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Fiação de internet instalada por empresas clandestinas causa prejuízo em 50 mil postes no PI, diz Anatel
Cerca de 50 mil postes estão em situação crítica após a instalação clandestina de cabos de internet no Piauí, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A fiação colocada fora do padrão pode provocar a inclinação e a queda dos postes, e até mesmo acidentes.
Em entrevista à TV Clube, o executivo de manutenção da Equatorial Piauí, Eduardo Abreu, afirmou que o número de empresas que fornecem internet por fibra ótica aumentou nos últimos anos. As responsáveis por ligações clandestinas, no entanto, ainda não foram identificadas ou notificadas.
“Nossa área de segurança já convocou, já teve reunião, conversam sempre sobre isso. Porém toda hora aparece aí uma empresa de internet, fibra ótica, estão fazendo ocupações clandestinas nos nossos postes. E nós não sabemos, não identificamos de quem são essas empresas”, disse o executivo.
Há poucos dias, no bairro Itararé, Zona Sudeste de Teresina, um caminhão ficou preso em cabos de fibra óptica ao tentar atravessar uma avenida. Ao forçar a passagem, o veículo rompeu a fiação e derrubou um poste. Centenas de pessoas da região ficaram sem energia elétrica.
“A energia faltou em todo o quarteirão e, pra reestabelecer, demorou muito. Aqui são empreendedores, comerciantes, escolas. Sem falar também que afeta até os semáforos, que param de funcionar e geram o caos no trânsito. É uma questão recorrente”, comentou o vice-presidente da Associação de Moradores do bairro, Libonato Rocha.
O engenheiro eletricista Marcelo Máximo explicou que o uso de postes é liberado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Anatel, contudo, deve ser disciplinado por contrato entre empresas de telecomunicações e distribuidoras de energia elétrica.
“[O poste] é projetado para determinado esforço. Três, quatro empresas diferentes de telecomunicação usando a estrutura, ela pode colapsar, quebrar. É necessário haver um acordo entre as empresas. Já houve relatos, inclusive, de acidentes de trabalho, onde o operário da empresa de telefonia chega muito próximo da parte energizada da estrutura”, comentou.
Atualmente, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado do Piauí (Sinttel) cobra fiscalizações da Equatorial Piauí, para analisar as instalações feitas por contratados de empresas.
“Com a disseminação dos provedores de internet, muitas vezes por bairro, sem ser regulamentado, eles acabam culpando sem a autorização dessas empresas concessionárias de energia. Muitas vezes as operadoras oficias pagam um valor por essa ocupação, mas cabe também à concessionária fazer essa fiscalização”, revelou o presidente do Sinttel, Cochise Ferreira.
A Anatel reforçou ainda que tem se mantido atenta aos desafios de convivência harmoniosa entre as empresas de telecomunicações e as distribuidoras de energia elétrica do Piauí.
Fonte: G1 Piauí
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