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Estudos apontam que mais de 50 milhões de raios caem em Teresina no período chuvoso

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Muitas pessoas têm se surpreendido com a intensidade das chuvas nos últimos dias em todo o Piauí, inclusive em Teresina. No entanto, uma grande preocupação também chega com o período chuvoso: a incidência de raios. A capital piauiense é a terceira do mundo a registrar maior ocorrência desse tipo de fenômeno atmosférico e estudos apontam que mais de 50 milhões de raios caem em Teresina durante o período chuvoso.

É o que afirma o pesquisador Carlos Alberto, da Universidade Federal do Piauí (Uespi), especialista em raios e trovões. Ele explica que a concentração de nuvens sob a capital leva a uma amplificação no que se refere a descargas de raios. “Nós somos campeões mundiais na emissão de raios, são 50 milhões que caem”, confirmou.

Professor Carlos Alberto (Crédito: Tatiara de França)
Professor Carlos Alberto (Crédito: Tatiara de França)

Os raios são descargas elétricas atmosféricas, produzidas entre o contato de nuvens de chuva com a terra e podem ser perigosos. A descarga elétrica precisa de um meio de condução que acaba por ser um meio material e como os raios são partículas que se movimentam eme ambos os sentidos (podem vir da nuvem ou subir da terra), é importante adotar medidas seguras e preventivas durante uma tempestade com raios para não acabar sendo atingido por um deles.

“Nós estamos tratando da ordem de 200 milhões de volts, 200 mil ampères. Uma tomada convencional possui 220 volts e 1,5 ampère, só para termos a noção da dimensão do choque ocasionado por um raio”, alertou o especialista.

A recomendação é ter muito cuidado ao sair na chuva quando há incidência de raio. O mais apropriado é se proteger dentro de casa e não utilizar aparelhos ligados à eletricidade, pois reforça os perigos da descarga elétrica provocadas pelos raios.

“Não fique próximo a postes e árvores, se proteja dentro de uma edificação ou dentro de um automóvel, pois você tem mais proteção”, declarou Alberto.

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De acordo com o professor, devido a algumas características da cidade como a sua elevação, faz com que Teresina se torne alvo fácil para os raios.

Mais chuvas

Milcíades Gadelha, especialista em climatologia explica que a quantidade das chuvas superou as expectativas em todo estado e em algumas regiões passou da média. Segundo ele, em decorrência das consequências do fenômeno El Niño, as previsões de chuva para os três primeiros meses de 2016 seriam abaixo da média, mas somente no mês de janeiro as chuvas atingiram índices duas vezes acima da média climatológica do estado.

O especialista afirma que o período destinado às chuvas mais intensas deve prosseguir até o mês de maio.

130 pessoas morrem eletrocutadas por ano no Brasil

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), quando raios estão caindo próximo, uma pessoa está sujeita a ser atingida diretamente por eles. A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é algo em torno de 1 para 1 milhão.

No Brasil é estimado que cerca de 130 pessoas morrem por ano atingidas por raios e cerca de 500 ficam feridas. Entretanto, a maioria das mortes e ferimentos não é devida à incidência direta e sim a efeitos indiretos associados a incidências próximas ou efeitos secundários dos raios e efeitos secundários normalmente associados com incêndios ou queda de linhas de energia induzidos por descargas que venham a atingir uma pessoa.

“O choque causa o estiramento da fibra muscular e quando você recebe uma descarga elétrica, o coração para e o sangue deixa de circular no corpo. Em 3 segundos você deixa de ter oxigênio na cabeça e a pessoa morre”, acrescentou o professor Carlos Alberto.

A corrente do raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através de aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. A extensão dos danos depende da intensidade da corrente, as partes do corpo afetadas, as condições físicas da vítima e as condições específicas do incidente.

Cerca de 30% das vítimas atingidas por raios morrem devido a paradas cardíaca e respiratória, e cerca de 70% dos sobreviventes sofrem por um longo tempo de sérias sequelas psicológicas e orgânicas como perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e distúrbios do sono.

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Raio pode cair inúmeras vezes no mesmo lugar

É bem provável que você já tenha ouvido falar que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar, mas de acordo com o professor universitário Carlos Alberto, essa afirmação não passa de um ditado popular. Segundo ele, não importa qual seja o local, ele pode ser atingido repetidas vezes durante uma tempestade e o mesmo pode acontecer até com pessoas que estejam em situações que as coloquem como condutores.

Ele citou um exemplo de uma casa localizada no Ceará que fica entre duas torres e que já foi atingida pela descarga elétrica de raios nove vezes. “Isso acontece porque ela é feita com um barro típico da região que na sua composição tem concentração de ferro e no ponto central da casa é só ferro, por isso ela se torna uma antena captadora de raio que concentra todas as descargas”, afirmou.

Nos Estados Unidos, o guarda florestal norte-americano Roy Sullivan foi atingido sete vezes durante sua vida. Por sorte, sofreu apenas pequenas queimaduras, contusões, tombos e roupas rasgadas.

“A melhor saída mesmo é ficar dentro de casa durante as chuvas com raios e se estiver na chuva deite no chão e curta a chuva, pois assim você fica em um patamar de igualdade e não se torna uma antena que pode receber a carga elétrica dos raios”, completou.

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