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PICOS | Moradores do conjuto Morada Nova convivem com medo de residências desabarem

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O problema é antigo. Há quase quatro anos, os moradores do Conjunto Habitacional Luíza Gomes de Medeiros, mais conhecido por Morada Nova, situado às margens da PI-375, convivem com o temor de que seus lares possam vir a desabar. A situação tem sido desencadeada após algumas moradias terem apresentado rachaduras e desnivelamento do solo.

O transtorno que se transformou em um fator de risco à vida dos beneficiados foi percebido com maior gravidade em 22 casas distribuídas em 12 quadras do Conjunto. A Defesa Civil de Picos diagnosticou in loco que pelo menos 50% destas residências devem ser demolidas em caráter de urgência.

A equipe de reportagem do Jornal Folha Atual se deslocou até o Conjunto para saber como as famílias tem vivido sob esta realidade.

A dona de casa, Rosângela Soares de Oliveira, de 30 anos, é um dos 22 moradores do Conjunto Habitacional que poderão ter a residência demolida devido a deterioração da estrutura física dos imóveis. A moradora afirmou que durante o dia vários estalos podem ser ouvidos, e que a preocupação aumenta no período chuvoso, pois passadas as chuvas o terreno acaba secando e os estalos começam a aparecer, provocando rachaduras.

“Esse terreno é tipo uma mola, no inverno ele molha e baixa. No verão ele incha e racha todinho. Uma casa que não tem ferro como a nossa, aí a situação piora. Há três anos temos insistido, buscando soluções para o nosso problema. Ligamos para o pessoal da Caixa e eles apenas nos informam que as rachaduras são no reboco da parede”, disse a moradora.

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Residência de Rosângela

“Colocamos uma cama fora de casa e dormimos ao relento”.

Essa cena até parece absurda, mas é uma realidade comum enfrentada há três anos na casa de Rosângela. Durante o período do verão em que as rachaduras aumentam consideravelmente, ela e o esposo decidiram dormir no quintal de casa à céu-aberto. Segundo ela, tem sido uma forma mais segura que encontraram para poder dormir sem a sensação de que a casa pode a qualquer momento desabar sobre eles.

“Nós continuamos morando aqui porque não temos pra onde ir. A única herança que temos é essa. Desde 2014, passamos o verão quase todo dormindo ao relento. Esse ano também dormimos fora de casa. Este foi o jeito que encontramos pois se nós sair daqui pra onde vamos?”, lamentou Rosângela.

Rosângela Soares de Oliveira

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Rosângela ainda informou que no ano passado através de uma medida judicial, os moradores do Conjunto conseguiram que a Caixa realizasse reparos nos imóveis. No entanto, pouco tempo depois as rachaduras voltaram a surgir.

Na moradia de Willamy Cortez Sousa, de 40 anos, as rachaduras estão em toda a extensão da base da casa. No imóvel residem ele e a mãe aposentada que com recursos próprios vem há três anos fazendo reparos, já que a estrutura está bastante comprometida.

“A gente faz e começa as mesmas rachaduras. O medo da gente de estar caindo sobre a gente. A preocupação é demais, quando chega de noite, fecha as portas e começa pingar o medo aumenta. Pagamos em dias a mensalidade, e esperamos que o problema seja resolvido.

Vistorias

Após constantes denúncias do problema à Caixa Econômica Federal, a mesma notificou a Defesa Civil de Picos que tem realizado fiscalizações no local. Na última delas, foi apontado que os fatores que motivaram as rachaduras são a qualidade do solo, de característica Maçará e o processo de construção.

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“É a qualidade do solo que é o maçará e a construção que não foi bem feita, ou seja a base não foi bem compacta. Com relação às casas do Morada Nova tudo indica que elas vão passar por reformas. As rachaduras nas paredes são horizontais o que é pior, pois na vertical você botando uma coluna ela deixa de continuar, e na horizontal é o terreno que baixa. Já fizemos muitas vistorias, mas com esta continuidade nunca tinha ocorrido”, disse Oliveiro Luz, coordenador de Defesa Civil de Picos.

Oliveiro Luz ainda acrescentou que após a apresentação do laudo técnico à Caixa cerca de 50% das moradias populares serão demolidas.

Nossa reportagem ainda buscou entrar em contato com o coordenador do programa Minha Casa Minha Vida na Caixa Econômica Federal do Piauí, mas não obtivemos resultado.

Fonte: Folha Atual

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