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Associação de Jacobina do Piauí já comercializou 39 toneladas de mel este ano e é uma das maiores produtoras da região

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Mesmo com menos de dois anos de atuação, a Associação Municipal de Apicultores de Jacobina do Piauí (JACOMEL), tem sido essencial para o desenvolvimento da apicultura, atividade que hoje é uma importante fonte de geração de renda para diversas famílias na cidade.

A associação, fundada em setembro de 2019, hoje conta com 60 filiados, todos do município de Jacobina do Piauí, e já é uma das maiores na produção de mel na região. A JACOMEL é vinculada a Cooperativa Melcop, que é ligada a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro – CASA APIS, com sede no município de Picos.

Adelson de Sousa, presidente da JACOMEL, informou que em 2020, a JacoMel alcançou a marca de 63.560 kg de mel, maior produção da associação até o momento. Neste ano de 2021, o número está em 39.287, com previsão de chegar a 50 toneladas.

Com as 39 toneladas de mel que já foram comercializadas neste ano, a associação teve um rendimento de cerca de 570 mil reais. “Chegando as 50 toneladas vamos alcançar os 750 mil reais em comercialização” destacou Adelson.

O presidente da associação destacou que hoje a apicultura é a segunda maior cadeia produtiva de Jacobina do Piauí. “Hoje a apicultura é a segunda maior cadeia produtiva do município, ficando atrás apenas da ovinocultura, que é muito forte na cidade. Mas estivemos trabalhando muito e o pessoal está investindo bastante, pois é um cadeia promissora e que gera um bom resultado”.

Francisco de Abreu, atual secretário municipal de juventude, foi um dos apoiadores na fundação da JACOMEL. Na época, ele exercia o cargo de secretário de Agricultura, e através da pasta conseguiu a parceria do Sebrae para auxílio na criação da associação.

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Chico Abreu, como é mais conhecido, disse que ver a evolução da JACOMEL é motivo de orgulho. “Sobre o nosso apoio a JACOMEL a gente fala com muito entusiasmo, pois no início da fundação da associação a gente esteve dando os primeiros incentivos, e hoje nos sentimos honrados por perceber que aquele passo que a gente deu está conseguindo evoluir muito. Mas não conseguimos sozinhos. Tivemos um grande parceiro na fundação da JACOMEL, que foi o SEBRAE. Através da Secretaria de Agricultura solicitamos o apoio do Sebrae, que disponibilizou uma pessoa para nos auxiliar […] E a gente agradece essa parceria do Sebrae, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais”.

Ele parabenizou a associação pelo trabalho que vem sendo realizado. “Parabenizo o grupo da JACOMEL pelo trabalho que eles fazem em organização, cooperativismo, união. Esse grupo merece ser destacado, pois realmente eles tem dado um exemplo para a gente. Parabenizo também toda a diretoria da associação, que tem feito um trabalho transparente e com muita seriedade, o que faz com que a JACOMEL evolua e a apicultura esteja em destaque no nosso município”.

O secretário ainda disse que a apicultura tem contribuído para o desenvolvimento do município e falou que segue a disposição para contribuir com os produtores. “Não sou apicultor, mas defendo essa atividade, pois ela tem evoluído muito, envolveu muitos apicultores e fez desenvolver o nosso próprio município. A gente percebe que essa cadeia produtiva tem injetado muito na economia do nosso município. Então, fazer parte dessa luta, mesmo indiretamente, é satisfatório. Eu dei esse apoio quando era secretário de agricultura e hoje sigo pronto para ajudar”.

Ao todo, Jacobina do Piauí possui quatro associações integradas ao sistema Casa Ápis. Juntas, elas produziram no ano de 2020 112 toneladas de mel e a produção deste ano está em 70 toneladas, até o momento.

No município, cerca de 170 famílias atuam na apicultura através dessas associações, além dos produtores que trabalham de forma independente.

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Caio Rodrigo, que é tesoureiro da associação e atua na apicultura há cerca de 4 anos, disse que a JACOMEL tem ajudado muito os produtores. “A gente vem sempre buscando adquirir experiências no coletivo e a associação vem ajudando muito a nós produtores, em especial na questão do manejo. A abelha trabalha na associação e no coletivo e é isso que nossa associação vem fazendo também. A JACOMEL está buscando entrar em contato com entidades que ofereçam cursos de manejo, de produção de rainha, e outros tipos de melhorias para nossa produção”.

Ele também falou que a Casa Ápis tem sido uma forte impulsionadora da atividade. “A Casa Ápis hoje para nossa associação é uma alavanca fortíssima, porque ela está suprindo algumas necessidades nossa e apontando novos recursos, caminhos diferentes que a gente pode estar seguindo. Um exemplo é o Fair Trade, pois a gente nunca imaginou que poderia receber uma premiação como essa do ano passado, de 34 mil reais em prêmios”.

Ele ainda destacou que o mel produzido pela associação é 100% orgânico. “Uma questão importante também é que nossa atividade colabora com o meio ambiente e outro ponto positivo é que nosso mel é 100% orgânico, que é o que é mais buscado pelos consumidores, principalmente de outros países”.

Marcos Maciel Rodrigues, apicultor há cerca de 7 anos, disse que após a criação da associação, tudo se organizou. “Com a associação melhorou bastante. Antes era aquela coisa aleatória, você tinha a vontade de produzir, mas não sabia para onde ia, quem compraria. Eu como apicultor já tomei prejuízo na comercialização, pois vendi para um cara que eu não conhecia e perdi. Mas com a associação, a nossa produção organizada, não temos mais esse tipo de problema, então foi um ganho realmente sem precedentes”.

Ele disse que com o incentivo da associação, os produtores estão crescendo no ramo. “A JACOMEL é uma motivação. Muitos dos associados estão crescendo, eu particularmente estou expandindo meus investimentos e as perspectivas são as melhores. A apicultura ainda é uma renda secundária, mas pretendo torná-la minha atividade principal”.

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Ele ainda explicou sobre o processo de produção do mel. “De início a gente prepara os enxames no entressafra, quando as chuvas vem começa a florada e a gente já com os enxames preparados começa a produção, a colher, e vai até meados de maio ou junho. É um processo simples, a gente faz a colheita duas ou três vezes, traz para a casa do mel e depois a Casa Ápis recolhe”.

Desafios e Metas

Mesmo se destacando na produção de mel na região, a associação enfrenta alguns desafios e ainda precisa de várias melhorias para que a atividade possa ser fortalecida e ampliada.

Um dos principais problemas enfrentados pela JACOMEL é o fato da associação não possuir seu núcleo de extração do mel. Os apicultores associados utilizam uma casa do mel emprestada para fazer a extração.

Adelson explicou que é grande o número de apicultores que utilizam a casa de mel, o que provoca um certo atraso na produção. “Uma das maiores dificuldades que a gente tem é a questão de equipamentos. A gente trabalha na casa de mel emprestada e eles tem a produção deles e não é todo dia que a gente pode ir lá colher, a gente tem que agendar e saber qual dia podemos ir. E por ser muitos apicultores a gente fica no entrave com a fila grande. Às vezes a gente está com as colmeias cheias, mas não pode colher, e aí dois a três dias que as abelhas ficam paradas a gente tem prejuízo”.

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Outro problema é que a Casa do Mel fica localizada no povoado Juazeiro do Secundo, que fica muito distante da sede da cidade. Diante da situação, a associação quer construir sua própria casa do mel.

“Além de trabalharmos em uma casa de mel emprestada, ainda é difícil o deslocamento, pois ela fica bem distante, a mais de 20 km. Então nosso intuito é trabalhar para conquistar a nossa, pois vai ficar centralizada e facilitar para todos. Queremos encontrar parceiros para que possamos fazer isso, mas se não conseguirmos, vamos buscar com nosso próprio esforço, com recursos próprios”.

Adelson explicou que para que a JACOMEL pudesse se sustentar, foi criado um fundo, que recebe 3% do valor da produção. “A gente fez uma associação diferente. Quando foi para fundar eu disse que não trabalhava com uma associação para ela não se auto sustentar. Então, resolvemos fazer um fundo para a própria associação, onde quando o mel é vendido, é retido 3% da produção. E a gente vai andando com as próprias pernas para que a gente possa realmente crescer sem depender dos projetos do governo. Se esses projetos vieram, com certeza vai somar, mas se não, temos capacidade de estar crescendo”.

Com recursos próprios, obtidos através desse fundo, a associação está alcançando uma conquista, que é a construção de sua sede. “Estamos concluindo a construção da nossa sede, faltando apenas o piso e forrar. E tudo foi feito com recursos próprios, tendo tido apenas uma contribuição de 7 mil através do prêmio Fair Trade, que vem via Casa Ápis e MelColp. A sede já vem de uma necessidade, pois ela vai servir de sede e também como depósito para guardar a nossa produção enquanto a Casa Ápis vem recolher”.

Outra meta que a JACOMEL vem buscando é a capacitação dos apicultores. O presidente disse que já tem a garantia de alguns cursos que serão realizados. “Trabalhamos de forma coletiva, desde a colheita até a comercialização e seguimos buscando melhorar ao máximo para todos os apicultores. A gente tem a garantia pelo Agronordeste, Senai, Sebrae, para capacitações. Não está acontecendo ainda por causa da pandemia, mas a gente já listou quatro cursos para realizar, que é alimentação, multiplicação de enxame, manejo e produção de rainha, que são cursos que vão alavancar mais nossa produção”.

Ele disse também que com os cursos, pretende trazer a juventude para a profissionalização na atividade. “É um desejo meu que a gente possa trazer cursos e trazer também os jovens para que a gente profissionalize. A gente trabalha ainda de forma improvisada, mas hoje você tem que tratar sua propriedade como uma empresa e é preciso profissionalizar para que se tenha o melhor retorno possível da atividade”.

A associação também quer aumentar sua produção. Ela possui atualmente 3021 enxames com colmeias povoadas e 743 não povoadas e está investindo agora em uma aquisição de 430 colmeias para que a partir do próximo ano a produção possa aumentar.

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A meta, segundo Adelson, é que a associação chegue a produção de 100 toneladas de mel. “A nossa meta é produzir 100 toneladas, a gente tem capacidade para isso e quando chegarmos a esse número acredito que será o ideal para a gente se estabilizar. Na região, a gente se torna hoje a maior produtora de mel. Do sistema Casa Ápis posso dizer com segurança que é a maior. E fora desse sistema, acredito que não há outra entidade a nível de associação com a produção que temos, e com apenas dois anos de criação”.

Os apicultores associados também estão montando uma apiário coletivo, que conta atualmente com 15 caixas de abelhas.

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