Jaicós já registra três casos de abuso sexual infantil este ano; psicóloga alerta para sinais que podem identificar vítimas

Maio é o mês que abriga o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil, comemorado no dia 18. Em alusão à data, o CREAS de Jaicós tem levado informações importantes a população a respeito da campanha, casos no município, atendimento e necessidade de denunciar.

Em entrevista ao Cidades na Net, a coordenadora do CREAS, Larysse Feitosa, disse que três casos de abuso sexual já foram registrados no município este ano. “Durante este ano, a gente já teve denuncia de três casos, sendo dois de meninas e agora no mês de maio de um menino. Dois casos aconteceram em família e outro envolveu uma pessoa que não era do convívio familiar da vítima” disse.

Ela disse que é importante denunciar os casos. “É muito importante o cuidado redobrado, pois as crianças que são vítimas de violência, levam uma marca eterna. É preciso não ter medo de denunciar e não se calar diante deste tipo de violência. Denúncias podem ser feitas entrando em contato com a delegacia de polícia, Conselho Tutelar, CREAS e Ministério Público. O denunciante não precisa se identificar e todos os órgãos tem a devida competência de manter o sigilo” falou.

Larysse também explicou como é feito o atendimento as crianças vítimas de violência. “A gente recebe o encaminhamento enviado pelo Conselho Tutelar ou Ministério Público e quando chega aqui no CREAS é feito o acolhimento pela assistente social e o caso é encaminhado para a psicóloga para fazer todo o acompanhamento psicológico. Quando ela percebe que essa pessoa já está apta para voltar a sua rotina normal, então o paciente recebe alta” disse.

Denúncias podem ser feitas em contanto com o Conselho Tutelar no número 89 99984 1934; CREAS (89) 99932 8859 e pelo Disque 100.

Ainda segundo a coordenadora Larysse, a equipe do CREAS é composta também pela Assistente Social Maura Freitas, Psicóloga Debora Sá, Assistente Administrativa Jucelha Luz e Assessor Jurídico Pedro Henrique. “Estamos disponíveis para a sociedade sempre que precisar e a gestão municipal nos dá todo o suporte para que juntos possamos proteger nossas crianças e adolescentes”.

Sinais que podem identificar vítimas

A Psicólogo do CREAS, Debora Sá, disse que apesar de cada pessoa reagir de uma forma distinta em situações de violência, há características comuns em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, que poderão auxiliar na identificação e posterior auxilio a vítima.

“Há os sinais físicos comuns, que são machucados, coceira, sangramento e dor nas partes íntimas. Sinais comportamentais como isolamento, dificuldade para dormir, se concentrar e dificuldade de aprendizagem. Já os sinais psicológicos podem ser irritabilidade, agressividade, tristeza, choro excessivo e baixa autoestima” explicou.

Deborá Sá disse que ao identificar uma vítima, é de suma importância que ela seja acolhida. “Estes sinais demonstram o quanto a violência pode trazer consequências seríssimas para a vida de quem sofre. Por isso, diante de uma suspeita de violência sexual, o mais importante é acolher a vítima, tendo uma postura empática, se colocando no lugar da criança ou adolescente, buscando compreender o que está sentido e o que foi vivenciado” falou.

A psicóloga ainda destacou que a comunicação é um fator importante para proteção, devendo os pais orientarem as crianças desde cedo. “A comunicação é o ponto principal, assim uma criança desde muito pequena precisa compreender que tem o direito de recusar toques e carinhos, identificar quem são seus adultos de confiança” concluiu.

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