no dia que não der não tem problema, a gente tem que se conformar. Não vou reclamar, a gente ‘caça’ outro jeito, tem um chafariz ali e um rapaz que mora comigo vai buscar, e pronto. Se não tivesse essa água era mais ruim, então estou satisfeito, graças a Deus”.

Eva Isabel de Carvalho, que reside na rua Fernando Bessa, bairro Serranópolis, disse que nunca ficou sem receber a água em sua casa. “Desde o início tenho recebido água aqui na minha casa, e não tenho nada a reclamar. Sempre que o pipeiro passa, eu estando em casa ou não, pego a água, pois quando não estou deixo a chave com a vizinha e peço para ela abrir o portão. Eles passam de 8 em 8 dias”.

Ela ainda falou que a ação ajuda muito diante da crise enfrentada. “Para quem tem poucas vasilhas a água não dá para 8 dias, mas mesmo assim já é uma grande ajuda. Deixo os recipientes na garagem e nunca deixei de receber a água, as vasilhas que vocês tiver eles enchem. E essa ação é muito importante, pois na crise que está não tem condição da gente comprar água todo dia” concluiu.

A Defesa Civil liberou a realização da operação na cidade por um período de três meses, e a mesma deve ser encerrada em dezembro. No entanto, o secretário João Bosco disse que o objetivo é buscar prorrogar a ação.

“Segundo o secretário de Defesa Civil tem recurso assegurado para 90 dias, então a operação encerra em dezembro. Mas no final desse prazo vamos reunir esforços para tentar conseguir a prorrogação dessa ação, pois sabemos que o problema de Jaicós vai demorar a ser resolvido. Vamos tentar prorrogar pelo menos por mais três meses” finalizou.

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