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Estudantes protestam pelo 3º dia após estupro e morte de aluna em sala da UFPI

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Teresina registra nesta quarta-feira (1º) o terceiro dia de protestos pela morte da estudante de Jornalismo Janaína Bezerra, 22 anos, estuprada e assassinada em uma sala de mestrado em Matemática da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O ato conta com cartazes e faixas que pedem justiça e medidas de segurança em prol das mulheres.

Os manifestantes se concentraram nesta manhã na entrada principal da UFPI, situada no bairro Ininga, zona Leste da capital.

O grupo convocado por movimentos estudantis chegou a fechar por cerca de quinze minutos os dois trechos da Avenida Nossa Senhora de Fátima e Aveinda Universitária.

Com gritos de “Vem para a rua” e “Fora Gildasio”, os alunos seguem em caminhada pelo campus.

Caso Janaína Bezerra: Alunos fazem 3º dia de protesto pela morte da jovem - Foto: Ananda Soares/Meio Norte
Caso Janaína Bezerra: Alunos fazem 3º dia de protesto pela morte da jovem – Foto: Ananda Soares/Meio Norte

Estudantes querem indenização à família e memorial na UFPI

Estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) elaboraram na terça-feira (31), após uma assembleia-geral e ocupação a reitoria do campus Ministro Petrônio Portela, uma série de propostas para a instituição de ensino diante da morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra da Silva, ocorrida no último sábado (28).

Caso Janaína Bezerra: Alunos fazem 3º dia de protesto pela morte da jovem - Foto: Ananda Soares
Caso Janaína Bezerra: Alunos fazem 3º dia de protesto pela morte da jovem – Foto: Ananda Soares

Entre as sugestões, está a proposta de indenização da família da jovem, melhorias na iluminação, ampliação de todas as frotas de ônibus que atendem a universidade e claro, mais segurança no campus, a principal pauta discutida pelo movimento estudantil.

Veja as propostas na íntegra:

Janaína Bezerra: Estudantes querem indenização à família e memorial na UFPI (Foto: Imagem cedida ao Meionorte)
Janaína Bezerra: Estudantes querem indenização à família e memorial na UFPI (Foto: Imagem cedida ao Meionorte)

Além disso, os estudantes propõem uma nota de retratação por parte da UFPI em relação à criminalização das ‘calouradas’ e do movimento estudantil (DCE). A Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação, Regilda Saraiva, se apresentou como representante do reitor Gildásio, que está de férias, para atender as reivindicações dos estudantes e assinou o documento.

O Meionorte.com apurou que ela se comprometeu em dar um retorno para os estudantes nesta quarta (1°), momento em que será realizado um outro ato unificado no Centro de Ciências da Educação (CCE). Os estudantes partirão em seguida para o Centro de Ciências da Natureza (CCN).

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Pró Reitora escutou estudantes e assinou propostas para retorno das reividicações (Foto: Raíssa Morais/ Meio Norte)
Pró Reitora escutou estudantes e assinou propostas para retorno das reividicações (Foto: Raíssa Morais/ Meio Norte)

Protesto dos alunos

Na manhã de terça-feira (31), os alunos se reuniram no coreto da Reitoria, por volta das 9 horas, em protesto contra a morte de Janaína Bezerra, de 22 anos, aluna do curso de Jornalismo. Os estudantes realizaram uma assembleia-geral em memória e justiça pela vítima e deliberaram um calendário de mobilizações para os próximos dias. Os atos são convocados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPI.

A primeira ação do movimento foi o pedido de diálogo direto com os representantes da reitoria, que só haviam se manifestado por meio de notas e entrevistas para imprensa. A ocupação da reitoria, segundo a aluna do curso de Biologia, Isadora Monteiro, foi a melhor forma dos estudantes serem ouvidos pelo reitor Gildásio Guedes.

“A ocupação acontece porque nós queremos um diálogo justo e honesto, buscamos respostas verdadeiras da universidade para melhorar a nossa situação. A UFPI está tentando esconder sua culpa jogando tudo isso contra o DCE”, contou.

Reivindicações

Segundo os estudantes, o caso de feminicídio de Janaína, que ocorreu em uma sala da universidade, alerta para necessidade urgente de proteção e apoio às vítimas de violência e não há espaço para associações equivocadas usadas como meio de culpabilizar uma vítima.

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“A ocupação se trata de uma reivindicação de direitos. Estamos exigindo direitos que nos foram negados e que são violados. Não aceitaremos julgamentos errados e mentirosos de quem não é sensível à morte de uma jovem”, falou o estudante de Filosofia André Mendes, após um diretor administrativo da UFPI dizer, durante uma entrevista para uma televisão local, que o ato dos alunos era, na verdade, uma “invasão”.

Instituição anunciou medidas de combate à violência e a probição de calouradas

Nesta terça-feira (31), a Administração Superior da Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou medidas de enfrentamento à violência no campus de Teresina. De acordo com a portaria, a UFPI vai trabalhar para a constituição de uma comissão que vai elaborar um protocolo oficial de enfrentamento à violência contra as mulheres, com estratégias educacionais e em parceria com outras instituições.

Confira as medidas adotadas:

instalação de Comissão de Sindicância Investigativa para apuração de eventuais responsabilidades administrativas no âmbito interno;

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– acesso restrito, a partir de 22h, nas vias de circulação exclusivamente interna no campus Ministro Petrônio Portella – Teresina;

– suspensão da realização de eventos festivos até a regulamentação da matéria pelo devido Conselho Superior. Nesse período, excepcionalmente, esses eventos poderão ocorrer mediante solicitação formal do demandante e com autorização expressa do gestor do espaço;

– constituição de comissão para elaboração de protocolo oficial de enfrentamento à violência contra as mulheres no âmbito da UFPI, incluindo estratégias de sensibilização e educação permanente, em parceria com outras instituições do estado que também discutem a questão da violência de gênero, e considerando estudos, pesquisas e experiências já produzidas pela própria comunidade ufpiana;

– continuidade das ações de apoio à família de Janaína Bezerra, por meio da atuação da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC), que procederá a cuidados psicossociais, com visitas domiciliares por equipe multiprofissional, composta por psicólogos e assistentes sociais da instituição.

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Fonte: Meio Norte

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