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MUNICÍPIOS

Populares interditam BR 316, provocam congestionamento de 10 km e confrontam com a PRF; veja fotos

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Dezenas de pessoas realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira, 20, no povoado Boa Viagem, também conhecido como KM 87, perímetro do município de Francisco Santos. O manifesto teve início por volta das 5h e durou mais de cinco horas, reunindo cerca de 500 pessoas. Os manifestantes incendiaram pneus e outros objetos, interditando a rodovia e, consequentemente, o tráfego de veículos.

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O protesto provocou um grande congestionamento de aproximadamente 10 km. Carros, ônibus e caminhões ficaram parados na rodovia por mais de 5 horas. O caminhoneiro Valdir Tomaz, que transportava uma carga de refrigerantes, relatou que estava parado desde as 6h. Ele seguia de Recife para Teresina.

Ele apoiou a manifestação. “A população tem o direito de fazer suas reivindicações. Eles estão cobrando algo que é pra segurança deles, dos moradores dessa comunidade. Mas acho que deveriam ir direto ao governo, aos órgãos competentes, como o Dnit. Dessa forma eles estão prejudicando a gente que tá trabalhando”, disse.

A reivindicação
Os moradores do povoado Boa Viagem reivindicam do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a instalação de redutores de velocidade. Segundo relatos, várias pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito no local. Um dos fatores que contribui para a causa dos acidentes é a alta velocidade dos veículos.

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Maria Cecília é uma irmã de uma das vítimas de acidente na BR 316. Segundo relatou, o fato aconteceu em maio de 2014, no início da noite, quando Maria Cilda da Silva, 23 anos, deixava o trabalho e seguia para sua residência em uma motocicleta. Ela foi colhida por uma carreta que transitava na rodovia. A vítima ficou presa nas ferragens do veículo de carga e morreu no local. “Por conta da velocidade, o motorista do caminhão nem viu ela”, conta. “Essa manifestação é ‘pra’ reivindicar amor e paz para a comunidade. Eu já perdi uma irmã, e outras famílias podem perder também. Não aguentamos mais ver tanta gente morrendo aqui”, disse a moradora, em tom de indignação.

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Segundo a moradora Francisca das Chagas, até o ano de 2012 existiam lombadas no local. No entanto, com a realização das obras de recapeamento da rodovia, as lombadas foram retiradas. Desde então, os veículos trafegam em alta velocidade, fator que tem contribuído para os acidentes. “Nós queremos o Dnit coloque novamente essas lombadas para evitar mais pessoas morram aqui”, disse.

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Outra moradora, Maria das Neves, disse já ter testemunhado vários acidentes. “Já vi pessoas com o corpo espedaçados nesse asfalto. Foram vários acidentes e nenhuma providência foi tomada. […] Queremos os quebra-molas de volta”, disse.

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Representantes de entidades e órgãos também apoiaram e participaram da manifestação. Dentre outros, o vereador do município de Francisco Santos, Siriá Raimundo da Silva – PPS, presidente da Câmara Municipal. “Eu já fui várias vezes a Teresina, o prefeito também já foi, onde recorremos ao Dnit, mas não obtivemos êxito, nenhuma atitude foi tomada por parte do órgão competente”, pontuou. O parlamentar informou que já foi aprovado da Câmara, Requerimento solicitando as lombadas. “O documento foi levado ao Dnit junto com um abaixo assinado da população, e o Dnit pediu que fossem apresentadas, também, as certidões de óbitos de todas as vítimas. Hoje, a população já cansada de esperar e de testemunhar mais mortes, resolveu se manifestar. Já perdemos várias pessoas e amigos em acidentes nesse local. Esse é um problema grave que pode ser evitado apenas com a instalação de redutores de velocidade”, disse.

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O agricultor aposentado Francisco José de Farias, presidente de uma Associação local, é um dos líderes da manifestação. Ele afirmou que já foi duas vezes a Teresina acompanhado de vereadores e de outros moradores da comunidade, para reivindicar do Dnit a instalação dos redutores de velocidade. “O que nós queremos é segurança, qualquer coisa ‘pra’ evitar a morte de mais pessoas. Aqui tem alunos, idosos, gente de todas as idades atravessando essa pista. É um perigo”, disse.

Fim do protesto
A manifestação só foi encerrada por volta das 10h. A Polícia Rodoviária Federal, que acompanhava de perto a manifestação, tentou negociar o fim do protesto, mas não teve êxito. As opiniões se dividiram no grupo. Alguns reconheciam que o objetivo inicial de chamar a atenção das autoridades para o problema já havia sido alcançado, após a chegada da imprensa. Outros, mais exaltados, insistiam em permanecer na rodovia.

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Enquanto os agentes da PRF conversavam com os manifestantes e buscavam um acordo para liberar o tráfego de veículos, uma camionete chegou carregada de pneus para serem incendiados. A polícia reagiu e impediu que os pneus fossem colocados no fogo. Alguns manifestantes desobedeceram as ordens da polícia e foram ameaçados. O clima ficou tenso e, durante o tumulto, um dos agentes da PRF chegou a efetuar um disparo. Houve confronto e os manifestantes foram retirados. A polícia alegava que a reivindicação da presença dos meios de comunicação no local já havia sido atendida.

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Somente por volta das 10h30 os primeiros veículos conseguiram passar pelo local utilizando um desvio pelas estradas vicinais às margens da rodovia.

Novo protesto
Os manifestantes afirmaram que, se num prazo de oito dias não houver um posicionamento por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, uma nova manifestação será realizada.

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