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Alzheimer: diagnóstico tardio dificulta tratamento

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O envelhecimento humano traz consigo preocupações intrínsecas com a saúde. À medida que a população atinge idades mais avançadas, uma das realidades com as quais nos deparamos são as doenças associadas à memória e à demência, como o Alzheimer.

Atualmente, existem pelo menos 1,7 milhões de pessoas diagnosticadas com essa enfermidade no Brasil. O número, no entanto, tende a crescer ainda mais. Estimativas da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) apontam que, até 2050, é esperado que 5,5 milhões de brasileiros tenham a doença. 

No Brasil, mais de 1 milhão de pessoas são diagnosticadas com Alzheimer - (Pexels)

Para entender melhor sobre o assunto, entrevistamos o especialista em Alzheimer, Dr. Ricardo Quirino. De acordo com ele, o Alzheimer é uma forma de demência que se manifesta quando as queixas cognitivas, como o esquecimento e confusões no dia a dia, interferem na rotina do indivíduo.

“Envelhecer é sinônimo de quem se cuidou muito bem. E a população está envelhecendo. Nós estamos chegando cada vez mais aos 90, aos 100 anos. E para isso tem um preço, que são as doenças relacionadas ao envelhecimento”, aponta o médico.

 Dr. Ricardo Quirino, especialista em Alzheimer  - (Reprodução/Youtube)Reprodução/Youtube – Dr. Ricardo Quirino, especialista em Alzheimer

A avaliação e diagnóstico da demência envolvem uma abordagem clínica complexa, incluindo análise de exames diversos. Recentemente, o avanço da medicina trouxe uma notícia promissora para a detecção precoce do Alzheimer. O teste PrecivityAD2, de origem americana, está disponível em solo brasileiro desde o final do mês passado.

O exame, realizado a partir de uma amostra de sangue simples, identifica se uma pessoa está ou não com a enfermidade. O valor custa, em média, R$ 3.600

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“Nós ficamos muito felizes com a chegada desse novo exame, apesar de ainda estar um pouco limitado, pois só pode ser feito em alguns laboratórios. Mas, é um avanço no diagnóstico precoce. Embora tenhamos uma série de fatores a serem considerados, é importante termos avanço nessa doença que é tão estudada”.

Dr. Ricardo Quirino – Especialista em Alzheimer

A falta de diagnósticos é um problema crítico. Segundo o 1º Relatório Nacional de Demências, a ser publicado até o fim de 2023, a quantidade de pessoas não diagnosticadas com a Doença de Alzheimer pode variar entre 75% e 95% em diferentes regiões brasileiras. O dado acende um alerta em relação ao combate à doença, tendo em vista que diagnosticar a enfermidade ainda no estágio inicial é importante para o seu tratamento. 

Diagnóstico tardio dificulta tratamento do Alzheimer - (Pexels)Pexels/Diagnóstico tardio dificulta tratamento do Alzheimer

Prevenção e tratamento: o melhor remédio é gratuito

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que impacta principalmente pessoas acima de 65 anos, afetando a memória, linguagem e percepção do mundo. Também provoca alterações comportamentais e de personalidade. Embora não tenha cura, existem opções de tratamento que podem ajudar a manter a qualidade de vida.

O Dr. Quirino destaca que a atividade física é fundamental: “O melhor remédio que é de graça, não tem efeitos colaterais, quanto mais utilizar, melhor, é a atividade física”. Ele enfatiza a importância da musculação e atividade aeróbica no combate ao Alzheimer e na postergação dos sintomas.

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Atividade física é melhor remédio para Alzheimer, diz médico - (Pexels)Pexels/Atividade física é melhor remédio para Alzheimer, diz médico

Outro pilar importante é o treino cognitivo. Inovar nas atividades mentais, aprender idiomas, se desafiar e socializar são estratégias eficazes. Para aqueles já com diagnóstico de demência, o tratamento pode envolver medicamentos, reabilitação cognitiva e terapia ocupacional.

“O treino cognitivo ou estimulação cognitiva é um trabalho voltado para atividades mentais. Pode ser realizado com terapeuta de acordo com o grau de perda de memória do paciente. Através desses exercícios, trabalhamos a mente. No dia a dia, os pacientes podem ler livros, aprender idiomas e buscar se desafiar”, diz o médico. 

Sintomas que precisam de atenção

Os primeiros sintomas do Alzheimer podem ser sutis, muitas vezes confundidos com o envelhecimento normal ou estresse cotidiano. No entanto, é fundamental reconhecer os sinais iniciais para buscar ajuda médica e um diagnóstico preciso.

1. Perda de memória: A perda de memória é um dos sintomas mais conhecidos do Alzheimer. Inicialmente, as pessoas podem esquecer informações recentes e, com o tempo, esquecem eventos importantes ou datas.

2. Dificuldade de raciocínio e pensamento abstrato: O Alzheimer pode dificultar a tomada de decisões simples e a resolução de problemas do cotidiano, bem como o entendimento de conceitos abstratos.

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3. Alterações de personalidade e humor: As pessoas com Alzheimer podem experienciar mudanças em sua personalidade, tornando-se mais ansiosas, deprimidas, confusas ou agitadas.

4. Dificuldade na comunicação: A capacidade de expressar pensamentos e seguir ou iniciar uma conversa pode ser prejudicada à medida que a doença progride.

5. Desorientação espacial e temporal: Perder-se em lugares familiares ou esquecer datas, estações ou o dia da semana são sinais de desorientação que podem estar associados ao Alzheimer.

6. Dificuldade nas tarefas diárias: Realizar atividades cotidianas, como cuidar da higiene pessoal, cozinhar ou administrar finanças, pode se tornar um desafio.

Sintomas de Alzheimer incluem perda de memória e dificuldade na comunicação: - (Freepik)Freepik/Sintomas de Alzheimer incluem perda de memória e dificuldade na comunicação:

Conforme a doença avança, os sintomas se agravam e podem incluir:

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– Problemas de linguagem: Dificuldade em compreender palavras, expressar pensamentos ou seguir uma conversa.

– Desafios motores: Dificuldade em caminhar, engolir ou manter o equilíbrio.

– Comportamento e humor agressivo: Agressividade, agitação, delírios ou alucinações podem ocorrer em alguns casos.

– Dependência total: Nos estágios finais, os pacientes necessitam de cuidados integrais para as atividades diárias.

Fonte: Portal O Dia | Foto: Pexels

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