Connect with us

Teresina

Teresina 171 anos: conheça os rios que banham a única capital do Nordeste que não tem mar

Publicado

em

A capital do Piauí, Teresina, completa 171 neste dia 16 de agosto e para contar um pouco de sua história é fundamental falar sobre os rios que banham a cidade, rio Poti e Parnaíba. Atualmente, esses rios sofrem inúmeros problemas como assoreamento, a proliferação de plantas aquáticas e o alto índice de poluição.

Mas nem sempre foi assim. Conforme o diagnóstico da situação dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba (BHRP), realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o rio Poti e, principalmente, o Parnaíba, até o século XIX, eram usados para o desenvolvimento extrativista e expansão da pecuária.

“E um processo muito grave também é o desmatamento das matas ciliares, que são aquelas que protegem as margens do rio. Que quando chove, assoreia os rios, jogando partículas do solo para dentro do rio, que por sua vez fica mais raso, mais largo, contribuindo para grandes enchentes”, explica Averlar Amorim, coordenador o comitê da BHRP.

O rio Parnaíba, segundo mais importante do Nordeste, perdendo apenas para o rio São Francisco, deságua em forma de delta no Oceano Atlântico, sendo conhecido como o “Delta das Américas”, terceiro maior do mundo.

População reclama da poluição no Rio Poti em Teresina — Foto: Gil Oliveira/G1

População reclama da poluição no Rio Poti em Teresina — Foto: Gil Oliveira/G1

“Por meio desses rios a história do Piauí e, principalmente, de Teresina foi construída e desenvolvida. É muito triste ver a atual situação deles, mas temos esperança que podemos reverter essa situação com muito trabalho e colaboração de todo o povo do Piauí”, afirma Avelar.

Publicidade

Rio Parnaíba

Teresina, sendo uma das primeiras capitais planejadas do Brasil, foi projetada e construída, estrategicamente, às margens do médio Parnaíba, entre a Barragem de Boa Esperança e a foz do rio Poti.

alto Parnaíba compreende das nascentes do rio, nos contrafortes da chapada das Mangabeiras, sul dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, até a Barragem de Boa Esperança. Já o baixo Parnaíba parte da foz do rio Poti, em Teresina, até o oceano Atlântico, em Parnaíba.

Rio Parnaíba, no Piauí, em Nazária — Foto: Reprodução/TV Clube

Rio Parnaíba, no Piauí, em Nazária — Foto: Reprodução/TV Clube

O rio se estende de Norte a Sul do estado piauiense, tendo uma extensão de 1.430km.

Rio Poti

O rio Poti é um importante afluente do rio Parnaíba que se localiza no médio e alto Parnaíba. Sua bacia abrange uma superfície de aproximadamente 52.200 km², na região Norte do Piauí.

Este rio deu origem à antiga Vila do Poti, hoje bairro Poti Velho, a partir de onde Teresina foi fundada. Por meio dele, pescadores, artesãos e comerciantes tiram o sustento de cada dia desde o século XIX.

Publicidade
Rio Poti em Teresina com vista da Ponte da Frei Serafim e da Zona Leste da capital — Foto: Reprodução/TV Clube
Rio Poti em Teresina com vista da Ponte da Frei Serafim e da Zona Leste da capital — Foto: Reprodução/TV Clube

Suas nascentes se originam no contraforte oriental da Serra Grande, no estado do Ceará, na cota de 600m. Sua extensão é de 550 km.

Linha do tempo da BHRP

  • Século XVII – início da ocupação, às margens e ao longo do rio Parnaíba e seus afluentes, com desenvolvimento extrativista;
  • Século XVIII – expansão da pecuária e do comércio de carne seca; desenvolvimento de núcleos urbanos sobre a liderança de imigrantes;
  • Século XIX – criação da alfândega em Parnaíba para agilizar as atividades de exportação (antiga Vila Parnaíba); declínio da agricultura e pecuária; mudança da capital Oeiras para a Vila do Poti (Teresina);
  • Século XX – perda de espaço no âmbito econômico; inicio da integração do mercado mundial com a exportação de borracha por vias fluviais; introduzidos alguns projetos de irrigação pelo (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) DNOCS; entrada em operação da usina Presidente Castelo Branco, gerando energia a partir da barragem Boa Esperança.

Somos todos Parnaíba

Com apoio da Agência Nacional de Água e Saneamento (ANA) e Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba (CBHRP). O comitê é um colegiado de natureza consultiva, deliberativa e normativa que reúne 50 representantes.

Fazem parte do comitê usuários da água, da sociedade civil e organizada e do governo. Seu objetivo é encontrar, de forma coletiva e participativa, melhores soluções para o aproveitamento e para a preservação da água.

A BHRP tem 333,952 km² e abrange 10 sub-bacias que levam o nome de seus principais cursos d’água, são elas: Boa Esperança, Alto Parnaíba, Baixo Parnaíba, Balsas, Canindé, Gurgueia, Itaueira, Longá, Médio Parnaíba e Poti.

Bacia hidrográfica do rio Parnaíba e suas UPH referentes à sub-bacias, de acordo com a Codevasf — Foto: Reprodução / CBHRP
Bacia hidrográfica do rio Parnaíba e suas UPH referentes à sub-bacias, de acordo com a Codevasf — Foto: Reprodução / CBHRP

Os 50 representantes do comitê serão divididos entre duas pessoas da União, oito do Ceará, 14 do Maranhão e 26 do Piauí.

Fonte: G1

Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS