GERAL
Veja a importância de registrar um Boletim de Ocorrência por furto/roubo
O Boletim de Ocorrência, ou B.O. – como é mais conhecido, é o registro detalhado de determinado tipo de ocorrência, criminosa ou não, que diz respeito à segurança pública. É, também, através desse tipo de documento, que as polícias, Militar e Civil, podem e devem atuar, traçando o chamado “mapa do crime”, ou seja, tendo a visão amplificada de que em determinado local ocorrem mais tipos de ações do que em outros locais.
Por exemplo: o Boletim de Ocorrência é quem vai guiar as tropas policiais a estarem presentes com mais frequência naquele local que existe um maior número de assalto à mão armada. O B.O. também mostra, em quantidade, se há mais uso de arma branca ou de fogo em determinado período de tempo, assim como números de ameaças e agressões e outras modalidades.
Contudo, por falta de credibilidade na Justiça, muitas pessoas deixam os crimes “passarem”. Como assim? É que, mesmo com o registro do B.O., são poucos os casos em que as vítimas veem seus problemas solucionados. Com isso, preferem não se desgastar em uma fila dentro de uma delegacia. Às vezes até conseguem identificar o criminoso, mas, por falta de provas materiais, ele logo é liberado e a vítima continua lesada.
Pensamento este que não pode ser julgado. Contudo, de toda a probabilidade, há outros 50% de chance do criminoso não apenas ser identificado como ainda estar em posse do material que foi furtado/roubado, pois, como dito anteriormente, são os boletins que guiam as ações policiais, sendo cada detalhe imprescindível para resolução do problema. E, mais cedo ou mais tarde, uma dessas atividades pode fazer com que o indivíduo, ou material, seja recuperado.
A delegada Laura Carneiro explica a importância de se registrar um boletim de Ocorrência.
“É muito importante noticiar um Boletim de Ocorrência, porque é a partir disso que a Polícia Civil deverá efetivamente atuar. A gente ouve a vítima, possíveis testemunhas do fato, iremos chamar, possivelmente, o agressor/criminoso, dependendo do caso. Então é importante, principalmente para que o indivíduo causador do crime/ofensa esteja ciente de que não ficará impune”, explicou ela.
Na noite desta quarta-feira (31), um homem foi assaltado em Picos e teve sua motocicleta levada pelos criminosos. Momentos depois, a dupla realizou outro roubo utilizando o veículo. Contudo, o jovem já se encontrava fazendo o B.O. Se ele, porventura, tivesse tomado a decisão de fazer apenas no dia seguinte, muitos transtornos viriam à tona, como, possivelmente, a responsabilidade pelo segundo crime.
Um caso de grande repercussão em Picos foi o roubo do celular de um jornalista bastante conhecido. Ele não registrou o B.O. e, muitos meses depois foi preso, envolvido, supostamente, em uma quadrilha da região. Contudo, o caso desenrolou-se e a polícia acabou descobrindo que o chip do jornalista, que outrora fora roubado/furtado, estava sendo utilizado pela gangue.
Em muitos casos, se as vítimas forem questionadas, elas afirmam que são ameaçadas se forem procurar a polícia. A Delegada Laura afirma que é preciso quebrar o ciclo de violência que ronda a sociedade. “É preciso romper com esse ciclo de violência e mostrar, sim, que toda pessoa pode vir a registrar qualquer tipo de ocorrência, e que a denúncia será averiguada e terá as medidas cabíveis tomadas”, alega.
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