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GERAL

Construção civil demite mais de 6 mil em 3 meses

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O setor da construção civil tem sido um dos mais atingidos pela crise em que passa o país. A classe, que até pouco tempo era uma das que mais contratava, é hoje, comprovadamente a que mais demitiu em 2015 no Piauí, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos últimos três meses do ano (setembro, outubro e novembro), 70 demissões foram registradas por dia no setor aqui no estado. Um total de 6.300 baixas no último trimestre.

No mês de novembro, somente na construção civil, foram 1.270 postos de trabalho a menos no Piauí, o que provocou um resultado negativo no saldo geral de contratações e demissões no estado, de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social. No mês foi registrada o fechamento de 680 vagas, uma redução de 0,23% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.
No primeiro semestre deste ano, foram feitas, por dia, cerca de 40 rescisões trabalhistas. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e da Construção e do Mobiliário do Médio Parnaíba (Sitricom), Carlos Magno, a situação se agravou devido ao aumento do número de obras paradas ou atrasadas em todo o estado.

E o setor também contava com a contratação imediata da fase 3 do programa “Minha Casa, Minha Vida” para tentar evitar demissões, sem sucesso. A terceira etapa estava programada para o início do ano, mas devido aos grandes cortes nos investimentos públicos, virou promessa par os primeiros meses de 2016.

“Com a crise, muitas construtoras suspenderam planos de lançar projetos este ano. O setor já estimava que não ia crescer e agora calcula que vai encolher 7%. É assim em quase todo o país.Tem muita obra parada no Piauí. Muitas delas porque o empresário não tem mais condição de investir sozinho, precisa que a caixa Econômica de a contrapartida, melhore os financiamentos, volte a colaborar como antes. Senão vamos continuar demitindo nesse mesmo ritmo”, comentou o presidente do sindicato, acrescentando que a situação deve melhorar a partir de fevereiro.

“No mês de janeiro as contratações são bem escassas. Esperamos que no início de fevereiro a situação melhore e que tenhamos um ano com poucas demissões no setor”.

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E o ritmo de trabalho nos canteiros de obras continuou mais lento durante o mês de dezembro. Edvan Souza foi demitido no mês de outubro e espera que os primeiros meses de 2016 tragam novas oportunidades de trabalho. Por enquanto, sobrevive de bicos. “Essa é crise que ninguém sabe quando é que vai ser superada, então a gente prefere procurar outra coisa para fazer”, diz o desempregado Edvan Souza.
Obras lentas- as obras públicas tão esperadas pelos trabalhadores foram retomadas em ritmo arrastado. Quem passa pela construção do elevado da Avenida Miguel Rosa e pela duplicação da ponte Wall Ferraz percebe a presença de poucos trabalhadores. O engenheiro, João Sá, diretor de Engenharia do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) chegou a pedir que o governo realizasse os pagamentos pendentes de forma urgente para que as construtoras aumentem o número de trabalhadores.

“Estamos cobrando que a empresa encontre alternativas de prover a obra de mais material, mão de obra e que os trabalhos tomem outro ritmo, pois já estão recebendo os devidos recursos para a execução”, disse .

Diário do Povo

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