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POLÍTICA

“Estou cansado de mentiras”, diz Lula em 1ª aparição pública após a prisão

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Com a mesma gravata colorida com as cores do Brasil utilizada quando o país foi escolhido sede da Olimpíada de 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pela primeira vez desde que foi preso em Curitiba. De lá, por videoconferência, ele prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em ação penal que apura suposta compra de votos da Olimpíada Rio 2016.

A fala durou cerca de 50 minutos. Especificamente sobre a denúncia, Lula minimizou.

“Eu não sei qual é o critério para alguém que diz que foi trapaça (a escolha da Rio-2016). Esse senhor (procurador) não deve conhecer nada.”
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, pediu que o ex-presidente falasse exclusivamente sobre as perguntas. Enquanto falava sobre a denúncia contra o ex-governador, foi interrompido pelo quando citou “denuncismo”.

“Nunca soube de nenhuma negociata, em nenhum momento. Inclusive assinei um decreto em 2009 que coagia transparência de todos os dados. Lamento muito que tenha surgido essa denúncia 8 anos depois.”

Perguntado pelo Ministério Púbico se tinha se reunido com delegações e se havia a proposta de algum tipo de troca de apoio, Lula disse que não teve trocas, mas que participou de uma reunião com a União Africana, que representa 54 países daquele continente, e que pediu o apoio para a candidatura do Rio.

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“Não tem troca. Brasil apoiar África era uma coisa natural. Viajei 34 vezes para África, abri 19 embaixadas na África. Isso dava aos africanos quase uma irmandade com o Brasil. Eu brigava para que continentes pobres tivessem direito de realizar Olimpíada”, garantiu.

De acordo com o Ministério Público Federal, teriam sido comprado votos de membros africanos do Comitê Olímpico Internacional. Um empresário ligado a Cabral teria pago R$ 2 milhões, com a promessa de ganhar contratos públicos – parte deles desviados para os bolsos do ex-governador. Cabral nega toda a denúncia.

Lula também defendeu o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman: “A atitude dele sempre foi de muito compromisso com as Olimpíadas e com o Brasil. Não vi nenhuma atitude dele que pudesse desabonar o Brasil ou as Olimpíadas”

Cabral presta condolências a Lula pela morte de D. Marisa

Antes das perguntas da defesa, Cabral se emocionou. Ele pediu para falar diretamente ao ex-presidente e dedicou condolências pela morte da ex-primeira dama.

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“Estava preso quando Dona Marisa faleceu. Então, a transmissão dos meus sentimentos. Meu abraço ao senhor pelo falecimento da Dona Marisa. (O abraço) da Adriana (Ancelmo, ex-primeira dama do estado), meu e dos meus filhos”.

Ao final, houve também espaço para o humor. O juiz encerrou o depoimento dizendo que valorizava a importância histórica de Lula e lembrou as Diretas Já. Até que o ex-presidente o convidou para um comício.

“Senhor Luiz Inácio, muito obrigado. Inclusive pela postura que se portou. O senhor é uma figura importante no nosso país, é relevante sua história para todos nós. Para mim, inclusive. Aos 18 anos estava aqui num comício na Avenida Presidente Vargas com um milhão de pessoas e eu estava lá usando o boné e a camiseta com seu nome”, dizia o magistrado quando foi interrompido.

“Pode usar agora “o boné e a camisa”, rebateu Lula em alusão a sua pré-candidatura apesar da prisão. E completou. “Quando eu fizer um comício agora vou chamar o senhor para participar”.

Fonte: G1

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