Connect with us

NOTÍCIA DESTAQUE

Polícia encontra roupas de jovens mortas na casa de suspeita de ordenar assassinatos

Publicado

em

O delegado Antônio Valente, responsável por investigar a morte de duas adolescentes que foram obrigadas a cavar as próprias covas, ouviu nesta quinta-feira (13) a suspeita de ordenar os assassinatos. Ela prestou depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) em Timon, no Maranhão.

Ao G1, o delegado explicou que a suspeita tinha um vínculo com Maria Eduarda, uma das vítimas do crime. Na casa dela, que fica próximo ao local onde as garotas foram mortas, a polícia encontrou roupas das vítimas.

“Uma das meninas [Maria Eduarda] tinha o costume de frequentar a casa dela, que fica bem próximo onde o fato ocorreu. Após o crime, ela desapareceu da casa e foi um dos motivos que embasou o pedido de prisão dela”, afirmou.

Durante o depoimento, a investigada alegou não ter participação no crime.

“Do pouco que ela falou foi que não tem nada a ver, que foram outras pessoas, mas não diz quem são essas pessoas. Entretanto, temos algumas situações que quando são confrontadas não batem. Então, em cima disso que estamos trabalhando para desmontar a versão dela”, disse o delegado Valente.

Publicidade
Mulher suspeita de ordenar assassinatos em Timon (MA) — Foto: Divulgação /PC-RS

Mulher suspeita de ordenar assassinatos em Timon (MA) — Foto: Divulgação /PC-RS

A suspeita foi presa no dia 23 de abril, na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, pela Polícia Civil do estado. Ela estava na cidade há cerca de uma semana, na casa de um namorado, que não tinha conhecimento sobre os crimes.

Questionada sobre a fuga, a suspeita disse que a viagem estava programada desde o mês de março e que decidiu ir para o sul do país após as mortes das duas adolescentes. Segundo ela, estava prestes a trabalhar na cidade.

Nessa quarta-feira (12), a mulher foi transferida do Rio Grande do Sul para Teresina, em seguida para o presídio em Timon, onde se encontra à disposição da Justiça. Conforme o delegado, ela já possuía passagens pela polícia do Maranhão por tráfico de drogas.

Tribunal do crime

Segundo a investigação da Polícia Civil de Timon, a suspeita seria a pessoa responsável pela manutenção da “disciplina” das mulheres que é membro de uma facção criminosa. Entretanto, durante o depoimento, ela negou. As duas vítimas não eram membro da facção, mas se relacionavam com pessoas que eram.

O “crime” das duas teria sido morar em locais dominados por facções rivais e serem amigas. Além disso, as duas teriam gravado vídeos fazendo com as mãos os símbolos das duas facções.

Publicidade

Por conta disso, no final de março as duas adolescentes, que moravam em Teresina, foram atraídas para a cidade de Timon, onde foram “julgadas” pelos membros de uma das facções.

Como “pena”, elas tiveram de cavar as próprias covas, foram espancadas com golpes de facada, pauladas, e assassinadas. O crime foi filmado pelos próprios criminosos. Uma delas, segundo a Polícia Civil, poderia ainda estar viva quando foi enterrada.

Relação entre os crimes

Giselle Vitória da Silva Sampaio, de 17 anos, continua desaparecida — Foto: Reprodução

Giselle Vitória da Silva Sampaio, de 17 anos, continua desaparecida — Foto: Reprodução

Ao G1, o delegado Antônio Valente disse acreditar que as mortes das adolescentes achadas enterradas em Timon tem relação com o desaparecimento de Giselle Vitória da Silva Sampaio, de 17 anos, vista pela última vez no dia 8 de março.

Para o delegado, a relação entre os crimes ainda precisa ser esclarecida. “A Giselle era amiga da Joyce Ellen, elas saíam juntas. Tem uma vertente que a gente acha que tem uma relação entre os dois crimes sim, mas precisamos trabalhar para ter essa confirmação”, explicou.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava Joyce e Maria Eduarda cavando uma cova. Nas imagens, uma mulher perguntava: “Quem foi que pegou a irmã? A Sereia?”. Elas indicaram o nome de um rapaz, que segundo o delegado Valente, também é investigado pela Polícia Civil do Piauí.

Publicidade

“Sereia é o apelido da Giselle. O vídeo é mais um indício da relação entre os crimes, já que foi questionado o paradeiro dela”, destacou.

No último contato que Giselle fez com a família, por mensagens, ela afirmou que seria morta e pediu para ver o filho, de 2 anos. A família acredita que jovem foi sequestrada e assassinada.

“Cadê o meu filho? Vão me matar”, foi a mensagem enviada por ela, segundo a mãe.

Mortes investigadas em Teresina

Casos de jovens desaparecidas

Casos de jovens desaparecidas

Outras duas mulheres foram mortas em Teresina no mesmo período. São elas: Valdirene Melo, achada morta em 12 de abril, e Tatiana Graziela, encontrada morta em 25 de abril. Até o momento, segundo as polícias do Piauí e Maranhão, essas mortes não têm relação com os homicídios ocorridos em Timon.

“Não podemos afirmar que estão relacionados, mas tudo está sendo investigado. Podemos dizer que as investigações dos casos da morte da Valdirene e da Tatiana já estão mais avançadas. No caso da Valdirene, apuramos que a morte estava relacionada com a participação dela em crimes. Quanto à morte da Tatiana, podemos até chegar à conclusão de um feminicídio, mas não posso afirmar isso por enquanto”, disse a delegada Luana Alves, responsável pelos casos.

Publicidade
  • Valdirene Melo
Valdirene Melo foi achada morta no dia 12 de abril — Foto: Reprodução

Valdirene Melo foi achada morta no dia 12 de abril — Foto: Reprodução

Valdirene Melo de Jesus, de 27 anos, foi achada morta em 12 de abril. Ela era vizinha da mãe de Gisele, mas a família não sabe se ela tinha uma relação próxima com a adolescente. A Polícia Civil acredita que os casos não estejam relacionados.

Valdirene foi encontrada morta às margens do rio Poti, no bairro Mocambinho, depois que a Polícia Militar foi acionada por denúncias de que havia uma mulher em cárcere privado na região.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram homens abrindo uma cova. Eles trocaram tiros com os policiais e conseguiram fugir. A polícia encontrou a cova vazia e, a 500 metros de distância, o corpo de Valdirene.

Valdirene teria sido mantida em cárcere privado e torturada por vários dias antes de ser morta.

  • Tatiana Graziela
Adolescente Tatiana Graziela foi vítima de afogamento ou estrangulamento em Teresina, diz polícia  — Foto: Reprodução/TV Clube

Adolescente Tatiana Graziela foi vítima de afogamento ou estrangulamento em Teresina, diz polícia — Foto: Reprodução/TV Clube

No dia 25 de abril, policiais encontraram o corpo de Tatiana Graziela Rodrigues, de 16 anos, desaparecida havia cinco dias. A adolescente estava enterrada também às margens do rio Poti, região próxima ao local onde foi encontrado o corpo de Valdirene Melo.

Publicidade

A família de Giselle não conhecia Tatiana, mas soube que havia uma relação entre ela e um rapaz com o mesmo nome mencionado como suspeito do desaparecimento de Giselle.

No dia 23 de abril, a Polícia Civil divulgou o nome de um suspeito de participar da morte de Tatiana, identificado como Ryan Rodrigues Paiva. A Polícia Civil não confirmou, até o momento, que o suspeito seja a mesma pessoa envolvida nos dois casos.

Fonte: G1

Facebook

MAIS ACESSADAS