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POLÍTICA

Novo governo teme paralisação do Estado

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Os membros da equipe de transição do governador eleito Wellington Dias (PT) tiveram acesso pela primeira vez, após o início do processo de troca de Governo, aos documentos sobre a situação financeira do Estado. A entrega da documentação solicitada ocorreu na manhã de ontem na sede da Secretaria de Administração, após encontro com o secretário João Henrique Sousa, que coordena a transição na equipe do governo Zé Filho (PMDB).

Com a entrega dos dados, a intenção do novo governo é iniciar uma verdadeira devassa nas contas deixadas pelo governador Zé Filho para não deixar passar nenhuma informação que possa comprovar desvios de dinheiro público. A entrega dos documentos foi feita ao ex-secretário de Fazenda, Francisco José Alves Silva, um dos integrantes do grupo. A coordenadora da equipe, Regina Sousa, não estava presente no encontro, pois está se dedicando à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Ao jornal O DIA, ela informou que só retorna as atividades da transição depois do segundo turno.

Os documentos entregues apresentam informações sobre as Secretarias de Administração, Fazenda e Planejamento. Além de dados da CGE- Controladoria Geral do Estado e do Iapep – Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí. Os membros da equipe de Wellington Dias passaram mais de duas horas esperando os dados na secretaria porque houve um atraso no repasse das informações do Iapep.

Os integrantes do futuro governo reclamam da demora na entrega dos dados ou informações passadas pela metade, o que tem dificultado o acesso aos documentos. O governo petista solicitou uma auditoria nas contas públicas e pediu auxílio do TCE- Tribunal de Contas do Estado e do MP- Ministério Público Estado para que a futura administração não corra o risco de ser prejudicada devido a atos de fim de governo que poderiam ser praticados por Zé Filho.

Preocupado com o resultado da análise dos dados, o deputado Merlong Solano afirma que a situação é de preocupação diante da possibilidade de encontrar o Estado sem condições financeiras de funcionar. “As previsões que chegam até nós são as mais pessimistas possíveis. A preocupação é de não ter dinheiro para que o futuro governador possa encontrar o Estado funcionando. Não está descartado levar alguns casos à Justiça se for comprovado desvios graves”, declarou o deputado Merlong Solano, que não participou do encontro, mas falou por telefone ao O DIA.

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A ex-presidente da Agespisa, Viviane Moura, afirmou que até a próxima terça-feira será possível ter uma primeira avaliação sobre a documentação entregue. “Não podemos nos adiantar em relação a isso porque ainda não avaliamos os documentos. Mas até o início da próxima semana já é possível ter uma visão melhor de como se encontra o Estado”, disse.

João Henrique nega situação de crise financeira

Incomodado com as críticas à atual gestão do governador Zé Filho e com as protestos da equipe de transição do governador eleito Wellington Dias (PT), sobre a dificuldade de ter acesso aos dados financeiros, o secretário João Henrique Sousa reclamou do prazo de apenas cinco dias para repassar as informações solicitadas pelo futuro governo. Segundo ele, foi possível realizar um esforço sobre-humano para que as informações fossem repassadas dentro do prazo.

 João Henrique afirmou que as críticas não possuem fundamento já que os dados foram repassados dentro do prazo previsto na Lei de Transição. O secretário ironizou ao informar que Zé Filho governa até o dia 31 de dezembro. “É preciso lembrar que o Estado tem funcionado normalmente, sem grandes problemas. O governador Zé Filho tem acompanhado toda essa movimentação da transição e cobrado rapidez no repasse dos dados. Zé Filho governa até 31 de dezembro e Wellington Dias só assume em janeiro”, disse.

Apesar das garantias do secretário de que o governador tem acompanhado de perto a transição, Zé Filho não é visto em público desde o encontro com Wellington Dias que deu início ao processo de troca de governo. O peemedebista não tem comparecido às solenidades oficiais do governo desde o resultado da eleição e não foi nem mesmo às solenidades em comemoração ao aniversário do Piauí, ocorridas no dia 19.

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João Henrique confirma que o Estado encontra-se com pagamentos atrasados com alguns fornecedores, mas afirma que esses são problemas “pontuais”. “Todo governador eleito vai receber um governo com dívidas, mas isso não significa que o Estado está quebrado. Está tudo sob controle. São problemas pontuais. Não há motivos para falar em crise financeira”, destacou.

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