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Um ano após roubo, Banco do Brasil de Jaicós não retornou ao funcionamento normal; clientes relatam dificuldades

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A população se mobilizou, audiências, reuniões e discussões foram realizadas. O gestor municipal foi à Brasília em busca de soluções, representantes das cidades vizinhas se uniram à população de Jaicós em torno de um bem comum, mas, infelizmente, até hoje o povo ainda clama.

Nesta quinta-feira, 31 de janeiro de 2019, completou um ano do roubo ao Banco do Brasil, Lotérica e Correios, no município de Jaicós. 365 dias se passaram, mas até hoje os moradores da centenária “Terra do Galo” e municípios vizinhos ainda sofrem com os prejuízos causados pelo ato criminoso.

Desde o roubo, a agência do município está atendendo sem numerário, ou seja, não realiza transações financeiras com dinheiro em espécie, sendo assim, não oferece os serviços essenciais de saque e depósito. O problema tem afetado a população de Jaicós e também de municípios como Campo Grande do Piauí, Belém, Padre Marcos, Massapê e Patos do Piauí.

Atualmente, a população utiliza os serviços em correspondentes bancários, onde é possível realizar saques, depósitos e pagamentos. Há cerca de cinco postos na cidade, considerados insuficientes para atender a demanda local e regional.

Diante dessa realidade, os moradores tem sofrido, tendo que enfrentar longas filas, saindo de casa durante a madrugada ou ainda tendo que se deslocar para outras cidades, como Picos, distante 45 km.

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Na manhã desta sexta-feira, 1 de fevereiro, a reportagem do portal Cidades na Net conversou com alguns clientes do banco, que desde a madrugada já aguardavam nas filas dos postos de atendimento, situação que se tornou corriqueira na cidade.

O idoso Paulo Adersso da Silva, de 72 anos, sai da comunidade Jurema, Massapê do Piauí, onde reside, antes das 3 da manhã. “Saio antes de três horas da manhã para cá, a gente tem uma “motinha”, aí venho com um filho meu. A estrada tem uma parte que é ruim, e outra boa, de pista, mas é perigoso” disse.

Seu Paulo Adersso relatou que já saiu sem receber e já passou horas na fila. “E já aconteceu várias vezes de acabar o dinheiro, e tem dia que saio daqui 10 horas porque às vezes já tem muita gente na frente, tem dia que tem gente de mais. E no banco quando funcionava “o tanto” de gente que tivesse quando abre entra logo um bocado e já encosta no caixa para receber. Se funcionasse de novo o banco era bom demais” disse.

Ele ainda falou que seria bom para todos se o banco voltasse ao funcionamento normal.“Se o banco funcionasse ficava muito mais fácil para todo mundo, porque tudo que a gente precisar resolve aí, mas se não funcionar onde a gente vai resolver? É obrigado ir para Picos e fica tudo mais difícil. Se o banco voltar a funcionar fica muito bom” concluiu.

George de Sousa, de 40 anos, que mora na comunidade Jacú, em Jaicós, relatou as dificuldades. “Chego aqui 2, 3 horas da manhã, é muito difícil sair do interior para vir para cá. E chega aqui às vezes não tem dinheiro, aí a gente perde tempo e o sono de graça e tem que voltar no outro dia.  Às vezes a gente é obrigado a ir para Picos, é uma dificuldade” disse.

Ele também falou do perigo ao se deslocar para a cidade de madrugada. “Ainda tem o perigo da viagem, a estrada é muito ruim, venho de moto. Tem os idosos também que correm risco para vir para cá. Se o banco voltasse a funcionar era muito bom, melhorava mais, era muito melhor do que vir para cá” destacou.

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Crispim Manoel da Costa, 65 anos, também de Massapê do Piauí, disse que tudo ficou mais difícil. “Depois que aconteceu esse problema no banco “a coisa ficou preta”, o pessoal é a maior dificuldade para pegar seu dinheirinho. A gente enfrenta a madrugada para ficar aqui em fila, porque se não é sujeito precisar ir para Picos, ficando ainda mais difícil para a gente.  Depois que aconteceu isso ficou difícil para gente, o lugar já é pobre, tudo é difícil e mais difícil está ficando” falou.

Crispim Manoel disse que a vontade do povo é ver as coisas melhorando e o banco funcionando novamente. “Os políticos podiam ajeitar para ver se ficava melhor, para não dificultar tanto a vida da gente. Quando o banco funcionava era bom para o povo. A gente tem a vontade de ver as coisas ficarem melhor para a gente, o banco funcionar para servir mais o povo e dá um atendimento melhor para o povo de Jaicós e outras cidades que a agência da assistência” relatou.

Morador do povoado Baixão, Nemésio Martins de Lima, de 67 anos, disse pouco dorme no dia que precisa sacar dinheiro. “Eu chego aqui uma hora, tenho que sair de casa doze, durmo só um pouco. Aí a gente tem que enfrentar a fila, se tiver dinheiro recebe, se não, só outro dia, tem muitos que ficam sem tirar. Às vezes consigo tirar em outro lugar aqui mesmo, ainda não precisei ir a Picos” disse.

Nemésio Martins disse a população e comerciantes são prejudicados. “Meu prazer era que o banco voltasse a funcionar, porque não dá certo, vários municípios dependem da agência dessa cidade. Com esse problema no banco “quebrou as pernas” até dos comerciantes, quando falta um banco em uma cidade até os comerciantes ficam na pior. O dinheiro que era girar aqui as pessoas vão tirar em outro lugar. Se é ruim para os comerciantes, imagine para nós que somos da zona rural” falou.

Promessas

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Ainda no mês de maio de 2018, ano em que aconteceu a ação do “Novo Cangaço” no município, o Secretário Estadual de Segurança, coronel Rubens Pereira, em visita à cidade, anunciou medidas, entre elas a abertura de um posto da Polícia Militar no Centro, próximo à área dos bancos, com o objetivo de reforçar o patrulhamento.

Entretanto, a promessa do novo posto, que seria uma das estratégias da Secretaria Estadual de Segurança Pública, através da Polícia Militar, visando atender as exigências de segurança da Superintendência do Banco do Brasil para a reabertura da agência na cidade de Jaicós, ainda não foi cumprida.

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