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POLÍCIA

Tiro que matou funcionário em Teresina partiu de arma de PM da ativa

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A perícia da Polícia Civil do Piauí concluiu, segundo o Ministério Público, que o tiro que matou Cândido Constâncio Filho, 41 anos, partiu da arma de um dos policiais militares que estavam na ativa e de plantão no dia 28 de setembro, data o ocorrido, o soldado André dos Santos. Cândido era funcionário de um mercado na Zona Norte de Teresina e estava na porta do estabelecimento quando levou um tiro na cabeça e morreu no local.

No dia do crime, segundo a Polícia Civil e o promotor Assuero Stevenson, da 9ª promotoria de Justiça do MP, dois policiais da ativa, o cabo Gilderlan Pereira e o soldado André dos Santos – lotados no 13º Batalhão da Polícia Militar – e outro policial aposentado, não identificado, perseguiram um suspeito de assalto atirando.

Ainda segundo as investigações, eles atiraram contra o suspeito, mas acabaram atingindo o funcionário. Segundo o MP, foi o soldado André que disparou o tiro que atingiu a vítima. Ele sugeriu ainda que, nesses casos, os policiais deveriam utilizar armas não letais, como as que utilizam balas de borracha.

“O laudo pericial comprova que o tiro que matou a vítima era da arma do André. A conclusão do laudo informa isso. Não é hilário usar arma não letal. O que é trágico é usar de forma irresponsável uma arma pra tirar a vida de alguém”, declarou o promotor.

As defesas dos policiais da ativa tinham informado que o PM da reserva, não identificado, é que teria disparado o tiro que matou Cândido. Marcos Vinícius, advogado do soldado, informou que caso os policiais sejam denunciados por homicídio doloso (quando há intenção), a defesa irá recorrer.

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“Discordamos veementemente do promotor, é ate hilário se referir ao uso de arma não letal. Gostaria que ele dissesse qual batalhão do Piauí que possui arma não letal. Se o juiz receber a denúcia, vamos recorrer”, informou o advogado.

Denúncia lista quatro crimes

Segundo o promotor, os policiais cometeram quatro crimes militares e devem ser denunciados por todos eles.

Ele defendeu que os militares sejam julgados não apenas na esfera militar, mas também criminal, e que sejam julgados pelo Tribunal Popular do Júri (que julga crimes intencionais contra a vida).

“Eles atiraram contra uma vítima desarmada, estavam de serviço até o dia seguinte e abandonaram mesmo com orientação do comando de permanecerem. Além disso, o crime aconteceu no dia 28 e só se apresentaram dia 30, cometendo desobediência da ordem legal dada pela comandante [major Elizete Lima, do 13º BPM] de que se apresentassem e ainda uso de violência no exercício do cargo”, disse.

Polícia está finalizando inquérito

Além da investigação na esfera militar, o caso está sendo investigado criminalmente e poderá ser levado à Justiça comum. O coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, informou que a investigação considera que os policiais cometeram crime de homicídio e não apenas crimes militares.

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“O delegado Robert Lavor, que preside o inquérito, está as pegando últimas informações, individualizando conduta de cada pessoa envolvida e próxima semana vamos concluir o inquérito”, informou.

Crime na periferia

Homem é baleado na cabeça e morre enquanto trabalhava em Teresina; PMs perseguiam assaltante  — Foto: Reprodução
Homem é baleado na cabeça e morre enquanto trabalhava em Teresina; PMs perseguiam assaltante — Foto: Reprodução

O promotor avaliou ainda que a ação, considerada por ele “irresponsável”, somente foi realizada dessa forma porque estavam em um bairro da periferia da cidade.

“Só aconteceu esse crime assim porque era na periferia. Eu duvido que seria dessa forma se fosse na Zona Leste, na porta de um restaurante badalado, de um supermercado. Duvido se teria acontecido algo assim, feito de forma irresponsável, sem competência, na periferia de Teresina”, declarou.

Soltos

Os dois policiais foram soltos no dia 7 de outubro. Eles foram liberados por liminar foi concedida pelo desembargador Joaquim Santana, após pedidos feitos pelas defesas do cabo Gilderlan Pereira e do soldado André dos Santos. As defesas aguardam a publicação do alvará de soltura dos dois para que sejam postos em liberdade.

Os policiais vão responder os processos em liberdade. Ainda segundo a defesa dos policiais, eles não respondem a processo administrativo sobre o caso.

Para o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, a soltura dos policiais era esperada.

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“Já esperávamos porque a prisão foi decretada pela Vara Militar, mas o DHPP está apurando tudo com muita cautela e vai dizer o que houve e quem foi que se excedeu”, disse o delegado.

O funcionário de serviços gerais Cândido Constâncio de Sousa Filho, de 41 anos, foi morto com um tiro na cabeça enquanto trabalhava na noite de 28 de setembro, na Zona Norte de Teresina.

Segundo a Polícia Civil, ele foi baleado por acaso. De acordo com o delegado Francisco Costa, o Barêtta, o policial da reserva pediu ajuda aos policiais militares porque sua filha teria sido assaltada durante a noite de terça.

O delegado disse que os três então saíram pelas ruas do Parque Brasil procurando o assaltante e conseguiram localizar ele no cruzamento das ruas Francisco Magnólia com Antônio Norberto, onde fica o mercado em que Cândido Constâncio trabalhava.

Segundo Barêtta, os policiais atiraram contra o assaltante e um dos tiros atingiu Cândido na cabeça. Ele morreu no local. O assaltante, que foi identificado e é conhecido da polícia, conseguiu fugir.

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Fonte: G1 Piauí

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