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Estudante do Piauí tira nota 1.000 na redação do Enem

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Uma estudante do Piauí obteve a nota máxima na redação do Enem 2015. Valéria da Silva Alves, de 21 anos, foi uma dos 104 candidatos que tirou 1.000 em todo o país, segundo os dados apontados pelo Ministério da Educação (MEC). Este ano o tema proposto foi “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.

A estudante afirmou que ficou muito feliz quando viu o tema da redação na prova. “Eu gostei muito. Estava esperando esse tema e já tinha estudado o assunto. Tinha feito redações em relação à mulheres, mas não abordando a questão da violência. Mas isto me ajudou muito”, disse Valéria Alves.

Na redação, a estudante disse que trabalhou três aspectos que, para ela, foram essenciais para obter a nota máxima. “Eu tenho bom domínio de gramatica e ortografia porque eu faço muitas leituras. Além disso, estruturei bem o texto, escrevi a redação como o Enem pede e tinha conhecimento sobre o assunto, então argumentei bastante”.

Dentre os pontos abordados por Valéria na dissertação, foram trabalhados a questão da criança que vive em um ambiente onde os pais sofrem com dependência de drogas e álcool, e como isso pode interferir na vida adulta; o fato dos movimentos feministas, que incitaram inúmeras discussões nas redes sociais; e a tradição na sociedade brasileira, onde há o machismo e a luta da mulher por representatividade.

A jovem relatou ainda que fazia em média duas redações por semana e estudava cerca de 5 horas por dia. Valéria Alves passou quatro anos afastada dos estudos e não concluiu o Ensino Médio. Ela frequentava um cursinho pré-vestibular e participou do Enem pela primeira vez. A estudante afirmou que com a nota vai concorrer ao curso de Medicina na UFPI e na Uespi.

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Ontem, o MEC divulgou dados com o balanço do Enem 2015. De acordo com o Ministério da Educação, 104 candidatos obtiveram nota mil na redação e 53 mil pessoas tiraram nota zero. Mais de 1,9 milhão de participantes tiveram entre 501 e 600 pontos.

“A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é um fato que tem origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus direitos cerceados e a liberdade limitada devido ao fato de ser considerada mais “frágil” ou “sensível”, ainda que isso não pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento deu margem a uma maior subjugação da mulher e abriu portas a atos de violência a ela direcionados.

Nessa perspectiva, a sociedade brasileira é pautada por uma visão machista. A liberdade feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem de acordo com as próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas irreverentes, correm o risco de serem violentadas sob a justificativa de que “estavam pedindo por isso”. Esse pensamento perdura no meio social, ainda que muitas conquistas de movimentos feministas – pautados no existencialismo da filósofa Simone de Beauvoir – tenham contribuído para diminuir essa percepção arcaica da mulher como objeto.

Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação globalizada ou desavisadas a respeito dos Direitos Humanos continuam a pôr em prática atos atrozes em direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do Lar. A violência doméstica, em especial física e psicológica, é praticada por homens com necessidade de autoafirmação ou dependentes de drogas (com destaque para o álcool) e faz milhares de vítimas diariamente no país. Nesse sentido,  a criação de leis como a do feminicídio e Maria da Penha foram essenciais para apaziguar os conflitos e dar suporte a esse grupo antes marginalizado.

Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar mulher tem como consequência a solidificação de tal prática no psicológico dos filhos. As crianças,  dotadas de pouca capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo violentada e tem grandes chances de se tornarem adultos violentos, contribuindo para a manutenção das práticas abusivas nas gerações em desenvolvimento e dificultando a extinção desse comportamento na sociedade.

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Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas da Antiguidade até hoje, a mulher luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir nessa conquista ao investir em ONGs voltadas à defesa de direitos femininos e ao mobilizar campanhas e palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia, objetivando a exposição da problemática e o debate acerca do respeito aos direitos femininos. É importante também a criação de um projeto de distribuição de histórias em quadrinhos e livros nas escolas, conscientizando as crianças e jovens sobre igualdade de gênero de forma divertida e interativa.”

 

Portal O Dia

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