Governador se reúne com bispos do Piauí para discutir estiagem e regularização fundiária

Em reunião com arcebispos do Piauí e membros da Cáritas, o governador Wellington Dias anunciou a criação de grupos de trabalho a fim de combater a crise de abastecimento de água no semiárido piauiense. Durante a reunião, realizada na manhã desta quarta-feira (4), no Palácio Episcopal de Teresina, os representantes da Cáritas no Piauí apresentaram o governador algumas propostas decididas durante a 13ª Romaria da Terra e da Água e discutiram temas como a regularização fundiária, a adoção de medidas emergenciais contra a seca e os impactos causados à população que mora na área próxima à ferrovia Transnordestina.

De acordo com Dom Jacinto Furtado, arcebispo de Teresina, a falta de água é o principal problema do semiárido piauiense, afetando cerca de 250 mil famílias. O arcebispo destacou ainda que regularização fundiária também é uma preocupação da igreja, visto que o Piauí ainda possui muitas famílias em situação irregular de moradia. Além de Dom Jacinto, representantes de entidades e sete bispos do Piauí participaram do encontro e expuseram problemas e possíveis soluções.

O governador explicou que 2015 é o quinto ano seguido em que a estiagem atinge intensamente o Piauí e garantiu que está criando grupos de trabalho para atuar na construção de cisternas e distribuição de kits de irrigação. “Vamos fazer a distribuição de água.  Em São Raimundo Nonato, por exemplo, estamos levando água da cidade de São João do Piauí, onde há reservatórios. Pelo menos até que a chuva volte, vamos garantir o fornecimento assim”, declarou.

Wellington destacou que a parceria do Governo do Estado com as igrejas, representantes de associações e entidades como a Cáritas, são importantes para atender à população que está em situação de emergência por conta da estiagem. O chefe do executivo garantiu que as Secretarias de Estado do Meio Ambiente e dos Transportes já estão atuando em parceria para conter os efeitos da escassez de água nos municípios onde já está decretada a situação de emergência no combate à seca.

Dias tratou ainda da regularização fundiária das terras dos assentamentos do interior do estado. O governador explicou que mais de dois milhões de hectares devem ser redistribuídos. “Um dos principais problemas é que as pessoas têm a posse da terra, mas não a documentação e, com isso, ficam de fora de programas e benefícios importantes, como o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)”, esclareceu o gestor.

Dom Jacinto Brito destacou que a reunião teve um saldo positivo, pois houve um diálogo com o governo quanto à situação das famílias do interior. “Tivemos uma conversa franca e aberta com o governador sobre os problemas que foram apresentados durante a 13ª Romaria da Terra e da Água. O governador não pode dar garantias absolutas, mas deixou claro que planeja ações para minimizar os problemas”, pontuou o arcebispo.