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MUNICÍPIOS

‘Falou que preto não usa tênis de marca’, diz jovem agredido em Dom Expedito Lopes

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Medo, dor e revolta. Esses são os sentimentos do estudante Mateus Rodrigues de Sousa Martins, 20 anos, que foi agredido verbalmente e fisicamente, segundo ele, por ser negro. O caso aconteceu no povoado Buriti Grande, no município de Dom Expedito Lopes a 281 km ao sul do Piauí.

Segundo Mateus Rodrigues, ele estava chegando à casa da avó, quando o agressor, que é um colega seu, se aproximou e o questionou onde ele tinha conseguido o tênis que usava.

“Ele queria saber onde eu tinha conseguido (o tênis) porque segundo ele, eu não poderia usar aquele tipo de tênis, nem roupa de marca pelo fato de eu ser negro. Ele falou que preto não usa tênis de marca, não pode se mostrar. Eu respondi dizendo que tinha comprado com meu dinheiro, ele ficou com raiva e começou a me bater”, contou.

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Ainda de acordo com o estudante, quando, durante a discursão tentou se defender e disse que iria denunciá-lo, o agressor o ameaçou dizendo que o mataria caso a denúncia fosse feita. O fato acontece na noite de segunda-feira (3).

Na mesma noite, a vítima e a mãe foram à delegacia de Picos registrar um boletim de ocorrência. Mateus foi encaminhado ao hospital e a equipe médica constatou que o rapaz apresentava fraturas no rosto e que o nariz estava quebrado. Até a manhã desta quinta-feira (6), a publicação já tinha mais de 1 mil curtidas e 506 compartilhamentos.

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Jovem foi agredido em caso de rascimo no Sul do Piauí (Foto: Mateus Rodrigues/ Arquivo Pessoal)
Jovem foi agredido em caso de rascimo no Sul do Piauí (Foto: Mateus Rodrigues/ Arquivo Pessoal)

Após o crime a irmã do estudante, Mylla Rodrigues, publicou em uma rede social as fotos do irmão após a agressão. Em conversa com o G1, ela contou como a família está se sentindo, e disse que o agressor sempre deu indícios de ser violento.

“Ele (agressor) já tinha agredido verbalmente meu irmão. Todos o conhecem na cidade e sabem que ele é agressivo. Minha família sempre nos ensinou que não importa a cor que temos, todos somos pessoas, então quando faziam alguma piadinha, apenas não ligávamos. Mas agressão física nunca tinha acontecido. Minha família está inconformada com tudo. Fizemos o B.O e nada ainda aconteceu. Estamos nos sentindo injustiçados”, disse.

O G1 tentou contanto com o delegado que está acompanhando o caso, mas não obteve retorno.

G1

Fotos: G1 e Picos 40 Graus

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