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Dezenas de famílias de Paulistana podem ficar sem local de trabalho após ordem do DNIT

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Famílias da cidade de Paulistana, situada a 476 km de Teresina, voltam a viver um novo drama. Elas podem ficar sem local de trabalho.

Na última sexta-feira (8), fiscais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) notificaram a Prefeitura Municipal e diversos outros comerciantes que tem seus estabelecimentos situados às margens da rodovia BR 407. O DNIT comunicou que, a partir de uma decisão judicial, eles têm o prazo de 10 dias para desocuparem os imóveis.

De acordo com o órgão, os imóveis particulares e até públicos estão construídos na área de faixa de domínio na BR-407, na travessia da cidade de Paulistana. O DNIT pretende demolir os imóveis para desocupar a área.

A medida tem por finalidade oferecer maior segurança nas rodovias, tanto para os ocupantes dos imóveis que situados nas margens e para os usuários da rodovia.

Por parte do município, estão os quiosques que já existiam há muitos anos, onde funcionam lanchonetes, bares e restaurantes. A Prefeitura Municipal estava, inclusive, construindo novos quiosques e ampliando o espaço conhecido como praça de alimentação. Dentre os objetivos, oferecer novas oportunidades de emprego e renda para a população.

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Sem mais detalhes, a Prefeitura de Paulistana informou que já estão sendo adotadas todas as medidas judiciais cabíveis.

O casal Narciso e Salvani, proprietários da Borracharia Amiga, que fica às margens da BR 407, estão entre os comerciantes que receberam a ordem de despejo pelo DNIT. Nesse caso, a família perderá não apenas o local de trabalho, mas, também, a casa de morada.

Dona Salvani – Foto: Portal Narrativa

“Eu fiquei muito nervosa, a pressão alteou, fui parar no hospital. A gente sobrevive daqui. […] Eles deram dez dias pra gente sair. Só que a gente não tem pra onde ir. A gente não vai sair. Vamos continuar aqui.”, disse Salvani, fazendo um apelo. “Eu peço a todos que nos ajudem. A gente não pode sair daqui.”

Narciso – Foto: Portal Narrativa

A família reside e trabalha no local há mais de 25 anos. “Quem tá aqui na margem da BR não tá pra tomar terreno do DNIT. Tá aqui pra ganhar o pão de cada dia. […] As autoridades, os prefeitos, vereadores, tem que chega pra perto. Tá na hora de resolver o problema do povo que quer trabalhar.”, disse Narciso, afirmando que não tem para onde ir.

Eldaian de Carvalho, mais conhecido na cidade como “Meu Jovem”, é proprietário de um Lavo-Jato que fica as margens da BR 407. Ele também recebeu a notificação do DNIT para desocupar o espaço onde trabalha há quase seis anos e obtém renda para sustentar a família.

“Meu Jovem” – Foto: Portal Narrativa

Em entrevista, ele conclamou por uma união em prol desses trabalhadores e pediu mais tempo. “Eu sei que a gente está no espaço que são deles [do DNIT], mas eles relataram que no momento não vão fazer nada em termos de duplicação da via. Se não vai fazer nada agora, que deixasse a gente trabalhando aqui. Não vejo atrapalhando ninguém. Somos muitos pais de família que vivem disso aqui.”, disse.

Demolição

Em agosto de 2021, o DNIT iniciou o trabalho de remoção de imóveis situados à margem da BR-407. Na ação, o DNIT contou com o apoio da Policia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar órgão federal demoliu um imóvel onde funcionava um restaurante e também retirou parte de um muro pertencente a um posto de combustíveis.

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Cidades na Net, com informações do Portal Narrativa.

Foto capa: Ygor César

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