POLÍTICA
Governo usará R$ 70 milhões de obras para pagar professores
O governador Wellington Dias (PT) afirmou ontem que vai realocar verbas de obras e investimentos para garantir o aumento salarial de 11,36% dos professores e, assim, evitar a greve na educação e garantir o início do ano letivo na próxima segunda-feira, dia 15. Na última quinta-feira, ele propôs pagar em três vezes o aumento de 11,36% nos vencimentos dos professores, com a primeira parcela retroativa a janeiro, a segunda em agosto e a terceira em dezembro.
Segundo o secretário estadual de Administração e Previdência, Franzé Silva, o reajuste vai provocar um impacto de R$ 70 milhões na folha de pagamento do Estado. A proposta foi feita durante reunião do governador e a equipe econômica com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI), na tarde e noite de quinta-feira, para discutir a situação financeira do Estado. Os trabalhadores em educação exigem o reajuste de 11,36% como condição para iniciar o ano letivo.
O percentual se refere ao aumento dado pelo Ministério da Educação ao piso nacional do magistério, que passou de R$ 1.917,78 para R$ 2.135,64, a partir de janeiro. A proposta inicial do governo era parcelar o aumento em cinco vezes, de quatro em quatro meses. A categoria rejeitou e anunciou greve para a partir do dia 15. O Governo argumenta que já paga acima do piso nacional – o menor salário do professor no Estado é de R$ 2.215,00 – e que não tem recursos para pagar o aumento.
Na reunião, os dirigentes do Sinte-PI pediram ao governador que antecipe os pagamentos das parcelas de agosto e de dezembro. Wellington ficou de analisar a possibilidade e apelou aos professores para que suspendam o movimento grevista e iniciem as aulas na próxima segunda-feira. “O Estado vai cancelar investimentos para conseguir pagar esse reajuste. Nós estamos abrindo as portas do Estado e mostrando a realidade”, ponderou ele, explicando que o esforço é para evitar uma greve na educação e prejuízos para os alunos.
O governador disse ainda que tentou em Brasília, junto ao Ministério da Educação, uma suplementação de R$ 135 milhões para garantir o pagamento do reajuste dos professores, mas não conseguiu. “Esperamos chegar ao entendimento de que essa é a proposta viável para o Estado, parcelar em até três vezes o reajuste de 2016”, argumentou, dizendo que no ano passado dos 27 estados, apenas o Piauí fez o reajuste do piso para Educação.
Diário do Povo
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