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Suicídio é tema de evento realizado em Picos

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Na manhã deste sábado, dia 12, os picoenses tiveram a oportunidade de participar de um evento cuja temática é considerada ainda um tabu: suicídio. O evento que foi promovido pelo grupo católico teresinense “Despertando Ideias”, que possui integrantes da cidade de Picos, como a promotora Itanieli Rotondo Sá.

Para que o debate fosse amplo, foram convidados um médico psiquiatra, um psicólogo, além de representantes religiosos da igreja Católica, Evangélica e Espírita. Segundo Itanieli Rotondo Sá, o evento se deu pela necessidade de discutir abertamente o tema, tendo em vista o crescente número de casos de suicídio na grande região de Picos.

Cleia Fernandes integra o grupo “Despertando Ideias”, em Teresina, e falou ao nosso portal: “um grupo liderado pelo padre Carlito, decidiu levar para as missas e demais celebrações religiosas, temas importantes da atualidade. Percebendo que o suicídio era uma temática recorrente, decidimos criar grupos de debate e escolhemos Picos para iniciar essa rodada de discussões. Tocados pelos recorrentes casos de suicídio com pessoas daqui e pela proximidade com pessoas daqui, conversamos para implantar este projeto na cidade, o diferencial em relação à Teresina é que aqui ele é ecumênico”, disse.

Na visão do Espiritismo, o suicídio, segundo Ildete Leite, é uma transgressão às leis divinas, mas não é algo sem perdão: “Estamos revestidos em um corpo temporariamente, nossa alma permanece viva em outro plano. O que vemos é pessoas que em meio a conflitos pessoais, problemas, depressão, acabam cometendo um ato de desespero, como se acabar com a própria vida acabasse com os problemas. Só que essa transgressão traz consequências futuras. Retornaremos em outro processo de reencarnação mais difícil, mas o suicida não está fadado ao inferno eterno, ele terá outra oportunidade de reparar o erro. É importante que todos orem por ele e pela sua família”, disse.

Para o pastor Pedro Neto, da Igreja do Nazareno, o suicídio está presente na Bíblia em passagens como quando Moisés, que tira o povo do Egito e em um dado momento ele perde o sentido a sua vida e deseja a sua própria morte: “a partir desses fatos, como também de Sansão, que foi Rei de Israel e se lançou sobre a sua própria espada para não ser morto por seus opositores, fatos como esses e outros, mostram que quando o homem não consegue carregar o peso de uma responsabilidade ou de uma problemática ele dá cabo em sua própria vida. Na Bíblia não vamos encontrar a palavra suicídio, mas encontramos homicídio. Santo Agostinho é quem faz esta interpretação de que o suicídio é um problema para a sociedade e trabalha ele como um pecado contra Deus”, explica.

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Na visão do catolicismo, a Irmã Ana Teresa Cunha afirma que o projeto de Deus é a valorização da vida: “Tudo o que Deus criou Ele disse que era bom e Ele criou homem e mulher à sua imagem e semelhança e disse que aquilo era bom. Dentro da sua proposta de vida ele não permite que alguém rompa esse seu projeto. O primeiro suicídio acontece quando o homem para de acreditar, de confiar e surge o desequilíbrio emocional. Ao perder a esperança, ele abraça o ato de tirar a própria vida. A igreja se posiciona a favor da vida e se preocupa com os jovens, público de maior risco para os casos de suicídio. Para isso existem grupos dentro da igreja que trabalham para ajudar outros jovens a não cometer tal ato”, disse.

Para o médico psiquiatra Maurício Santos, o suicida dá sinais e a família precisa estar atenta. De acordo com ele, o suicídio é um problema de saúde pública e ressalta que por ano cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio e o número tente a subir para um milhão e meio a partir de 2020. “Na prática muitos números não são notificados como suicídio e o tema ainda é tabu. 90% das pessoas que cometem suicídio tinham algum diagnostico psiquiátrico, mas também não é um sintoma somente médico, vai muito mais além do que a consequência de alguma doença. É necessário que os familiares estejam atentos a pessoas com mudança repentina de humor, que deixa de praticar ações que antes lhe davam satisfação, pessoas que perderam entes queridos, pessoas que sofreram uma mudança negativa, seja de trabalho, seja amorosa, etc.”

O psicólogo clínico Carlos Aragão fez referência ao fato da imprensa não abordar a temática do suicídio. “Um dos mitos que nós estamos tentando derrubar diz respeito à história de que não se pode e não se deve falar de suicídio na mídia. Não é que nós não podemos falar, nós não podemos é falar de qualquer forma. Nós devemos falar uma fala voltada para a prevenção ao suicídio e não ao incentivo”.

Folha Atual

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