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Jaicós

Aos 21 anos de idade, desenhista jaicoense já tem revista lançada; “Meu sonho é poder viver desse trabalho” diz

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Uma terra de culturas, talentos e histórias. A cidade de Jaicós é pequena, mas o seu povo é grande e batalhador. Cantores, poetas, artesãos, repentistas, cada um com sua arte faz da Terra do Galo, uma terra fértil e diversa. O que falta são mais oportunidades, apoio, valorização, reconhecimento. O que tem de sobra é força de vontade, amor, coragem e fé.

Com apenas 21 anos de idade, a jovem jaicoense e desenhista, Beatriz de Carvalho Silva, já tem uma revista lançada. Ela é uma das pessoas que engrandece Jaicós com sua arte. Desenhando desde criança, Beatriz lançou no ano passado a obra “A Lenda das Guardiãs”.

Em entrevista ao portal Cidades na Net, ela explicou como tudo começou. “Desenho desde pequena e estou no Mangá há cerca de 10 anos. Eu sempre assisti muito desenho, anime, Mangá japonês. Antes de saber o que era o Mangá mesmo eu já gostava, sempre desenhava também, gostava muito de aula de artes, passava a semana toda esperando a aula de artes na escola. Quando começou a passar Naruto na TV eu comecei a me interessar por desenhar isso” conta ela.

Ela fala que surgiu o interesse por criar e os desenhos foram evoluindo. “Com o tempo fui querendo criar, me interessando pelas histórias, comecei copiando os desenhos de outros artistas e pouco a pouco foi melhorando. No início os desenhos eram bem “feinhos” (risos), mas foi evoluindo, mas ainda não está como quero. Eu não participei de nenhum curso, eu copiava o desenho de outros artistas, comprava aquelas revistas que ensinam e fui fazendo até ficar de um jeito melhor para mim” disse.

Beatriz explicou que tem muitos artistas que inspiraram seus desenhos. “Tem muitos artistas que gosto do traço, a Rumiko Takahashi, que já fez muito Mangá famoso, o criador de Naruto, sou muito fã dos desenhos dele, o de Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco. A gente pega muita referência e acaba se identificando mais com uns, do que com outros. No meu caso, me identifiquei bem mais com o de Naruto, o Yashi, fui aprimorando meu traço a partir do deles” falou.

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A desenhista disse que tem feito de tudo para divulgar, mas falta demanda na cidade. “Para mim está quase sendo uma profissão, porque a gente está fazendo de tudo para investir, divulgar, mas é bem complicado aqui onde a gente mora, porque tem pouca demanda, povo nem conhece muito, então fica complicado para a gente que desenha. A gente vai para eventos em Picos porque aqui não tem, tem o público, mas não tem eventos que divulguem. Falta mais divulgação, interesse das pessoas. Tem muita gente aqui que gosta” destacou.

O marido dela, Sérgio de Lima, também desenha e tem buscado evoluir cada vez mais. “Quando nos conhecemos ele já desenhava e eu também. O desenho dele é bem profissional, acho que nem se compara ao meu (risos). Ele focou bastante no traço, o traço dele é bem profissional mesmo. Ele conversa com outras artistas de fora também. Ele tem revistas também, eu desenho Mangá e ele quadrinhos. Ele tem duas revistas impressas e tem outras, mas ainda não imprimimos, está à venda somente na internet” disse.

Sobre a revista “A Lenda das Guardiãs”, ela explicou como foi o processo de produção. “A revista teve um processo bem complicado, essa não é a primeira versão dela, antes desse processo de impressão eu já tinha feito uma versão toda desenhada e colorida a mão. Depois decidi que tinha que fazer uma versão melhor dela, porque aquela estava muito simples. Comecei a fazer e demorou um pouco porque tinha muitas páginas, precisava fazer com o material certo. Depois que terminou eu e meu marido fizemos também a parte de colocar os balões, editar a capa, colorir. Toda a montagem fomos nós quem fizemos, só procuramos um parceiro para impressão, que foi feita em São Paulo” contou.

Ela também falou um pouco sobre a história contada na revista. “Conta a história de três garotas que nunca se conheceram são de três países totalmente diferentes, a história não se aprofunda na personalidade delas. Cada uma é escolhida para proteger uma arma e essas três armas juntas liberam o maior poder do universo. Tem o vilão que quer pegar esse poder e destruir tudo, a pequena sacerdotisa que tem que unir as três. A história gira em torno de uma profecia, que geralmente não termina bem para elas. Ainda estou desenvolvendo a história, não dá para contar o final (risos)” detalhou.

Beatriz tem alguns exemplares da revista, que estão sendo vendidos pelo valor de 20 reais. “A impressão custou muito caro, por isso vendemos nesse valor. Quando meu marido voltar de São Paulo vamos trabalhar na segunda e terceira edições e depois irei passar para outra história diferente” pontuou.

Ela encerrou dizendo que sonha em viver do seu trabalho como desenhista. “Da um gosto a gente trabalhar com o que a gente gosta, o que eu queria mesmo era conseguir sobreviver com esse trabalho, mas aqui é muito difícil.  Também tenho vontade de ir ao maior evento de quadrinhos, que acontece em São Paulo, é difícil, mas a gente vai tentando. Se tivesse mais apoio na cidade seria mais fácil, divulgaria mais, a gente seria convidado para mais eventos. Na cidade era para ter um apoio maior à cultura no geral, não só para os desenhistas, mas para quem dança, para todo tipo de arte. Falta um incentivo maior à cultura aqui” finalizou.

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