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Médica faz desabafo e diz que 90% dos estupros ficam impunes no Piauí

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A médica e coordenadora do Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS), Maria Castelo Branco Rocha de Deus, contestou informações de que a maioria dos casos de estupros no Piauí está sendo resolvido. Na véspera do Dia da Mulher, a coordenadora faz um desabafo e diz que é “constrangedor” ver tanta impunidade, mesmo com as provas confirmadas por laudos do SAMVVIS.

“É uma sensação de desestímulo. Não de não querer atender, resolver o problema de saúde…são situações constrangedora que a gente não tem o poder de polícia, nem poder de resolutividade e que 90% dos casos que chegam aqui ainda não foram concluídos”.

Maria Castelo Branco ressalta que constantemente telefona para as delegacias pra ter informações e garante que 90% dos casos ficam impunes.

Um estupro por dia

Levantamento do SAMVVIS confirma o registro de que mais de um estupro por dia no Piauí. Em 2016, foram 484 casos atendidos no setor que tem sede na maternidade dona Evangelina Rosa.

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Veja números

Atendimento: 484
89% das vítimas têm menos de 18 anos;
Até 7 anos – 20,4%
De 8 a 13 anos – 49,2%
De 14 a 18 anos – 30,4%
Teresina – 51%
Outros Estados- 1,1%
Agressor
Conhecido – 56,2%
Pai/padrasto – 21%
Familiar – 12%
Desconhecido – 10,8% 

A médica ressaltou que foi criado um ambulatório para atender as vítimas após passar pelo SAMVVIS. Todas as quintas-feiras, equipes no Instituto de Perinatologia atendem as vítimas no ambulatório de violência sexual. Elas recebem informações sobre prevenção de doenças, de planejamento familiar, orientações e tratamentos contra doenças sexualmente transmissíveis.

“Dói muito, doí mesmo a gente perceber que a vítima além da violência, ela está sendo revitimizada pelo que não se fez”.

A coordenadora contou que quinta-feira passada, ela atendeu uma garota de 11 anos estuprada pelo irmão biológico de 19 anos. Ela foi atendida, incialmente, em janeiro e até hoje o processo está parado e ninguém foi ouvido. Segundo a médica, a vítima ainda teve que sair do ambiente familiar e o agressor continua impune, podemos fazer novas vítimas.

“Isso remete a revitimização, que é terrível. A vítima já estuprada, sai do seu ambiente familiar. O delegado não teve tempo porque ele atende a cinco cidades e fica pouco e não teve tempo pra nada. Isso é uma situação constrangedora”.

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