POLÍCIA
Cozinheiro denuncia agressão de policiais militares por homofobia no Piauí
Um cozinheiro, de 38 anos, denunciou quatro policiais militares pelo crime de homofobia. Além dos PM’s, o ex-companheiro e a mãe também foram denunciados. Segundo a vítima, na última semana, ele foi até uma residência no bairro Lourival Parente, na zona Sul de Teresina, buscar uma quantia em dinheiro a pedido do próprio ex, pois ele estava devendo, quando foi surpreendido com a mãe do ex-companheiro chegando ao local acompanhando dos policiais.
A vítima registrou boletim de ocorrência e também buscou a Defensoria Pública e a Corregedoria da Polícia Militar para denunciar a agressão. O cozinheiro relatou que foi agredido pelos policiais e estava sendo acusado de manter o ex em cárcere privado.
Em entrevista ao Jornal do Piauí desta quarta-feira (27), o cozinheiro relatou o caso.
“O filho dela estava me acusando de mantê-lo em cárcere privado. Os policiais me jogaram no chão, me pisaram, me chutaram, me mandaram criar vergonha na minha cara. Que eu tinha que procurar uma mulher, tipo como uma homofobia. Um dos policiais pegou as minhas duas mãos, começou a torcer e eu gritei porque ele ia quebrar. Quando eu comecei a gritar, a população também gritou para eles pararem porque eu era um cidadão. A vizinhança via que eu sempre ia lá. Eu sempre conversava com ele lá fora; nunca fui lá por maldade. Eu fui lá buscar por um dinheiro que era meu. A mãe dele não assume que o filho dela gosta. Ela dizia que eu era um doente”, relatou a vítima.
Além disso, o cozinheiro afirmou que a agressão só acabou porque um dos policiais pegou o celular dele para ler as mensagens. Elas comprovam que o cozinheiro foi chamado até o local para buscar o dinheiro.
“No que eles leram as mensagens, baixaram a bola. Ele pediu o celular, e eu disse que iria mostrar as mensagens porque se eu estava lá foi porque ele me chamou. Aí mandaram eu subir na moto e ir embora. Eles ainda conferiram a minha moto pra saber se era roubada. Eu não tinha uma arma de fogo, uma faca. Eu fui pra casa, peguei meu documento e fui registrar o B.O, mas o policial lá não quis registrar. Aí, outro policial disse: esse caso é o mesmo da mulher que veio agora. A mãe dele falou com os policiais. Sabe, eu não conseguia dormir, eu me sentia um ninguém. Elas até passaram aqui na rua e pegaram meu endereço”, disse o cozinheiro.
Durante a reportagem, a vítima também denunciou que, no dia da agressão, não conseguiu registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia da área, mas o ex-companheiro fez o registro. Ele, inclusive, chegou a ser intimado. O cozinheiro só conseguiu registrar o boletim na Central de Flagrante.
“Tudo isso aconteceu porque eu sou homossexual porque se fosse outra pessoa, e com outra cor, ele teria feito o meu boletim de ocorrência. O único órgão que me tratou bem, e como cidadão, foi a Defensoria Pública”.
Sindicância
O tenente-coronel Jhon Feitosa garantiu que o caso está sendo apurado. “Imediatamente, o corregedor-adjunto determinou a instauração de sindicância para identificar os policiais que praticaram esse fato porque ele mencionou nem declinou nomes, nem indicou viatura que participou dessa ocorrência”, disse.
O coronel também informou que a partir dessa sindicância será apurado as circunstância dos fatos. “Ele já informou que a viatura foi ate o local a pedido da sogra dele. Após essa apuração, a corregedoria tomará as medidas legais que o caso requer”.
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