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Vila Nova do Piauí

Poeta de Vila Nova fala sobre influências e inspirações no programa Piauí de Todos Nós

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O poeta Carlos Eduardo da cidade de Vila Nova do Piauí, participou na noite desta terça-feira, 24 de agosto, do programa Piauí de Todos Nós, apresentado por Socorro Barros.

No programa que tratou o tema – O despertar de um poeta -, o jovem de 15 anos falou como começou a trilhar pelos caminhos da literatura.

Piauí de Todos Nós foi ao ar às 20h, transmitido pelo YouTube através do endereço: https://www.youtube.com/watch?v=PdB-KFk5AFw&feature=youtu.be

O primeiro contato direto com a poesia foi há mais ou menos um ano e um mês atrás, quando completava quatro anos do falecimento seu pai. No momento da pré-adolescência e adolescência, Carlos estava passando por uma fase conturbada, um pouco angustiado e sentido vontade de expressar aquilo de alguma forma.

“Foi então que peguei uma caneta e um caderno para escrever. Já tinha visto alguns poetas na TV, nas redes sociais, tinha lido poesias e senti vontade de fazer. Foi quando durante 20 ou 30 minutos eu já tinha escrito e gostei. Achei que estava repassando e expressando o que queria. Mostrei para minha mãe e minha irmã e foi quando descobri a minha paixão pela poesia. Desse dia em diante sempre que vejo a necessidade eu vou lá, pego a caneta e o caderno, independente da hora e do local e começo a escrever. Foi então que descobri o gosto pela poesia”, revelou.

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Para Carlos Eduardo, a Música Popular Brasileira MPB, o Rap, dentre outros estilos musicais, servem de inspiração para a produção de romances, poesias e críticas à sociedade.

A ativista cultural e professora, Marli Veloso, deu um depoimento ao programa ‘Piauí de Todos Nós’ sobre o jovem poeta vila-novense.

“O despertar de um poeta. Carlos Eduardo representa uma esperança de que nós podemos fazer um presente diferente e semear um futuro melhor. Para nim ele é uma prova de que a ação com complemento da família e das políticas públicas da cultura podem transformar vidas. Carlos Eduardo é um excelente leitor, frequentador da Biblioteca Patativa do Assaré e participa do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes. É extremamente responsável, comprometido, crítico e sensato”, declarou.

“Acredito muito na leitura como instrumento de transformação de vidas. Ele trilhou por esse caminho primeiramente como leitor e depois começou a se despertar. Gosto muito do que ele escreve, pois me identifico com as temáticas ajudando a ampliar nosso olhar sobre as questões sociais no qual estamos inseridos. Ele representa muito bem o perfil do jovem protagonista da própria historia”, disse.

A professora, Marli Veloso, na ocasião, leu um poema de autoria de Carlos Eduardo que trata sobre o Caso Araceli que se tornou símbolo da luta e combate contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.

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Para o jovem Carlos Eduardo, Bráulio Bessa, Patativa do Assaré e Ariano Suassuna são importantes personagens da literatura que servem de inspirações. “São três escritores que me inspiram muito como seres humanos”, revelou.

Romances, críticas e poesias são as preferidas leituras de Carlos Eduardo. “Já li alguns livros do Patativa do Assaré e de um professor meu que gostei muito. Me interesso muito pela poesia. É a área da literatura que mais gosto”, disse.

O jovem poeta declarou que a medida que vai lendo, também passa a produzir através da escrita sobre o tema. Os temas que mais gosta estão relacionados ao momento de si.

“Se eu tiver muito triste, tiver muito alegre eu vou lá e coloco em poesia. Sempre gosto de passar um ar de esperança no final, um alto astral. Nesse período de pandemia tenho escrito algumas críticas à sociedade. Estou me descobrindo a cada dia e escrevo assuntos variados”, pontuou.

O ator Jesualdo Alves também declamou um poema de autoria de Carlos Eduardo.

Umas das inspirações segundo relatou durante o programa Piauí de Todos Nós é o professor Francisco De Assis.

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“Já li alguns livros dele e me inspiro como pessoa e poeta porque ele leva a filosofia de que a poesia não é apenas no papel e sim na vida. Em tudo que for fazer levar aquilo consigo. Admiro bastante e sempre que faço poemas envio para ele. Tenho ele como referência e foi um padrinho que a vida me deu”, ressaltou.

Carlos Eduardo ficou na segunda colocação do concurso de poesias em Vila Nova do Piauí, realizado no ano passado, com tema alusivo ao 18 de Maio que celebra o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças de Adolescentes.

“O apoio que recebi dos meus amigos foi essencial para mim. Foi um dos dias mais felizes de minha vida. Eles sempre me incentivaram bastante para escrever”, relatou destacando sobre sua timidez.

No programa Piauí de Todos Nós, apresentado por Socorro Barros, Carlos Eduardo recitou uma poesia de sua autoria intitulada Desabafo de um poeta. Produzida no período da pandemia do novo coronavírus critica o sistema e trata de coisas que sempre aconteceram e acontecem no cotidiano.

Desabafo de um poeta

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“O mundo pede socorro. Tudo é uma grande ferida. Os muros estão mais altos e estreitas são as saídas.

Mais vale um dólar na mão do que poupar muitas vidas.

O mar está poluído e o ar está rarefeito.

O medo e a esperança de vida de quem está no leito, mas nem tudo está perdido, eu sinto essa dor no peito.

É possível respirar e eu sinto essa avareza que circula nesse ar corre o mundo essa tristeza.

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Ninguém a de ser livrar dessa peste, isso é certeza.

Esse vírus que me tira do sossego que me assola dia e noite e me põe em desespero.

Vem não é da natureza, nem da cobra e do morcego.

Muitos fingem conformismo e a negligência evidente. Como pode um mal tão forte que afeta tanto, passar tão despercebido e ao mesmo tempo presente.

Minha alma arde em febre, sem gosto e a felicidade. Eu vejo alucinações perante tanta maldade e muito são assintomáticos, hipócritas da sociedade.

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O vírus do ser humano que me causa tanta dor. Os padrões das multidões que me fingem sentir amor e os que trazem falsa cura chamam de influenciador.

Eu parei para refletir e vi a coincidência. Um vírus tão parecido traz a mesma consequência, mas um dele pára o mundo e o outro é o que movimenta.

E outra coincidência são os zumbis irracionais que estão ao lado do vírus infelizmente reais, remando incessantemente contra o amor e contra a paz.

Existem exceções que buscam a solução que não ligam para a mídia que enaltecem o perdão. Nesses doutores confio. Um homem muda a nação. Temos que mudar a mente. Temos que enxergar com a alma. Temos que atentamente parar e pensar com calma.

Temos que doar amor e não apenas bater palma. Pois sim, eu creio na cura, eu creio na salvação. Eu creio no bom Jesus. Eu creio ressurreição.

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Eu creio em quem picha o muro espalhando compaixão. Eu creio no amor da arte e na alma de quem assente. Eu creio que um bom futuro começa numa ação presente, deixando esse banalismo e fazendo diferente”.

A mensagem que o poeta Carlos Eduardo repassou para o jovens, ao final do programa, é de incentivo àqueles que apreciam a poesia recomendando que deem continuidade para expressar os sentimentos, desabafar.

“Isso pode ajudar a melhorar a percepção de vida de muita gente. Não só de jovens, mas em todas as idades porque a arte muda vidas, salva vidas e cria vidas”, concluiu Carlos Eduardo incentivando a prática da escrita poética para pessoas de diferentes faixas etárias.

O programa desta terça-feira, foi transmitido sob direção de Jesualdo Alves e apresentado por Socorro Barros. A consultoria de Vilebaldo Nogueira Rocha e edição de Flávio Guedes.

A próxima edição do ‘Piauí de Todos Nós’ terá a participação do Grupo Cultural Adimó.

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Momento em que Carlos Eduardo recita a poesia “Desabafo de um poeta”

     

 

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