GERAL
Obra da Transnordestina demitiu 3,6 mil operários; ‘praticamente parada’
Uma das obras mais importantes para o Piauí, a ferrovia Transnordestina, está praticamente parada. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas e Obras de Terraplanagem no Piauí (SintePav), Edivan Feitosa, a obra, que já contou com quase quatro mil operários, atualmente está apenas 150 trabalhadores. O projeto da Transnordestina prevê a construção de 424 km de ferrovia no estado.
A Transnordestina Logística S/A foi procurada pela reportagem, mas até a publicação da matéria não deu nenhum posicionamento.
trabalhos da ferrovia (Foto: Patrícia Andrade/G1)
“A obra está praticamente parada porque esses operários que ficaram estão só finalizando seus contratos, para a empresa não demitir e evitar pagamento de multa. Logo no início da obra eram quase quatro mil funcionários, agora apenas 150 trabalham no lote que fica na cidade de Simplício Mendes. Os outros cinco lotes estão parados e sem operários no local”, contou Edivan.
A Transnordestina interligará os estados do Piauí, Ceará e Pernambuco aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), e começou a ser construída em junho de 2006, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ferrovia deveria ter ficado pronta quatro anos depois, ao final do mandato. De acordo com o governo federal, o projeto prevê 2.304 quilômetros de ferrovia, beneficiando 81 municípios, 19 no Piauí, 28 no Ceará e 34 em Pernambuco.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas e Obras de Terraplanagem no Piauí (SintePav), a última vez que a obra funcionou em sua normalidade foi em outubro de 2015.
“De lá para cá ocorreram várias paralisações e muitas demissões, cerca de 3.600 operários dispensados desde outubro. Nunca mais voltou a funcionar normalmente. Para que isso ocorra, a obra tem que contar com cerca de quatro mil funcionários, mas a realidade está longe disso”, contou Edivan.
Conforme o projeto do governo feredal, a Transnordestina, que tem 423 km em solo piauiense, terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas anuais, com destaque para granéis sólidos (minério e grãos).
O atraso na conclusão da ferrovia Transnordestina prejudica a expansão do agronegócio e da mineração no Piauí, que vê nesse empreendimento a chance de potencializar o transporte de cargas, escoando grãos e minérios até o mar a custos mais baixos.
G1
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