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Setembro Amarelo: como acolher e lidar com pessoas com ansiedade e depressão

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Quem sofre com a ansiedade ou depressão costuma apresentar sintomas e dar sinais, porém, poucos têm a sensibilidade para perceber e acolher quem está em sofrimento. O Setembro Amarelo, mês alusivo à prevenção ao suicídio, chama atenção para essas doenças que acabam afetando a saúde mental dos pacientes, mas, também, para a necessidade de acolhimento por parte daqueles que convivem com pessoas que estão vivendo momentos difíceis.

A psicóloga Viviane Santos lembra que muitas pessoas não se sentem à vontade para expressar seus sentimentos mais íntimos, se fecham e, quando amigos e familiares percebem, essa pessoa já está em um processo avançado de sofrimento.

“Não é repentinamente que essa pessoa se fecha, ela já vê dando sinais, mas as pessoas só percebem da noite para o dia que ela estava em sofrimento, e as pessoas ficam se perguntando porque só agora ou porque não pediu ajuda antes. Só que essa pessoa tem medo de se sentir fraca ou de parecer alguém que não se sustente emocionalmente”, cita.

A profissional explica que a depressão pode afetar pessoas de todas as idades, gênero ou classe social, e desmistifica que uma pessoa alegre, extrovertida e alto-astral não pode sofrer com a doença.

“O que causa depressão ou ansiedade é muito sensorial. Mesmo pessoas que estão em meio à multidão e uma ótima rede de apoio, também pode ter depressão, assim como aquela pessoa que não tem esse suporte. Segundo a psicóloga, as doenças mentais são presentes no indivíduo e foi acionada devido a uma situação”, disse.

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“Ela já vinha em algum curso, foi acionado um gatilho, em algum momento, não tratada adequadamente, nem dada a atenção devida, aquela angústia ficou dentro da pessoa e chega um momento que os sintomas aumentando tanto que ela não aguenta”, explica Viviane Santos.

A depressão é algo social, diferente do que muitos pensam, ou seja, não diz respeito a um trauma específico ou situação isolada que aquele paciente vivem em algum momento. Na verdade, é uma junção de ações, acontecimentos e sentimentos que podem desencadear uma depressão.

“A pessoa pode ter tido uma vida muito tranquila, mas o desequilíbrio neuroquímico pode fazer com que os principais neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e outros, tenham uma queda, e são eles que nos dão uma saúde mental. E os hormônios também podem afetar nisso, principalmente nas mulheres e, em especial, para aquelas que estão chegando na menopausa”, destaca Viviane Santos.

A psicóloga chama atenção também para o uso de medicamentos voltados para o tratamento da depressão, ressaltando que alguns pacientes não querem deixar fazer uso por receio de voltarem a viver com esse sofrimento.

“Essas medicações dão um equilíbrio que a depressão acaba tirando, então as pessoas acreditam que, ao retirar, elas voltarão a ficar depressivas e será muito difícil sair, então ela vai querer continuar com o tratamento”.

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Ansiedade, os gatilhos das redes sociais

A ansiedade é um mecanismo de defesa natural do indivíduo. Contudo, quando ela passa a ser patológica, ou seja, a pessoa não está sofrendo nenhum perigo, mas a pessoa sente um perigo iminente, ela passa a se tornar uma doença. Segundo a psicóloga Viviane Santos, a internet, sobretudo as redes sociais, tem tido um impacto significativo para a crescente dessa doença mental.

“As pessoas olham para as redes sociais das outras pessoas e acham que está tudo bem, mas ninguém mostra os defeitos. É preciso entender que nem tudo é perfeito na vida de ninguém. Nunca se compare com ninguém”.

Durante uma crise de ansiedade, a pessoa tente a apresentar sintomas como tremor, suor nas mãos, respiração ofegante e coração acelerado. “A pessoa passa a ter pensamentos negativos, deixa de ver e absorver boas oportunidades. É o pensamento disfuncional, que incapacita essa pessoa de fazer algo”, conta.

A psicóloga Viviane Santos enfatiza a necessidade do paciente conversar e se abrir com amigos, familiares e profissionais, não guardando para si suas angústias. Entretanto, ela lembra que a sociedade precisa estar aberta para saber ouvir e acolher esse indivíduo que está sofrendo com a depressão ou ansiedade

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“As pessoas não estão prontas para receber o problema de alguém. Se pratica muito pouco a empatia e a escuta ativa. Qualquer pessoa pode dar atenção para alguém que está falando algo, mas é ouvir sem julgar. Às vezes, a pessoa quer falar, mas quem está ouvindo vai querer aconselhar, palpitar, ou pior, dizer que é falta de Deus. Essa é a pior coisa que se pode dizer a alguém que está com o estado de saúde mental abalado, além de diminuir esse sentimento de fragilidade que ela está vivendo, ou que essa situação irá passar”, orienta.

A profissional reforça a necessidade de validar esse paciente que está enfrentando algum sofrimento psíquico. “O mínimo esforço que essa pessoa faz precisa ser notado, elogiado. Para ela, pode ser difícil levantar da cama e arrumar, mas que bom que ela conseguiu isso, e quem convive com essa pessoa consegue ter esse olhar. O mínimo precisa ser percebido e dito”, conclui.

Fonte: Portal O Dia / Foto: Marcelo Camargo

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