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POLÍTICA

“Lula tem obsessão por mim. Não tem credibilidade”, diz Fernando Henrique após a quarta derrota

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Cerca de duas horas depois do anúncio da terceira derrota consecutiva do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, na noite deste domingo (26), que sua legenda precisa “falar pensando no País” e se aproximar da população que quer distância dos partidos políticos.

“Eu acho que o PSDB tem que falar pensando no País, pensando no Brasil, juntando-se a outras forças, sobretudo às que não têm partido nenhum, que é a imensa maioria da população”, disse FHC no hall do edifício onde mora em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.

Argumentando que o atual sistema político está desacreditado, FHC alfinetou a proposta de Dilma Rousseff (PT) de realizar um plebiscito para a realização de uma reforma política, apresentada após as manifestações de junho de 2013.

” O sistema político atual está desacreditado. Plebiscito é manipulação popular de quem está no poder. Consulta popular, sim, para saber se está de acordo ou não, sim. Mas você em tese dizer ‘sim’ ou ‘não’ sem explicar [como ocorreria num plebiscito], isso não. Isso é comum em regime de direita, não de esquerda.”

O tucano avalia que, mesmo com o novo revés, o PSDB ainda tem força para continuar como líder da oposição.

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“O que você acha se quase metade da população ficou do lado do PSDB? Claro que tem força”, disse FHC. “O PSDB mostrou, e não só o PSDB. Há um sentimento de mudança. Não é essa mudança da boca para a fora. É mudar os comportamentos, a orientação da economia, fortalecer a democracia, mudar o modo como ela [Dilma] apareceu na política externa. O PSDB tem posições nessa matéria toda e tem o respaldo de metade do País.”

Para FHC, Aécio Neves pode permanecer na presidência do partido mesmo depois de derrotado até em seu Minas Gerais, onde nasceu e o qual governou entre 2003 e 2010 – o vice assumiu a partir de então. Mas disse ser cedo para considerá-lo como o nome tucano para a eleição de 2018.

“Ele demonstrou que tem capacidade de comando, que [é] muito hábil nas negociações políticas e muito corajoso nos debates e no enfrentamento das dificuldades em todos os momentos”.

“Estamos num caminho não de comunismo, de desfaçatez”

FHC acusou a campanha petista de ser destinada a “destruir” as candidaturas adversárias, sectária e lastreada em mentiras sobre o período em que o ele governou o País (1994-2002).

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“Por que mentir que nós queremos acabar com os bancos públicos? Nós estamos indo para um caminho que não é de comunismo, é de desfaçatez, de mudar a História.”

O tucano, entretanto, colocou a maior parte dos ataques ao seu período como presidente na conta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu sucessor.

“O Lula tem obsessão por mim, mais do que a Dilma. Com a Dilma eu fico triste. Ela não pensa assim. Com o Lula eu não fico nem triste, ele diz o que é necessário, oportuno da hora de dizer”, disse. “Ele não tem credibilidade”

O tucano cobrou, inclusive, que o petista preste esclarecimentos à Polícia Federal em investigações relacionadas ao mensalão – Lula teria declinado um convite feito pela corporação, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.

FHC disse, entretanto, acreditar que Lula e Dilma não têm responsabilidade pessoal no escândalo da Petrobras – reportagem da revista “Veja” diz que o doleiro do caso, Alberto Yousseff, afirmou que os dois tinham conhecimento do caso – e negou ver risco de crise institucional no segundo governo da petista em razão da denúncia.

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“Eu não acho que haja envolvimento pessoal da presidente Dilma. Eu não sei com relação ao presidente Lula se há, é outra coisa. Eu não creio”, disse o tucano. “Eles têm responsabilidade política, que é outra coisa, por não terem cortado há mais tempo a organização, não só na Petrobras. Mas daí a acusar pessoalmente e pensar em crise institucional, é um passo muito diferente. Não é meu pensamento.”

Para FHC, o combate efetivo à corrupção é uma das condições para que o PSDB inicie um diálogo com o PT.

“Essas são pré-condições para a gente depois poder falar de diálogo. Diálogo na base do como está não pode haver. Porque tem visões diferentes do Brasil.”

Fonte: iG

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