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Divisão de recursos do Fundeb mudará com o litígio entre Piauí e Ceará; entenda

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disputa territorial entre o Piauí e o Ceará já dura mais de 300 anos, envolvendo uma área de quase 3 mil km² e correndo o risco de trazer mudanças para a vida de pelo menos 10 mil pessoas. Mas quando se fala no litígio entre o Piauí e Ceará, se fala em mais que demarcações territoriais, identidade e fronteiras. Se fala, também, em mudança na divisão dos repasses de recursos entre a União e os dois Estados. Os recursos do Fundeb, por exemplo, é um dos que podem sofrer alterações no caso de uma possível redefinição territorial entre o Piauí e o Ceará

É que o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais do Magistério) é uma política pública brasileira que prevê o repasse de recursos federais pela União (Governo Federal) para ser destinado ao investimento na educação por parte dos Estados e Municípios. A divisão desses recursos do Fundeb varia conforme uma série de critérios, dentre os quais se destaca o número de estudantes matriculados na rede estadual de Educação Básica. Essa regra é estabelecida segundo os dados do Censo Escolar realizado no ano anterior.

Divisão de recursos do Fundeb mudará com o litígio entre Piauí e Ceará; entenda - (Arquivo/ODIA)Arquivo/ODIADivisão de recursos do Fundeb mudará com o litígio entre Piauí e Ceará; entenda

Em caso de uma possível redefinição das fronteiras entre o Piauí e Ceará, haverá não somente mudanças no contingente populacional dos dois estados (cidadão antes tidos como cearenses podem vir a fazer parte do território piauiense e vice-versa). Se o contingente populacional é afetado, o contingente educacional também é (estudantes de municípios que porventura passarem a fazer parte do Piauí terão que ser englobados pela rede estadual de ensino piauiense).

Isso acarretará em uma alteração nos repasse dos recursos do Fundeb ao Piauí e também, ao Ceará. É o que explica o professor e historiador Ricardo Arraes. “Quando o Ceará perde municípios, ele perde população. Então essa parcela dos municípios localizada entre os dois estados acabará perdendo receita”, diz.

Com a demarcação das terras, algumas dessas áreas passarão a integrar municípios localizados em solo piauiense. Isso significa que propriedades, escolas, postos de saúde, entre outros, se tornarão de responsabilidade do governo do Piauí. Ricardo Arraes detalha.

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“Há escolas administradas pelo Ceará, mas que estão localizadas em áreas piauienses, então esses estudantes teriam que estar matriculados dentro do sistema educacional do Piauí e isso implicaria na repartição das receitas tributárias como do recurso repassado pelo Fundeb, por exemplo”, diz o professor.

"Há escolas administradas pelo Ceará, mas que estão localizadas em áreas piauienses", diz professor - (Reprodução/SEMEC)Reprodução/SEMEC“Há escolas administradas pelo Ceará, mas que estão localizadas em áreas piauienses”, diz professor

Só nos dois primeiros meses deste ano, o Ministério da Educação (MEC), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), já repassou cerca de R$ 16,3 bilhões em recursos para a rede educacionais no Brasil. Este pagamento inclui ainda o Programa Escola em Tempo Integral e o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que somam R$ 150 milhões em investimentos.

Este repasse de recursos deve aumentar ainda mais com a implementação do Programa Pé-de-Meia, cujo lançamento ocorreu aqui no Piauí, e que prevê o pagamento de uma bolsa mensal aos estudantes do Ensino Médio Brasileiro para que eles mantenham frequência escolar e concluam os estudos. Os valores repassados somam, ao final dos três anos do Ensino Médio, quase R$ 10 mil por aluno.

Questões do litígio vão além da repartição de recursos do Fundeb

O vice-presidente da Comissão de Estudos Territoriais (CETE) da Assembleia Legislativa do Piauí, deputado Ziza Carvalho, explica que a questão do litigio entre o Piauí e o Ceará vai muito além da repartição de recursos destinados pelo Fundeb e demais políticas públicas do Governo Federal para com estados e municípios. Ele cita, por exemplo, estradas no Ceará que estão em manutenção, mas que deveriam estar sendo mantidas pelo Piauí; assim como redes de transmissão de energia e outras questões envolvidas.

“As terras localizadas em solo piauiense terão que ser registradas nos cartórios do Piauí. O STF vai decidir aonde são os marcos divisórios desses estados, mas as consequências econômicas, sociais e administrativas destas decisões virão depois”, finaliza o deputado.

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Fonte: Portal O Dia

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