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Exploração sexual infantil nas rodovias do Piauí cresce 139%

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É um crime que ocorre no movimento das estradas e, quase sempre, no período noturno. A exploração sexual infantil nas rodovias federais que cortam o Piauí teve crescimento de 139%, entre os anos de 2019 e 2020. O levantamento é da ONG Childhood Brasil, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que verificou no Estado 103 pontos vulneráveis onde crianças e adolescentes se arriscam vendendo sexo. Na última pesquisa, esse número era de apenas 43. 

O aumento assustador colocou o território piauiense entre os seis piores do país e bem acima do índice nacional, que teve alta de 47%. Segundo a PRF, o mapeamento desses locais é feito de dois em dois anos e serve como direcionamento das ações de forma efetiva, no enfrentamento aos crimes de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Na pesquisa atual, foram identificados 3.651 pontos que podem ser perigosos para meninos e meninas em todo o país, mais da metade deles em locais críticos.

“Esses pontos podem classificados como diversos tipos, como postos de combustíveis, bares e até outros pontos comerciais que tem ao longo das estradas que, geralmente, favorecem a aglomeração de pessoas, em sua maioria homens, e que termina tendo, também a presença de menores para a exploração sexual infanto juvenil, facilitando, assim, a prática desse tipo de crime”, pontuou o inspetor Stênio Pires, superintendente da PRF no Piauí.

Stênio Pires, Superintendente da PRF no Piauí (Foto: Reprodução/ UFPI)Stênio Pires, Superintendente da PRF no Piauí (Foto: Reprodução/ UFPI)

Ainda, conforme os dados, a maioria dos locais mapeados no Piauí está situado nas BRs 343 e 135, no sul do Estado, tendo mais incidências nos trechos urbanos das rodovias que cortam os municípios de Teresina, Floriano e Bom Jesus. Entretanto, também. foi verificado um crescimento de 300% em pontos localizados em áreas rurais, saindo de nove para 36 locais vulneráveis, o que, segundo a PRF, seria consequência da pandemia da Covid-19.

“Com a pandemia, muitos estabelecimentos comerciais dentro das cidades foram fechados, então muitos desses jovens podem ter migrado para as estradas por que o transporte de cargas praticamente não parou em momento algum, ou seja, a movimentação nas rodovias não teve alterações com as medidas restritivas adotadas por estados e municípios”, detalhou o inspetor, acrescentando que os jovens, então, migraram para locais situados no interior como postos ou pequenos comércios.

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Para a Childhood Brasil, que trabalha na elaboração dos dados com a PRF, a cada dois anos, é sempre importante ampliar o olhar sobre essas situações de risco antes que o crime aconteça. “Já que é uma situação, muitas vezes, invisível, tão pouco percebida pela população em geral, quanto mais a gente consiga mostrar esses pontos vulneráveis, maior será a efetividade da redução desse tipo de criem”, disse Eva Dengler, gerente de relações empresariais da Ong.

Rodovia no Piauí (Foto: Reprodução/ PRF-PI)Rodovia no Piauí (Foto: Reprodução/ PRF-PI)

E são nos postos de combustíveis, mais precisamente nos estacionamentos, onde existem locais com pouca iluminação, que ocorrem a maioria do atos. Nesse sentido, o Ministério Público do Piauí faz um apelo para que caminheiros, bem como a sociedade em geral, possa fazer denúncias desse tipo de prática. De acordo com a promotora Joselisse Carvalho, da vara da infância e juventude, em muitos casos esses menores são agenciados por criminosos

“Muitas crianças e adolescentes são agenciadas por criminosos, que ganham sobre a exploração sexual, e elas acabam aceitando por influência da família como forma de ajudar na renda familiar. Então é muito importante que a população fique alerta para oferecem denúncias à Polícia Militar, por meio do 190, PRF ou até mesmo o Conselho Tutelar”, frisou, passando o recado, também, para os caminhoneiros que não compactuam com esse tipo de crime. “Não deixem que isso aconteça, denunciem”, disse.

Promotora Joselisse Carvalho (Foto: Divulgação)Promotora Joselisse Carvalho (Foto: Divulgação)

Por João Henrique Bezerra | Meio Norte 

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