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POLÍTICA

Ciro Gomes vê Brasil com 860 mil demissões até o fim do ano

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O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) concedeu uma entrevista nesta sexta-feira, 05 de junho, ao jornalista Arimateia Carvalho no Programa Banca de Sapateiro, na TV Jornal Meio Norte. Na ocasião, o vice-presidente nacional do PDT destacou o momento complexo vivido pelo Brasil nos diversos âmbitos: econômico, social e político. Ele que concorreu nas eleições presidenciais de 2018, ficando na terceira posição, indicou que o país deve acumular 860 mil demissões até o final do ano, e cerca de 80 mil óbitos devidos a Covid-19 até setembro.

“O Brasil antes da pandemia era  um país já em franco colapso econômico e social, sob do ponto de vista econômico, o Brasil entre os anos 50 e 80 foi o que mais cresceu no mundo capitalista, e dos anos 80 para cá o Brasil que crescia 15% por ano, caiu  para 2% e agora está praticamente estagnada. O Brasil chega nesse momento com a economia parada. Temos a mais perversa distribuição de renda do planeta e do ponto de vista das políticas públicas está baixo de todos os países da América do Sul, o Brasil está numa situação historicamente grave e a pandemia transforma esse argumento numa tragédia ainda mais grave. O Brasil vai chegar até o final do ano com  R$ 670 bilhões de buraco”, disse.

Questionado por Arimateia Carvalho sobre o desempenho da Bolsa de Valores, que se contradiz aos resultados recentes  da economia nacional. Ciro Gomes detalha que ela começou a crescer devido a forte desvalorização nacional, beneficiando apenas ‘meia dúzia’ de investidores, enquanto a indústria nacional padece.

“A Bolsa de Valores no Brasil é um jogo de meia dúzia de especuladores, não tem nada a ver com a vida real, a Bolsa está crescendo porque as ações no Brasil foram para o fundo do buraco; mas aqui embaixo a indústria nacional está um desastre, perdeu 18,8% em abril; o comércio está perdendo em cerca de 40%; a agricultura de exportação tá bem, porque a comida no mundo os preços não oscilam tão para baixo”, disse.

Gomes enalteceu o potencial agrícola do Piauí, e a perspectiva de avanço econômico quando a Ferrovia Transnordestina for finalizada. “A agricultura de alto nível, o Piauí já tem uma força grande e com a Transnordestina terminada o Estado vai explodir em riquezas, a fronteira Matopiba será a nova Califórnia”, frisou.

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Polarização

Na entrevista ao jornalista Arimateia Carvalho, Ciro Gomes ainda criticou a polarização na política nacional, e principalmente os extremistas, indicando que os brasileiros devem construir uma ponte para sair  da crise e do discurso radical.

“Tenho dito que temos que mandar eles brigarem lá fora, é mais ou menos o que temos que fazer com esses radicais, temos que juntar os homens e mulheres de bem do Brasil e construir um caminho; a tarefa de construir vai dar um trabalho infernal. Os tomadores de decisão no Brasil não estão tendo a noção do tamanho do problema, você vê a quebradeira do setor público, e vai ter que tomar decisões tributárias, não faz sentido mais adiar a tributação das grandes fortunas”, comentou.

Sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-ministro disse que não  acredita numa conclusão de mandato, citando a postura desagregadora do líder nacional, que vai na contramão dos ex-presidentes que conseguiram concluir sua respectivas gestões.

“Na minha mente ele sai antes, é um palpite, baseado na experiência, só três presidentes terminaram o mandato, a característica dos três era a experiência de minimizar o conflito, o Bolsonaro vive na briga, quando não tem ele cria, o Bolsonaro tem um problema econômico que não tem precedentes na história e ele não sabe o que fazer. Entupir o Ministério da Saúde com 23 militares e nenhum nunca passou na porta do hospital, cria confusão com ministros, como um homem desse vai terminar o mandato?”, questionou.

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Livro

Por fim, Ciro Gomes falou sobre o seu novo livro ‘Projeto Nacional: O Dever da Esperança, que vem sendo recordista de vendas na plataforma da Amazon.

“Não esperava esse sucesso todo, porque é um livro de economia político, tem muitos números. Estou feliz porque apesar de ser um livro sobre economia política, pois parece que essa sede por luz está iluminando o debate no país, sou muito feliz com a luta do povo brasileiro, embora angustiado. Quero devolver essa ideia que devemos pensar com a nossa própria cabeça e não imitar como papagaio os americanos”, concluiu.

Portal Meio Norte

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