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Residentes em Portugal, piauienses relatam vida em tempos de pandemia

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A pandemia do Coronavírus é algo que tem mexido com as mais diferentes esferas econômicas dos países atingidos, além das físicas e emocionais de quem reside em um local onde hajam casos confirmados e até mortes pela doença.

O Cidadesnanet conseguiu contato com duas piauienses que residem em diferentes cidades de Portugal, país europeu e um dos que mais tem sofrido com a pandemia. Em entrevista, elas falam sobre a atual rotina vivenciada pelas mesmas, as dificuldades e os medos, além da preocupação com as famílias que estão no Brasil.

Estudante de Ciências Políticas e Relações Internacionais na Universidade Católica de Lisboa, a picoense Cinthia Araújo relatou que as aulas que, outrora eram presenciais, agora se fazem por meio de plataformas online.

“Aqui praticamente tudo está fechado. Supermercados e hospitais são os únicos abertos, e a imigração também. Mas houve diminuição no horário de atendimento desses estabelecimentos. Agora só funciona das 09h00 às 17h00. Já na universidade, nossas aulas passaram a ser online, tudo pela plataforma da universidade. Até as provas são online”, disse ela.

Por Portugal ser um país que vive do turismo, a jovem informou que os prejuízos financeiros estão sendo enormes. “Os prejuízos financeiros são muitos. Portugal é um país que vive do turismo. Então, com bares, restaurantes e shoppings fechados, faz com que o dinheiro passe a ter pouca movimentação”.

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Cinthia destacou que as pessoas estão realmente cumprindo o prazo de quarentena, com pouca movimentação nas ruas. Ela frisou que, diferente da Itália que os trabalhadores de fábricas cogitam paralisação na produção de alimentos, os supermercados de Portugal estão abastecidos e não há uma preocupação em relação a isso.

A jovem disse que mesmo com grande número de infectados no país, o medo e apreensão maiores está ver os familiares no Brasil, pois os brasileiros ainda não tomaram consciência sobre o poder da doença.

“Eu fico mais preocupada pelo Brasil, pelo descaso, pela despreocupação até agora. Fico mais preocupada com que está aí do que o contrário. Aqui a situação está ruim, mas as medidas de precaução foram tomadas com antecedência. Estamos de quarentena desde o dia 11 de março, saindo o mínimo possível, tentando passar 24h por dia em casa”, frisou.

A piauiense e jornalista Maria Nilza Carvalho, natural de Paulistana, nora na cidade de Braga, a 360Km da capital do país (Lisboa). Na cidade europeia ele cursa seu Mestrado em Comunicação. Longe de casa, da família e de amigos, a jovem senhora explana sua preocupação com a vida na Europa.

Maria Nilza de Carvalho

“Estamos assim, reclusos, tensos, apreensivos, sem perspectivas. Nos sentimos em um filme apocalíptico, tipo Bird Box, em que o perigo está fora de casa, mas nos espreita silenciosamente, buscando uma brecha para entrar. Ontem fui ao supermercado, chegando lá estava fechado, mudou o horário de atendimento, durante o percurso de menos de 1 km, encontrei no máximo 4 pessoas e 70 % usavam máscaras. É estranho e um pouco assustador ver as pessoas passarem de carro com máscaras”, mencionou.

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Ela relatou que tudo aconteceu muito rápido. Em uma semana estava com colegas de mestrado discutindo temas relacionados ao curso, na semana seguinte, a comunicação só era possível (até hoje) via videochamada.

“A Universidade do Minho está fechada desde o dia 09 de março, isso após a confirmação de um aluno do curso de História com a doença. Estamos sem aulas presenciais há uma semana. A direção do curso tem tentado encontrar alternativas para que não prejudique o ano letivo. Alguns professores realizam teleaulas, mas tem algumas disciplinas que terão o conteúdo programático afetado, como Indústrias Culturais, que havia um projeto dos alunos assistirem a 10 espetáculos no teatro da cidade de Porto. Como os espetáculos foram todos suspensos, o projeto foi inviabilizado”, relatou a jornalista.

Foto tirada há duas semanas em grupo de estudo (Nilza é a de óculos)

Hoje, os estudos são realizados via Skype ou por meio de ligações no Whatsapp

Ela destacou ainda que pelo fato do país ser pequeno (92, 212 KM²), menor que o estado do Piauí, tudo é muito perto. “As cidades são muito próximas, de fácil mobilidade. Então o vírus também tem essa vantagem. O que nos resta é ver a vida através da janela, por uns dias, até que se tenha o controle da situação”.

Os primeiros casos foram registrados na cidade de Porto, que é onde estão a maioria dos casos registrados no país, segundo as piauienses. O número tem se elevado consideravelmente. Em uma semana os casos passaram de 60 para 1000, fazendo com que o país entrasse em estado de emergência.

Shoppings e ruas vazias ou com pouca movimentação

Os trabalhadores autônomos, mais prejudicados com a crise, receberão do governo a quantia de 500 euros, um pouco abaixo do salário do país. Taxas de água e luz terão descontos ou não serão cobradas. Planos de internet têm aumentado os pacotes para as pessoas que estão em quarentena.

Dados da pandemia de Coronavírus em Portugal (24.03)

Muito brasileiros que estavam em intercâmbio ou tinham acabado de chegar ao país retornaram ao Brasil por conta da pandemia.

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Dados numéricos: https://covid19.min-saude.pt/

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