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POLÍTICA

Ciro agora é visto como avalista de Bolsonaro no Nordeste

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A ruptura entre o senador Ciro Nogueira (PP) e o governador Wellington Dias (PT) ganhou repercussão nacional. E foi lido por alguns setores da mídia, como a rede CNN, como um empurrão a mais na relação do senador com o presidente Jair Bolsonaro, a ponto de transformá-lo em uma espécie de avalista do presidente na região Nordeste. Na aviação da rede de TV, Ciro e seu Progressistas têm a capilaridade que Bolsonaro busca, com um grande número de prefeitos na região.

Talvez seja excessiva a leitura sobre o papel de avalista a ser desempenhado pelo senador piauiense. Mas sem dúvida o episódio da ruptura com o governador do PT deve fortalecer a relação de Ciro com o governo federal, ele que já vinha dando mostras nos últimos dois meses do fácil trânsito que alcançou. A cada nova semana, o presidente do Progressista faz uma série de vídeos falando de liberação de recursos para municípios piauienses. Pretende, dessa forma, retomar um papel que já desempenhou em outros governos – o de carreador de recursos.

Ciro Nogueira transitava com desenvoltura pelos gabinetes ministeriais do governo Dilma, e com desenvoltura ainda maior no governo Temer. No governo do emedebista era tido como “um dos cinco grandes” da República, tamanha a facilidade de transitar pelos ministérios e pela força que demonstrava no Congresso. Com tanto poder, injetou recursos no Estado – tanto no governo de Wellington como na quase totalidade dos prefeitos.

Em 2018, Ciro colheu os frutos, recebendo o apoio de grande parte dos prefeitos piauienses. Agora tenta recobrar o poder. Pensando em colher novos frutos em 2022.

Bolsonado repete fórmula do PT

Para crescer no Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro quer usar uma fórmula já conhecida. E por caminhos também parecidos. O PT tomou o Bolsa escola, turbinou e criou o Bolsa Família, que gerou um apoio enorme ao partido especialmente no Norte e Nordeste. Agora Bolsonaro quer pegar o programa petista, dar alguma turbinada e transformá-lo no Renda Brasil. As condições não são as mesmas: ao invés dos preços altos das comodities, o atual governo tem uma crise sem precedente e tem dificuldade até mesmo para estender o auxílio emergencial por alguns meses.

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Mas, mesmo com todas as dificuldades, o Ministério da Economia segue fazendo cálculos para assegurar o Renda Brasil. E os cálculos não passam ao largo da discussão sobre a tributação do comércio digital. Tudo isso vai bater no Congresso, onde o governo não tem vida fácil: nem mesmo o apoio do Centrão (ou de parte do grupo) dá tranquilidade ao governo para fazer valer suas propostas. E isso é um enorme complicador na intenção de parir o renda Brasil e asfaltar o caminho da popularidade no Nordeste.

Por Fenelon Rocha

Fonte: Cidade Verde

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