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Familiares de vítimas da Covid-19 no Piauí protestam ao serem vacinados: ‘quantas vidas poderiam ter sido salvas?’

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Na próxima semana, o Brasil deverá atingir a marca de meio milhão de mortos pela Covid-19. Ao longo desses mais de um ano de pandemia, muitas famílias perderam entes queridos para esta doença, sem ao menos terem a chance da despedida, o que pode tornar o momento do luto ainda mais doloroso. Por isso, o ato de vacinação para estas pessoas que perderam parentes para a Covid-19 se tornou ainda mais importante.

Na terça-feira (15), foi a vez de Paula Giovana Rufino, de 51 anos, receber a primeira dose do imunizante. Ela é esposa do professor Francisco Carlos de Sousa Ferreira, conhecido carinhosamente por centenas de alunos como Chico Carlos, que faleceu vítima da doença em março deste ano.

Paula Giovana Rufino, que perdeu o marido para a Covid-19, foi vacinada nessa terça-feira (15) — Foto: Reprodução /Redes Sociais

A mulher se dirigiu a um dos postos de drive-thru de Teresina e levou um cartaz escrito “Pelo marido, professor Chico Carlos e 500 mil brasileiros mortos: Fora Bolsonaro”.

“Pelo meu marido, professor Chico Carlos que morreu de Covid-19, por ter sido negligenciado como muitos pacientes, milhares, que morreram sem atendimento nenhum, em calçada de hospitais, em braços de familiares e sem oxigênio”, disse em vídeo publicado por sua filha, Ana Carolina Rufino, nas redes sociais.

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Professor protestou ao ser vacinado em Teresina — Foto: Reprodução /Redes Sociais

Professor protestou ao ser vacinado em Teresina — Foto: Reprodução /Redes Sociais

Ainda este mês, o professor Érico Cronemberger também foi vacinado. No dia de sua imunização, ele publicou uma foto em que fez menção ao seu sogro, Augusto José, uma das vítimas da Covid-19 no Piauí, e à sua mãe, Maria Zenaide, que na época estava internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido às complicações causadas pela doença.

Após passar 55 dias internada em um hospital da capital piauiense, a mãe do professor Érico não resistiu e faleceu no dia 12 de junho. Maria Zenaide tinha 63 anos, era professora aposentada, e não tinha sido vacinada.

“A sensação é que nós fizemos tudo que poderia ter sido feito. Ela lutou de um jeito que surpreendeu todo mundo. Eu só tenho orgulho da minha mãe”, disse o docente.

Para Érico, a vacinação representa alívio, mas também insatisfação e revolta. “A vacinação no Brasil está muito atrasada. A gente entende que foram várias ofertas para o país. Os laboratórios queriam que nós fôssemos um espelho. Houve negligência”, comentou ao G1.

Maria Zenaide faleceu nesse sábado (12), em decorrência da Covid-19 — Foto: Reprodução /Redes Sociais

Maria Zenaide faleceu nesse sábado (12), em decorrência da Covid-19 — Foto: Reprodução /Redes Sociais

Assim como o professor, a estudante de educação física, Maria Clara Honorato, perdeu a mãe, a professora Noélia Maranhão, para a Covid-19. Não só ela, mas também o pai e a irmã, Manoel Honorato e Bianca Maranhão, em um intervalo de menos de 15 dias.

Na quinta-feira (17), a jovem foi vacinada. Maria foi vestida com uma camisa com a frase de protesto “Fora Bolsonaro” e com um cartaz escrito “Vacina salva, máscara protege e Bolsonaro mata”.

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Jovem que perdeu toda a família para a Covid-19 recebe primeira dose — Foto: Reprodução /TV Clube

Jovem que perdeu toda a família para a Covid-19 recebe primeira dose — Foto: Reprodução /TV Clube

“A dose que minha irmã, minha mãe e meu pai não tomaram”, afirmou a jovem em uma publicação em seu perfil em uma rede social.

G1 PI

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