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Picos

Picoenses que perderam familiares em acidentes expressam sofrimento vivido pela ausência de seus entes queridos

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Dor e luto misturados à triste realidade de perder de maneira inesperada quem se ama. [Foi de repente, sem tempo para uma despedida…], é assim que famílias de mortos em acidentes lidam com o drama de conviver com a ausência física de seus entes queridos.

Esta edição do Jornal Folha Atual traz relatos de quatro famílias picoenses que tiveram a vida dentro de seus lares transformada com a partida precoce de mães, cunhadas. São histórias distintas que se completam na solidariedade de reconhecer a dor do próximo.

Na cidade de Picos, de janeiro a agosto de 2021, duas ocorrências de acidentes comoveram a população. Três mulheres, mães, perderam a vida após serem atingidas por veículos – Maria Audeni da Conceição, Maria Teresa do Remédio e Graça Leal.

A nossa reportagem se dirigiu ao bairro Boa Vista e à comunidade Tapera, ambos áreas de Picos, para ouvir familiares destas mulheres. São relatos emotivos, que verbalizam uma tristeza sem consolo e precedente.

Os relatos…

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O professor e acadêmico de Jornalismo, Patrick Sousa, relembra como recebeu a notícia da morte de sua mãe Maria Teresa do Remédio. Segundo ele, o momento mais triste que já viveu, um pesadelo que lhe tem tirado o chão.

“Estamos nos sentindo destruídos, arrasados, me falta adjetivos para expressar tamanha dor que estamos sentido. É uma mistura de dor pela tragédia, revolta, tristeza. Foi um acidente mas se houvesse mais responsabilidade poderia ter sido evitado. Eu estava em casa, no meu quarto, numa reunião online, quando minha tia me chamou e foi me dar essa notícia, que até hoje não acredito, parece tudo tão surreal, parece que estou vivendo no pesadelo e não consigo voltar para a realidade. Foi o momento mais triste que já vivi. Minha mãe era minha base, meu alicerce, meu porto seguro, nos fazíamos companhia um para outro”, disse Patrick Sousa.

Patrick Sousa

Quem também compartilha desta tristeza é o familiar de Graça Leal, Severo Santos. A mesma veio a óbito em decorrência do acidente automobilístico que também atingiu a professora Maria Teresa (relato anterior). Na ocasião, sua filha de iniciais G.L, sobrinha de Severo, foi colhida pelo veículo e precisou passar por uma cirurgia.

“Nós enquanto familiares estamos muito sensibilizados pela perda da Maria das Graças e também sensibilizados pela morte da outra vítima, tínhamos um carinho enorme pela sua família. Sentimos uma dor diante desta tragédia, também pela minha sobrinha que está no hospital operada, agora só nos resta tristeza e lembranças”, frisou Severo Santos.

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Outro relato tocante é da historiadora Bruna Alves da Silva, de 25 anos. Já se passaram seis meses do acidente que vitimou fatalmente sua mãe, Maria Audeni da Conceição, mas para a mesma é como se esse triste episódio não saísse do seu pensamento, mudando para sempre a sua vida.

“Mudou tudo, virou tudo de cabeça para baixo. A nossa família se desestruturou, a questão emocional das vítimas, de toda a família, ficamos totalmente abalados. Minha mãe era a filha mais velha de 10 irmãos, era uma pessoa caseira, não saia de casa, era totalmente voltada para meus avós, para a igreja e tinha o hábito de diariamente realizar a caminhada há muitos anos. Era uma pessoa boa demais para esse mundo, gostava de ajudar, muito prestativa. É muito difícil viver sem a nossa mãe, muita gente não sabe, mas nós também perdemos o nosso pai vítima de acidente. Até então estávamos tentando se adaptar à vida, três mulheres dentro de casa e de repente aconteceu isso e ficamos sem mãe, sem pai”, desabafa Bruna.   

Bruna Alves

A picoense, Neuziana Maria dos Santos, é tia de Bruna e uma das sobreviventes do acidente.  Ela descreve que a sua vida e das outras vítimas atingidas foi transformada totalmente.

“Sou uma das vítimas e não tenho nenhuma memória do momento do acidente, mas o que mudou nas nossas vidas a partir daquele dia eu acredito que não tem reparação tanto física quanto psicológica. Tanto eu, quanto os demais que se envolveram no acidente estamos nos submetendo a tratamento com fisioterapia, remédios antidepressivos. Estamos vivos pela graça de Deus, mas ficaram várias sequelas. Meus sogros, que são idosos, a gente não vê uma perspectiva de terem uma vida normal”, concluiu.

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Fonte: Folha atual

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